O trabalho de campo na etnografia: o Estar lá e escrever aqui
DOI:
https://doi.org/10.18764/2178-2229v31n2.2024.23Parole chiave:
etnografia, pesquisa de campo, entrevista etnográfica, educaçãoAbstract
O processo de escrita de um texto etnográfico, ainda, é um desafio à pesquisa educacional. Clifford Geertz, “Obras e vidas: o antropólogo como autor”, nos leva a refletir sobre os processos de autoria pautados na antropologia moderna relacionando múltiplas dimensões do trabalho de campo. O presente artigo objetiva refletir sobre a descrição densa e as entrevistas etnográficas como formas de emergir as teorizações que produzimos a partir da empiria. Partimos do trabalho de Três pesquisas etnográficas, em tempos distintos, em nível de doutoramento no campo da Educação. Elas tratam de sujeitos que, muitas vezes, não são ouvidos: estudantes de ensino fundamental e médio de escolas públicas e mulheres privadas de liberdade. As questões propostas são: O que é o trabalho de campo etnográfico? Qual reflexividade emerge da escrita etnográfica? O campo é o cenário da escrita etnográfica em Educação? Em etnografia o pesquisador usa dois meios de coleta de dados: observar e perguntar. O que as ações das pessoas significam para elas pode ser aparente a partir da observação, no entanto, é necessário perguntar, buscando estabelecer uma relação não
hierárquica e de respeito à fala do outro. Importante enfatizar, que, as análises são permeadas por uma miríade de olhares, vozes e sentidos para a produção de conhecimento. Optamos pela escuta atenta de pessoas em situação de exclusão aos quais tem sido negado o direito à palavra, pois não se faz pesquisa, nem política pública, nem educação, sem o sujeito para a qual essas ações se dirijam.
Downloads
Riferimenti bibliografici
Xxxx. Educação de Mulheres e Jovens Privadas de Liberdade: um estudo de abordagem etnográfica. Tese (Doutorado em Educação), Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.
ALMEIDA, Sandra; HERNÁNDEZ, Jimena; MORAIS, Graciela. Trajetórias educativas: vozes de adolescentes em cumprimento de medida de internação em unidade socioeducativa feminina do rio de janeiro. In: SILVA, P.; BORGES, L. FREITAS, M. (Orgs.). Infâncias & Juventudes: Insurgências necessárias no tempo presente. São Carlos: Pedro & João Editores, 2023.
ALVES, Walcéa. A Escola no Espelho: as representações do aluno. Tese (Doutorado em Educação), Faculdade de Educação, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2012.
ANDRÉ, Marli. Etnografia da prática escolar. Campinas, SP: Papirus, 1995
APPADURAI, Arjun. Modernity at large: cultural dimensions of globalization. Minneapolis: University of Minnesota Press, (1996) ed.2003.
APPADURAI, Arjun. O medo do pequeno número: ensaio sobre a geografia da raiva. São Paulo: Ed. Iluminuras: Itaú Cultural, 2009.
Xxxxx O futuro da escola: uma etnografia sobre a relação dos jovens com o conhecimento escolar. 2018. 151 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018.
BOURDIEU, Pierre. Poder Simbólico. Tradução de Fernando Tomaz. Memória e Sociedade. Diefel Difusão Editorial: Lisboa, p. 314, 1989.
CARVALHO, José Jorge. O olhar etnográfico e a voz subalterna. Revista Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 07, n. 15, p. 107-147, 2001.
CASTRO, Paula Almeida. Tornar-se aluno - identidade e pertencimento: perspectivas etnográficas. 1. ed. Campina Grande: EDUEPB, 2015. v. 1. 272p
CASTRO, Paula Almeida. Tornar-se aluno: identidade e pertencimento – um estudo etnográfico. 2011. 157f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011, p. 158.
DAUSTER, Tânia. Um saber de fronteira – entre a antropologia e a educação. In: DAUSTER, T. (Org). Antropologia e educação: um saber de fronteira. Rio de Janeiro: Forma & Ação, p.13-36, 2007.
DELAMONT, Sara. Interação na sala de aula. Lisboa: Horizonte, 1987
EARP, Maria de Lourdes Sá. A Cultura da Repetência em Escolas Cariocas. Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Antropologia Cultural). Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2006.
EARP, Maria de Lourdes Sá. A Cultura da Repetência. Curitiba: Appris Editora, 2021.
ERICKSON, Frederick. Audiovisual records as a primary data source. Grimshar (Eds.): Sociological methods and research (Special issue on sound-image records in social interaction research), v. 11, n. 2, p. 213-232, 1989.
