Uso da argumentação nas produções escritas e orais de alunos do ensino fundamental no ensino de ciências

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18764/2447-5777v8n1.2022.6

Palavras-chave:

Argumentação, Toulmin, Ensino de Ciências, Oralidade, Escrita

Resumo

No ensino de ciências, o processo argumentativo tem contribuído para a aprendizagem ao estimular o educando a construir, fundamentar e debater o conhecimento científico. Assim, esta pesquisa objetivou analisar a argumentação em atividades de ciências, a fim de identificar os elementos que as compõem nos registros orais e escritos de alunos de ensino fundamental. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, do tipo estudo de caso. O padrão de argumento de Toulmin foi utilizado para análise dos dados. Nos registros escritos e orais, a maioria dos alunos foi capaz de elaborar respostas com a presença da argumentação. Sobre a natureza dos argumentos, a escrita apresentou maior número de argumentos considerados válidos, e, quanto aos elementos que compõem o padrão de Toulmin, os mais encontrados foram garantias e conclusões, nas duas formas de registro. É possível inferir que o processo argumentativo no ensino de ciências pode instigar os alunos a pesquisarem e buscarem soluções para os problemas e auxiliar a participarem de discussões orais com mais elementos argumentativos, assim como a terem uma escrita mais completa. 

Use of argumentation in the written and oral productions of elementary school students in science teaching

Abstract

In science teaching, the argumentative process has contributed to learning by encouraging the student to build, support, and debate scientific knowledge. Thus, this research aimed to analyze the arguments in science activities, to identify the elements that compose them in the oral and written records of elementary school students. It is a case-study qualitative research. Toulmin’s argument pattern was used for data analysis. In the written and oral records, most students were able to elaborate answers with the presence of argumentation. Regarding the nature of the arguments, the writing presented a greater number of arguments considered valid. Concerning the elements that make up the Toulmin pattern, the most found ones were guarantees and conclusions, in both forms of records. It is possible to infer that the argumentative process in science teaching can instigate students to research, seek solutions to problems and help to participate in oral discussions with more argumentative elements, as well as having a more complete writing.

Keywords: Argumentation; Toulmin; Science teaching; Orality; Writing

Downloads

Não há dados estatísticos.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Josycarlla Lobato dos Santos, Serviço Social da Indústria

Graduada em Ciências Biológicas na Universidade Federal do Maranhã. Professora de Ensino Médio da Serviço Social da Indústria, Brasil

Mariana Guelero do Valle, Universidade Federal do Maranhão

Doutora e mestra em Educação pela Faculdade de Educação da USP (FE/USP). Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo (FFCLRP/USP). Professora do Departamento de Biologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Professora permanente no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências (PPECEM/UFMA) e no Programa de Pós-Graduação em Gestão de Ensino da Educação Básica (PPGEEB/UFMA). Coordenadora de área do Programa Residência Pedagógica do Curso de Ciências Biológicas (UFMA/São Luis). Líder do Grupo de Pesquisa em Ensino de Ciências e Biologia (GPECBio).

Referências

ANDRÉ, M. O que é um estudo de caso qualitativo em educação? Revista da FAEEBA – Educação e

Contemporaneidade, Salvador, v. 22, n. 40, p. 95-103, 2013. Disponível em: https://www.nelsonreyes.com.br/

Marli%20Andr%C3%A9.pdf. Acesso em: 12 abr. 2019.

BORGES, J. R. A.; USTRA, S. R. V. Análise de práticas argumentativas através do padrão de Toulmin (TAP) no

desenvolvimento de projetos nas aulas de Física. Vivências, v. 17, n. 32, p. 129-147, 2020. https://doi.

org/10.31512/vivencias.v17i32.350

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/Secretaria de Educação

Básica, 2018.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa.

Brasília: MEC/Secretaria de Educação Fundamental, 1997. 106 p.

DRIVER, R.; NEWTON, P.; OSBORNE, J. Establishing the norms of scientific argumentation in classrooms. Science

Education, v. 84, n. 3, p. 287-312, 2000. https://doi.org/10.1002/(SICI)1098-237X(200005)84:3<287::AIDSCE1>

0.CO;2-A

FERRAZ, A. T.; SASSERON, L. H. Propósitos epistêmicos para a promoção da argumentação em aulas

investigativas. Investigações em Ensino de Ciências, v. 22, n. 1, p. 42-60, 2017. https://doi.org/10.22600/1518-

ienci2017v22n1p42

GODOY, A. S. Pesquisa qualitativa: tipos fundamentais. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v.

, n. 3, p. 20-29, 1995. https://doi.org/10.1590/S0034-75901995000300004

GUIMARÃES, R. R.; MANSONI, N. T. O uso do modelo padrão de argumentação de Stephen Toulmin no ensino de

ciências no âmbito da disciplina de Física: alguns resultados de pesquisa e reflexões a partir de debates em sala

de aula. Investigações em Ensino de Ciências, v. 25, n. 3, p. 487-502, 2020. https://doi.org/10.22600/1518-

ienci2020v25n3p487

JIMÉNEZ-ALEIXANDRE, M. P.; BUGALLO RODRÍGUEZ, A.; DUSCHL, R. A. “Doing the lesson” or “doing science”:

argument in high school genetics. Science Education, v. 84, n. 6, p. 757-792, 2000. https://doi.org/10.1002/1098-

X(200011)84:6%3C757::AID-SCE5%3E3.0.CO;2-F

JIMÉNEZ-ALEIXANDRE, M. P.; DÍAZ BUSTAMANTE, J. Discurso de aula y argumentación en la clase de ciências:

cuestiones teóricas y metodológicas. Enseñanza de las Ciencias, v. 21, n. 3, p. 359-370, 2003. Disponível em:

https://raco.cat/index.php/Ensenanza/article/view/21944. Acesso em: 18 jul. 2016.

