A ESTIMULAÇÃO PRECOCE NO ATENDIMENTO DA CRIANÇA PÚBLICO-ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
DOI:
https://doi.org/10.18764/2178-2229v30n4.2023.75Palavras-chave:
educação especial, estimulação precoce, educação infantilResumo
A pesquisa de que provém o artigo visa conhecer as práticas desenvolvidas pelos professores de educação especial, a partir do conceito de estimulação precoce no contexto da educação infantil, com fundamento na psicologia histórico-cultural e na abordagem histórico-crítica. Trata-se de um trabalho de natureza qualitativa do tipo estudo de caso. Para produção dos dados, utilizaram-se entrevistas semiestruturadas com os professores de educação especial e registro de diário de campo. Os sujeitos do estudo foram professores de educação especial que atuam no AEE na educação infantil. Com as pesquisas a respeito da estimulação precoce, compreende-se que historicamente ela se caracteriza a partir da resolução de problemas do desenvolvimento infantil, tendo em vista uma perspectiva reabilitativa com foco na deficiência da criança. Os dados produzidos indicam que os professores tendem a considerar a estimulação precoce como uma prática do trabalho docente e acabam deixando de destacar outras atribuições que caracterizam sua ação. Desse modo, quando a função “ensinar” for assumida pelo professor de forma plena, acima de outras atividades e demandas, o foco incidirá mais nas crianças e em suas possibilidades, favorecendo o seu desenvolvimento global e sobretudo o processo de inclusão.
Downloads
Referências
ARCE, Alessandra; SILVA, Janaina Cassiano. É possível ensinar no berçário? O ensino como eixo articulador do trabalho com bebês (6 meses a 1 ano de idade. In: ARCE, Alessandra; MARTINS, Lígia Marcia (Org.). Ensinando aos pequenos de zero a três anos. Campinas: Editora Alínea, 2012. p. 163-185.
BARBOSA, Genario Alves. Critérios para estabelecimento de programas em estimulação precoce. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, São Paulo, v. 42, n. 8, p. 417-19, 1993.
BAPTISTA, Claudio Roberto. Ação pedagógica e educação especial: para além do AEE. In: JESUS, Denise Meireles; BAPTISTA, Claudio Roberto; CAIADO, Kátia Regina Moreno (Org.). Prática pedagógica na educação especial: multiplicidade do atendimento educacional especializado. Araraquara: Junqueira & Marin, 2013. p.43-62.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição [da] República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/518231/CF88_Livro_EC91_2016.pdf. Acesso em: 23 abr. 2019.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Seção 1. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 19 set. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara da Educação Básica. Resolução nº 4, de 2 de outubro de 2009. Institui as diretrizes operacionais para o Atendimento Educacional Especializado, modalidade de educação especial. Brasília, 2009. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf. Acesso em: 9 set. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Nota Técnica Conjunta nº 2/MEC/SECADO/DPEE – SEB/DICEI, de 4 de agosto de 2015. Orientações para a organização e oferta do Atendimento Educacional Especializado na Educação Infantil. Brasília, 2015.
BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes de estimulação precoce: crianças de zero a 3 anos com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. Brasília, 2016.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de Atenção à Saúde Ocular na Infância: detecção e intervenção precoce para prevenção de deficiências visuais. Brasília, 2013.
BRASIL. Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação inclusiva. Brasília: MECSesp, 2008. Disponível em: http://peei.mec.gov.br/arquivos/politica_nacional_educacao_especial.pdf. Acesso em: 23 abr. 2018.
CENCI, Adriane; COSTAS, Fabiane Adela Tonetto. Conceitos cotidianos e aprendizagem escolar. Travessias, Cascavel, v. 4, n. 3, p. 366-373, 2010. Disponível em: http://www.unioeste.br/travessias/EDUCACAO/CONCEITOS%20COTIDIANOS.pdf. Acesso em: 11 fev. 2020.
COSTA, Regina Célia Gradowski Farias da. O estado do conhecimento sobre estimulação precoce no conjunto de teses e dissertações brasileiras. 2013. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2013.
DIAS, Sueli de Souza; OLIVEIRA, Maria Cláudia Santos Lopes de. Deficiência intelectual na perspectiva histórico-cultural: contribuições ao estudo do desenvolvimento adulto. Rev. bras. educ. espec., Marília, v. 19, n. .2, p. 169-182, abr./jun. 2013.
ESTIMULAR. In: Dicionário online: dicionário Caldas Aulete. [2024]. Disponível em: http://www.aulete.com.br/estimular. Acesso em: 23 abr. 2019.
