Caminhos históricos para uma prática de ensino lúdica na Primeira República (1889-1930)
DOI:
https://doi.org/10.18764/2526-6160v23n2.2024.14Parole chiave:
ludicidade, práticas de ensino, Maranhão, Primeira RepúblicaAbstract
Neste artigo, regatam-se práticas de ensino propostas a partir de indícios em documentos legais que apontem para o papel do lúdico no processo pedagógico, embora a limitação do termo ludicidade nos registros seja explícita durante a Primeira República. Usa-se o método histórico, a pesquisa bibliográfica e a documental como metodologia de trabalho: a primeira, para refletir sobre o conceito de ludicidade e sua importância nas práticas pedagógicas, auxiliando-nos em autores como Rau (2013); Ferreira (2009); Silva (2015) e Kishimoto (1990); a segunda, para o cruzamento de dados oriundos de propostas de ensino desenvolvidas em vários documentos: a 1ª Conferência Interestadual de 1921, onde se discutem novas estratégias para ensinar, inspiradas em programas/métodos estrangeiros, para promover um sistema educacional que combatesse o analfabetismo; o Congresso Pedagógico de 1920, que via exposições de diferentes autores jogos e brincadeiras são tratados como atividades essenciais na aprendizagem; em As Crianças (1909), de Laura Rosa, que recompila a Conferência realizada na Biblioteca Pública do Estado do Maranhão centrada em novas concepções sobre criança, infâncias, escola e educação, explorando vivencias e expectativas sociais para compreender o processo pedagógico e; no Livro de Lúcia (1933) de Rosa Castro, cujos escritos para professores do ensino primário possibilitam analisar novas práticas pedagógicas em detrimento dos modos tradicionais de ensino. Conclui-se que a ludicidade nunca esteve em pauta no campo educacional brasileiro na época com as finalidades que se lhe outorga atualmente, mesmo que se procurassem suportes inovadores que auxiliassem os professores no processo de ensino e aprendizagem das crianças.
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