KRIPKA, R.; SCHELLER, M.; BONOTTO, D. L. Pesquisa documental: considerações sobre conceitos e caraterísticas

na pesquisa qualitativa. CIAIQ, v. 2, p. 243-247, 2015. Disponível em: https://proceedings.ciaiq.org/index.php/

ciaiq2015/article/view/252. Acesso em: 18 jul. 2016.

LUDKE, M.; ANDRÉ, M. E.D.A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora

Pedagógica e Universitária, 2013.

MARQUES, C. M. G. H. C. A argumentação oral formal em contexto escolar. 2010. 416f. Tese (Doutorado em

Língua Portuguesa: Investigação e Ensino) – Universidade de Coimbra, Coimbra, 2010. Disponível em: http://hdl.

handle.net/10316/18135. Acesso em: 12 jan. 2022.

MOTOKANE, M. T. Sequências didáticas investigativas e argumentação no ensino de ecologia. Revista Ensaio,

Belo Horizonte, v. 17, n. esp., p. 115-137, 2015. https://doi.org/10.1590/1983-2117201517s07

OLIVEIRA, C. M. A. Do discurso oral ao texto escrito nas aulas de ciências. 2009. 234f. Tese (Doutorado

em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. https://doi.

org/10.11606/T.48.2009.tde-06082010-161307

OLIVEIRA, C. M. A.; CARVALHO, A. M. P. Escrevendo em aula de ciências. Ciências & Educação, v. 11, n. 3, p. 347-

, 2005. https://doi.org/10.1590/S1516-73132005000300002

PEZARINI, A. R.; MACIEL, M. D. As dimensões da argumentação no ensino de ciências em pesquisas de 2007

a 2017: um olhar para a caracterização e para as ferramentas metodológicas para estudar esta temática.

Amazônia: Revista de Educação em Ciências e Matemáticas, v. 14, n. 32, p. 61-77, 2018. https://doi.org/10.18542/

amazrecm.v14i32.6177

PEZZI, A.; GOWDAK, D. O.; MATTOS, N. S. Biologia: genética, evolução e ecologia. São Paulo: FTD, 2010. 124 p.

SÁ, L. P.; KASSEBOEHMER, A. C.; QUEIROZ, S. L. Esquema de argumento de Toulmin como instrumento de ensino:

explorando possibilidades. Ensaio, Belo Horizonte, v. 16, n. 3, p. 147-170, 2014. https://doi.org/10.1590/1983-

SASSERON, L. H. Interações discursivas e argumentação em sala de aula: a construção de conclusões, evidências

e raciocínios. Ensaio, Horizonte, v. 22, e20073, 2020. https://doi.org/10.1590/1983-21172020210135

SASSERON, L. H. Sobre ensinar ciências, investigação e nosso papel na sociedade. Ciência & Educação, v. 25,

n. 3, p. 563-567, 2019. https://doi.org/10.1590/1516-731320190030001

SASSERON, L. H.; CARVALHO, A. M. P. Construindo argumentação na sala de aula: a presença do ciclo

argumentativo, os indicadores de alfabetização científica e o padrão de Toulmin. Ciência & Educação, Bauru, v.

, n. 1, p. 97-114, 2011. https://doi.org/10.1590/S1516-73132011000100007

SCARPA, D. L. O papel da argumentação no ensino de ciências: lições de um workshop. Ensaio, Belo Horizonte,

v. 17, n. esp., p. 15-30, 2015. https://doi.org/10.1590/1983-2117201517s02

SCARPA, D. L.; SASSERON, L. H.; SILVA, M. B. O ensino por investigação e a argumentação em aulas de

ciências naturais. Tópicos Educacionais, Recife, v. 23, n. 1, p. 7-27, 2017. https://doi.org/10.51359/2448-

2017.230486

SILVA, S. G. Seres vivos: explorando as relações ecológicas – UCA. Portal do Professor, 2011. Disponível em:

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=37035. Acesso em: 20 jan. 2022.

TEBALDI-REIS, L.; BEVILACQUA, G. D.; SINEIRO, S. C. A.; COUTINHO-SILVA, R. Atividades investigativas como

promotoras da argumentação no ensino de ciências. Research, Society and Development, v. 11, n. 1,

e51011125138, 2022. https://doi.org/10.33448/rsd-v11i1.25138

TOULMIN, S. Os usos do argumento. 2. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2006. 375 p.

Downloads

Publicado

2022-09-17

Como Citar

SANTOS, Josycarlla Lobato dos; VALLE, Mariana Guelero do.
Uso da argumentação nas produções escritas e orais de alunos do ensino fundamental no ensino de ciências
. Ensino & Multidisciplinaridade, v. 8, n. 1, p. e0622, 1–10, 17 Set 2022 Disponível em: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/ens-multidisciplinaridade/article/view/18733. Acesso em: 22 dez 2024.

Edição

Seção

Artigos