ESTIMULAR. In: Michaelis on-line. 2024. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=estimular. Acesso em: 23 abr. 2019.
HANSEL, Ana Flávia. Estimulação precoce baseada em equipe interdisciplinar e participação familiar: concepções de profissionais e pais. 2012. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2012. Disponível em http://www.ppge.ufpr.br/teses%20d2012/d2012_Ana%20Flavia%20Hansel.pdf. Acesso em: 10 março 2017.
HOLANDA, Isabel Cristina Luck Coelho de. Ações educativas na estimulação precoce: análise do desempenho das mães no cuidado diário. 2004. Dissertação (Mestrado em Educação em Saúde) – Fundação Edson Queiroz, Universidade de Fortaleza, Fortaleza, 2004.
JANNUZZI, Giberta S. de Martino. A educação dos deficientes no Brasil: dos primórdios ao início do século XXI. 3. ed. Campinas: Autores Associados, 2012.
JERUSALINSKY, Julieta. Um olhar que faz a diferença. Revista Viver Mente & Cérebro, v. 3, p. 86-91, 2008.
KASSAR, Mônica de Carvalho Magalhães. Educação especial na perspectiva da educação inclusiva: desafios da implantação de uma política nacional. Educar em Revista, Curitiba, n. 41, p. 61-79, jul./set. 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/er/n41/05.pdf. Acesso em: 5 fev. 2020.
LAPA, Manuela Sofia Fuste; ALMEIDA, Catarina Tomás. Participação das crianças em intervenção precoce: representações sociais de técnicas e famílias. Revista Educação Especial, Santa Maria, p. 459-472, maio 2015. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/15830. Acesso em: 15 mar. 2017.
MARTINS, Lígia Marcia. O ensino e o desenvolvimento da criança de zero a três anos. In: ARCE, Alessandra; MARTINS, Lígia Marcia (Org.). Ensinando aos pequenos de zero a três anos. Campinas: Alínea, 2012. p. 93-122.
MARTINS, Lígia Marcia. Os fundamentos psicológicos da pedagogia histórico-crítica e os fundamentos pedagógicos da psicologia histórico-cultural. Germinal: Marxismo e Educação em Debate, Salvador, v. 5, n. 2, p. 130-143, dez. 2013.
MAZZOTA, Marcos José da Silveira. Educação Especial no Brasil: história e políticas públicas. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
OLIVEIRA, Ivone Martins; PADILHA, Anna Maria Lunardi. Ação pedagógica e educação especial: para além do AEE. In: JESUS, Denise Meireles; BAPTISTA, Claudio Roberto; CAIADO, Kátia Regina Moreno (Org.). Prática pedagógica na educação especial: multiplicidade do atendimento educacional especializado. Araraquara: Junqueira & Marin, 2013.
PADILHA, Anna Maria Lunardi. Alunos com deficiência intelectual: reflexões sobre o conceito de desenvolvimento das funções psíquicas superiores e o papel da educação escolar na perspectiva histórico-cultural da escola de Lev Vigotski. Horizontes, v. 36, n. 3, p. 62-73, set./dez. 2018. Disponível em: https://doi.org/10.24933/horizontes.v36i3.681. Acesso em: 23 maio 2019.
PRECOCE. In: Dicionário online: dicionário Caldas Aulete. [2024]. Disponível em: http://www.aulete.com.br/precoce. Acesso em: 23 abr. 2019.
PRECOCE. In: Michaelis on-line. 2024. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=precoce. Acesso em: 23 abr. 2019.
REGEN, Mina. Estimulação precoce: habilitação da criança portadora de deficiência mental. In: DIAMENT, Aron; CYPEL, Saul (Coord.) Neurologia infantil. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 1996. p.1306-1321.
SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia. 30. ed. Campinas: Autores Associados, 1995. (Coleção polêmicas do nosso tempo).
SAVIANI, Dermeval; DUARTE, Newton. Pedagogia histórico-crítica e luta de classes na educação escolar. Campinas: Autores Associados, 2012.
TUNES, Elizabeth; SOUZA, Jaci Augusta de; RANGEL, Roberta Bevilaqua. Identificando concepções relacionadas à prática com o deficiente mental. Revista Brasileira de Educação Especial, v. 2, n. 4, p. 7-18, 1997.
VIEIRA, Eliza Revesso. A reorganização do espaço da sala de educação infantil: uma experiência concreta à luz da teoria histórico-cultural. 2009. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília, 2009.
VYGOTSKI, Lev Semiónovic. Obras escogidas: fundamentos da defectologia. v. 5 Madrid: Machado Libros, 2012.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Cadernos de Pesquisa
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Cadernos de Pesquisa está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.