O trabalho de campo na etnografia: o Estar lá e escrever aqui
DOI:
https://doi.org/10.18764/2178-2229v31n2.2024.23Palavras-chave:
etnografia, pesquisa de campo, entrevista etnográfica, educaçãoResumo
O processo de escrita de um texto etnográfico, ainda, é um desafio à pesquisa educacional. Clifford Geertz, “Obras e vidas: o antropólogo como autor”, nos leva a refletir sobre os processos de autoria pautados na antropologia moderna relacionando múltiplas dimensões do trabalho de campo. O presente artigo objetiva refletir sobre a descrição densa e as entrevistas etnográficas como formas de emergir as teorizações que produzimos a partir da empiria. Partimos do trabalho de Três pesquisas etnográficas, em tempos distintos, em nível de doutoramento no campo da Educação. Elas tratam de sujeitos que, muitas vezes, não são ouvidos: estudantes de ensino fundamental e médio de escolas públicas e mulheres privadas de liberdade. As questões propostas são: O que é o trabalho de campo etnográfico? Qual reflexividade emerge da escrita etnográfica? O campo é o cenário da escrita etnográfica em Educação? Em etnografia o pesquisador usa dois meios de coleta de dados: observar e perguntar. O que as ações das pessoas significam para elas pode ser aparente a partir da observação, no entanto, é necessário perguntar, buscando estabelecer uma relação não
hierárquica e de respeito à fala do outro. Importante enfatizar, que, as análises são permeadas por uma miríade de olhares, vozes e sentidos para a produção de conhecimento. Optamos pela escuta atenta de pessoas em situação de exclusão aos quais tem sido negado o direito à palavra, pois não se faz pesquisa, nem política pública, nem educação, sem o sujeito para a qual essas ações se dirijam.
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