PENSAMENTO COMPLEXO

tentando rever uma virada decisiva

Abstract

Neste texto, o autor apresenta algumas divergências sobre o pensamento complexo de Morin, embora concorde amplamente com a reconstrução epistemológica de Morin. O pensamento é complexo como fenômeno cerebral, composto de dinâmicas que sequer ainda deslindamos minimamente, ou seja, em sua ontologia, mas, epistemologicamente, o pensamento, por razão evolucionária mormente, é um fenômeno de abstração seletiva que naturalmente reduz a realidade a recorrências, de preferência, invariantes. É, então, sempre uma simplificação estratégica – só explicamos o que simplificamos. Não explicaríamos o complexo usando um discurso complexo, que, por óbvio, seria ininteligível. Esta redução é doentia no positivismo, porque postula serem os formalismos discursivos realistas (a realidade é matemática, não apenas a reconstruímos usando reduções matemáticas), mas é comum em qualquer analista que busca respeitar a complexidade da realidade. Interdisciplinaridade é muito importante para uma visão mais abrangente de uma realidade que escapa, ao final, a nossos formalismos, mas só é praticável num grupo de especialistas. O analista individual é disciplinar, não só por (de)formação, mas também para poder aprofundar-se – o aprofundamento é naturalmente disciplinar. Daí a importância do trabalho em equipe que mistura disciplinas.