A CIDADE COMO CAMPO DA EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E AS EXPERIÊNCIAS DAS CRIANÇAS

Autores

  • Renata Sieiro Fernandes Centro Universitário Salesiano de São Paulo (UNISAL)
  • Antonio Carlos Miranda Centro Universitário Salesiano de São Paulo (UNISAL)
  • Irene Quintáns Red OCARA

DOI:

https://doi.org/10.18764/2178-2229.v25n4p147-166

Palavras-chave:

Educação não formal, Cidade educativa, Educação e cultura, Currículo,

Resumo

Parte-se da ideia da cidade como campo da educação não formal. Dentre os usos e ocupações atuais do espaço público por contestação, manifestação, lazer, sob orientações políticas, étnicas, artísticas, ambientais, lúdicas, pelo público adulto, têm surgido experiências que envolvem as crianças, como sujeitos-cidadãos ativos e participativos na cidade, o que vem a constituir a experiência da cidade. O objetivo é apresentar e discutir aspectos educativos no campo da educação não formal que são desenvolvidos por meio de ações sociais e comunitárias, relacionando com o conceito de currículo e de currículo oculto no espaço da cidade. Metodologicamente, é um estudo exploratório, de abordagem qualitativa no campo da Educação, do tipo bibliográfico e documental e descritivo e analítico quanto aos seus objetivos. Parte do levantamento de práticas nacionais de educação não formal na cidade envolvendo crianças, tendo sido selecionados 5 projetos dentro de duas categorias denominadas projetos de revitalização do espaço público e projetos de escuta das crianças, para discussão. O referencial teórico baseia-se em Trilla, Sennett, Lefebvre e outros. Os dados mostram que, na ocupação dos espaços públicos, o currículo deixa de ser prescrito para ser construído pelas comunidades, na promoção das oportunidades de acesso aos bens sociais e culturais nas três dimensões em que a cidade educa: aprender da cidade, aprender na cidade, aprender a cidade. As crianças que participam dos projetos são entendidas como sujeitos sociais e públicos e que produzem cultura (não apenas a reiteram), promovendo processos de criação, reinvenção e modificação do entorno, do que é comum, das comunidades e da sociedade. Conclui-se que essa participação e as ações empreendidas dão margem a novas possibilidades de atuação no mundo, tirando os sujeitos das tiranias da intimidade.

Palavras-chave: Educação não formal. Cidade educativa. Educação e cultura. Currículo.

THE CITY AS A FIELD OF NON-FORMAL EDUCATION AND THE EXPERIENCES OF CHILDREN 

Abstract

This article starts with the idea of the city as a place of non-formal education. Among the current uses and occupations of the public space for contestation, demonstration, leisure, under political, ethnic, artistic, environmental and playful orientations by the adult public, experiences have arisen that involve children as active and participative citizen subjects in the city. This is what constitutes the experience of the city. The objective is to present and discuss educational aspects in the field of non-formal education that are developed through social and community actions, relating to the concept of curriculum and hidden curriculum in the universe of the city. Methodologically, it is an exploratory study, qualitative approach in the field of Education, bibliographic and documentary type and descriptive and analytical about its objectives. Part of the survey of national practices of non-formal education in the city involving children, 5 projects were selected within two categories called projects of revitalization of public space and projects of listening to children, for discussion. The theoretical framework is based on Trilla, Sennett, Lefebvre and others. The data show that, in the occupation of public spaces, the curriculum is no longer prescribed to be built by the communities, in promoting opportunities for access to social and cultural goods in the three dimensions in which the city educates: learning from the city, learning in the city , learn the city. The children who participate in the projects are understood as social and public subjects and that produce culture (not only reiterate it), promoting processes of creation, reinvention and modification of the environment, of what is common, of communities and of society. It is concluded that this participation and the actions undertaken give rise to new possibilities of action in the world, taking the subjects from the tyrannies of intimacy.

Keywords: Non-formal education. Educational city. Education and culture. Curriculum.

