Exercícios pedagógicos na Universidade em dois tempos: a literatura arquitetando espaços de educação
DOI:
https://doi.org/10.18764/2178-2229v31n2.2024.32Palavras-chave:
literatura, formação de professores, Espaços pedagógicosResumo
Este artigo tem como objetivo construir algumas aproximações entre literatura e formação a partir
das sugestões oferecidas pela ideia de espaços de educação elaborada por Carlos Reis, professor da Universidade de Coimbra. Considerando os efeitos construtivos do espaço literário nas representações a respeito do espaço escolar e, assim, as variadas refrações do primeiro na formação de professores, discutem-se duas hipóteses que já orientaram formas de ensino em cursos de Pedagogia e Licenciatura, as quais tomaram a literatura como fator estruturante. No primeiro caso, trata-se da proposição da leitura de “A língua Absolvida”,
de Elias Canetti, e posterior elaboração de ensaios nos quais os estudantes tematizavam dimensões variadas de processos formativos. No segundo caso, apresenta-se a invenção de práticas de ensino a partir da leitura de obras ficcionais. Colocados em ação em períodos distintos, o primeiro entre a segunda metade da década de 1980 e os anos 2000 e o segundo em 2021, tais exercícios pedagógicos indicam a pertinência das aproximações entre obras de ficção, memorialísticas e/ou autobiográficas e a educação, possibilitando a criação de vínculos entre traços das biografias dos sujeitos envolvidos, suas trajetórias formativas e categorias pessoais
de percepção e de apreciação da realidade. O compartilhamento de sentidos atribuídos à sala de aula, aos alunos, à docência, entre outros, mostraram-se fecundos para a iniciação docente nas questões de ensino. Além disso, os exercícios tomaram o ensino como atividade criativa que instaura provisoriamente espaços pedagógicos.
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