Duas mulheres, dois livros: narrativas femininas acerca da campanha “De Pé no Chão se Aprende a Ler”
DOI:
https://doi.org/10.18764/2178-2229v31n1.2024.3Palavras-chave:
mulheres, narrativas femininas, escrita feminina, De Pé no Chão Também se Aprende a LerResumo
A despeito das tentativas de omitir a presença feminina na história, ao ter oportunidades, as mulheres não apenas revelam suas participações, mas também seus pensamentos e percepções. Por isso, neste artigo, pretendemos analisar duas narrativas femininas acerca da campanha de alfabetização “De Pé no Chão Também se Aprende a Ler”, que ocorreu na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, no período de 1961 a 1964. Por meio de uma pesquisa bibliográfica e documental, com análise de relatórios, jornais e materiais didáticos relacionados à campanha – e com o auxílio da metodologia da história oral – realizamos uma investigação sobre as narrativas da referida campanha de alfabetização, especialmente nas obras 1964: aconteceu em abril e Memórias da Campanha “De Pé no Chão Também se Aprende a Ler”. Para além dos dados da campanha, esses livros revelam aspectos biográficos das narradoras. Tais obras foram produzidas, respectivamente, por Mailde Pinto Galvão (1925 – 2013) e Margarida de Jesus Cortez (1930 –). As discussões teóricas da História Cultural (Chartier, 2002) e da História das Mulheres (Perrot, 2005; 2007) guiaram a compreensão dos dados, os quais indicam que, bem mais que compor o conjunto bibliográfico sobre a educação popular, os livros analisados compreendem a perspectiva feminina. Conclui-se que as obras, enquanto registros históricos, desvelam a intenção das autoras de explicitar seus pontos de vista acerca dos movimentos populares da educação, bem como demonstram suas subjetividades e a presença feminina na produção historiográfica.
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