LA CIUDAD COMO CAMPO DE LA EDUCACIÓN NO FORMAL Y LAS EXPERIENCIAS DE LOS NIÑOS

Resumen

Se parte de la idea de la ciudad como lugar de educación no formal. En el caso de los niños, como sujetos ciudadanos activos y participativos en la ciudad, entre los usos y ocupaciones actuales del espacio público por contestación, manifestación, ocio, bajo orientaciones políticas, étnicas, artísticas, ambientales, lúdicas, por el público adulto, han surgido experiencias que involucran a los niños, lo que viene a constituir la experiencia de la ciudad. El objetivo es presentar y discutir aspectos educativos en el campo de la educación no formales que se desarrollan a través de acciones sociales y comunitarias, relacionándose con el concepto de currículo y de currículo oculto en el universo de la ciudad. Metodológicamente, es un estudio exploratorio, de abordaje cualitativo en el campo de la Educación, del tipo bibliográfico y documental y descriptivo y analítico en cuanto a sus objetivos. Parte del levantamiento de prácticas nacionales de educación no formal en la ciudad que involucra a niños, se seleccionaron 5 proyectos dentro de dos categorías denominadas proyectos de revitalización del espacio público y proyectos de escucha de los niños, para discusión. El referencial teórico se basa en Trilla, Sennett, Lefebvre y otros. Los datos muestran que, en la ocupación de los espacios públicos, el currículo deja de ser prescrito para ser construido por las comunidades, en la promoción de las oportunidades de acceso a los bienes sociales y culturales en las tres dimensiones en que la ciudad educa: aprender de la ciudad, aprender en la ciudad , aprender la ciudad. Los niños que participan en los proyectos son entendidos como sujetos sociales y públicos y que producen cultura (no sólo la reiteran), promoviendo procesos de creación, reinvención y modificación del entorno, de lo que es común, de las comunidades y de la sociedad. Se concluye que esa participación y las acciones emprendidas dan lugar a nuevas posibilidades de actuación en el mundo, sacando a los sujetos de las tiranías de la intimidad.

Palabras clave: Educación no formal. Ciudad educativa. Educación y cultura. Currículo.

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Biografia do Autor

Renata Sieiro Fernandes, Centro Universitário Salesiano de São Paulo (UNISAL)

Pedagoga, mestre, doutora e pós-doutora em Educação pela Faculdade de Educação – UNICAMP, docente no programa de Mestrado em Educação e na Graduação em Pedagogia do Centro Universitário Salesiano de São Paulo - UNISAL, campus Americana-SP.

Antonio Carlos Miranda, Centro Universitário Salesiano de São Paulo (UNISAL)

Doutorado em Educação na especificidade Ensino, Avaliação e Formação de Professores, Graduação em Pedagogia, mestrado em Educação, todos pela Universidade Estadual de Campinas. Professora Doutora no Programa de Mestrado em Educação e na Graduação em Pedagogia do Centro Universitário Salesiano de São Paulo (UNISAL), campus Americana, membro da Comissão Própria de Avaliação - (CPA) da rede e membro do grupo de pesquisa História da Práxis Educativa Social e Comunitária - (HIPE). Na UNICAMP participa do grupo de pesquisa em avaliação na Faculdade de Educação Laboratório de Observações e Estudos Descritivos - (LOED) como pesquisador CNPq e no Projeto Observatório da Educação – Capes/OBEDUC. Possui vasta experiência na área de Educação, com ênfase em Gestão, Planejamento, Avaliação Institucional e de Sistemas.

Irene Quintáns, Red OCARA

Arquiteta urbanista especialista em Estudos Territoriais, Políticas Sociais, Mobilidade, Habitação e Gestão Urbanística (UPC, Barcelona) Participou da Urbanização de Paraisópolis (Secretaria de Habitação), sendo responsável e idealizadora do Projeto Caminho Escolar de Paraisópolis. Diretora e curadora de OCARA, rede latino-americana de experiências e projetos sobre cidade, arte, arquitetura e espaço público nos quais participam crianças. Foi pesquisadora da Fundação Ford – IBDU (Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico). Vice-presidenta da IPA Brasil (Associação Brasileira pelo Direto de Brincar, reconhecida oficialmente como Organização de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente pela Câmara Municipal da cidade de São Paulo, assim como membro da Rede Nacional Primeira Infância-RNPI-Brasil).

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Publicado

2018-12-30

Como Citar

FERNANDES, Renata Sieiro; MIRANDA, Antonio Carlos; QUINTÁNS, Irene.
A CIDADE COMO CAMPO DA EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E AS EXPERIÊNCIAS DAS CRIANÇAS
. Cadernos de Pesquisa, v. 25, n. 4, p. 147–166, 30 Dez 2018 Disponível em: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/cadernosdepesquisa/article/view/10446. Acesso em: 22 dez 2024.

Edição

Seção

Artigos