ERICKSON, Frederick. Ethnographic Description Sociolinguistics. In: Ulrich Ammon;Norbert Dittmar; Klaus J. Matteier e Peter Trudgill (Eds.) Sociolinguistics / Soziolinguistik. Volume 3: An International Handbook of the Science of Language and Society/Ein Internationales Handbuch Zur Wissenschaft ... and Communication Science p. 1081-1095. Berlin: Gruyter Mouton, 1988. 891p.
ERICKSON, Frederick. Ethnographic microanalysis of interaction. In: Margaret Diane LeCompte, Wendy Millroy and Judith Preissle (Eds.). The handbook of qualitative research. In education. New York: Academic Press, Harcourt Brace Jovanovich, 1992.
ERICKSON, Frederick. Foreword. In: Carmen Lúcia Guimarães de Mattos e Helena Amaral da Fontoura (Org.). Etnografia e educação: relatos de pesquisa. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2009.
FAVRET-SAADA, Jeanne. Ser afetado (tradução de Paula de Siqueira Lopes). Cadernos de Campo, n. 13, p. 155-161, 2005.
FLICK, Uwe. Introdução à pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Artmed, 2009.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 41a ed., 2005.
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Guanabara, 1989.
GEERTZ, Clifford. Estar lá: a antropologia e o cenário da escrita. In: GEERTZ, Clifford. Obras e vidas: o antropólogo como autor. Rio de Janeiro, Editora da UFRJ, p.11-40, 2002.
GEERTZ, Clifford. Obras e vidas: o antropólogo como autor. Rio de Janeiro, Editora da UFRJ, p.11-40, 2002.
GEERTZ, Clifford. Os usos da diversidade. In: Claudia Fonseca, Horizontes antropológicos: diversidade cultural e cidadania. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 05, n.10, p.13-34, 1999.
GOMES, Edson. A participação da escola no processo de construção do aluno-problema: um estudo de caso em uma escola municipal da Baixada Fluminense. 2014. 162 f. Dissertação (Mestrado). Instituto de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ. 2014.
JACOB, Evelyn. Qualitative Research Traditions: A Review. Review of Educational Research, 57(1), 1-50. https://doi.org/10.3102/00346543057001001
MATTOS, Carmen Lúcia Guimarães de. Etnografia na escola: duas décadas de pesquisa sobre o fracasso escolar no ensino fundamental. In: Carmen Lúcia Guimarães de Mattos e Helena Amaral da Fontoura (Org.) Educação e Etnografia: relatos de pesquisa. Rio de Janeiro, EdUERJ, p.11-30, 2009.
MATTOS, Carmen Lucia Guimarães de. Estranho e Familiar: abordagens etnográficas da escola na França e no Brasil. Rio de Janeiro: NetEdu, v. 1.149p. 2004.
MATTOS, Carmen Lucia Guimarães de. Estudos etnográficos da educação: uma revisão de tendências no Brasil. In: CLARETO, S. Pesquisa Qualitativa: atualidades e perspectivas. Juiz de Fora, Educação em Foco, vol. 11, n.1, p. 169-187, mai/ago, 2006.
MATTOS, Carmen Lucia Guimarães de. Metacognição em Sala de Aula. Rio de Janeiro: ProPEd/ UERJ. Relatório de Pesquisa, 2001.
MATTOS, Carmen Lucia Guimarães; CASTRO, Paula Almeida de. Entrevista como instrumento de pesquisa nos estudos sobre fracasso escolar. Anais do IV Seminário Internacional de Pesquisa e Estudos Qualitativos, São Paulo: UNESP, 2010. Disponível em: https://arquivo.sepq.org.br/IV-SIPEQ/Anais/artigos/42.pdf Acesso em: 31 de maio, 2024.
MONTEIRO, Roberto. Fazendo e aprendendo pesquisa qualitativa em educação. Minas Gerais: Feme, 1998.
OYĚWÙMÍ, Oyeronke. Visualizing the Body: Western Theories and African Subjects In: Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí. The invention of women: making an African sense of western gender discourses. Minneapolis: University of Minnesota Press, p. 1- 30, 1997.
PEIRANO, Mariza. A favor da etnografia. Rio de Janeiro, Relume-Dumará, 1995.
PEIRANO, Mariza. Etnografia não é método. Revista Horizontes Antropológicos. Vol. 20, nº 42, p. 377-391, 2014.
PEREIRA-TOSTA, Sandra. Antropologia e educação: culturas e identidades na escola. Magis, Revista Internacional de Investigación en Educación. Vol.3, nº 6, p 413-431, 2011.
Xxxx. Multiplicidades da avaliação escolar: um estudo etnográfico sobre a repetência. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2016.
##submission.downloads##
Pubblicato
Come citare
Fascicolo
Sezione
Licenza
Copyright (c) 2024 Cadernos de Pesquisa
TQuesto lavoro è fornito con la licenza Creative Commons Attribuzione 4.0 Internazionale.
A Cadernos de Pesquisa está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.