ABRAÃO, “PAI DA FÉ” E “AMIGO DE DEUS”, COMO PROTÓTIPO DE UMA NOVA EXISTÊNCIA E A FÉ COMO RELAÇÃO ABSOLUTA COM O ABSOLUTO EM KIEERKEGAARD
Resumo
Detendo-se na disposição de Abraão em sacrificar a Deus o seu filho, Isaque, o artigo assinala que o ato de fé instaura uma nova experiência existencial na medida em que, segundo o referencial teórico de Mircea Eliade, consiste na sobreposição dos gestos arquetípicos do homo religiosus e do movimento que reatualiza a história sagrada e alcança o real e o significativo pela relação absoluta com o Absoluto. Dessa forma, o artigo mostra que, convergindo para uma forma de existência que se sobrepõe à instância do geral, a fé, conforme a leitura teológico-filosófica de Kierkegaard, consiste no paradoxo entre paixão infinita da interioridade e a incerteza objetiva em um movimento que envolve uma tensão inaplacável entre existência e transcendência que acena com a necessidade da intrusão do eterno no temporal através da manifestação do Deus-Homem Jesus Cristo na medida em que é este acontecimento que, de acordo com a perspectiva teológico-bíblica, possibilita a realização de um novo ser e de uma nova existência.Downloads
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