CAPITALISMO E RELAÇÃO SOCIAL: uma rediscussão

Autores

  • Laurenio Leite Sombra UEFS

DOI:

https://doi.org/10.18764/2236-4358v12n37.2022.58

Palavras-chave:

Marx, Capitalismo, Propriedade, Valor

Resumo

Este artigo visa investigar, em diálogo com Marx, as relações sociais subjacentes ao capitalismo. Se considerarmos que, do ponto de vista marxiano, as classes sociais são configuradas de acordo com certo modelo histórico de propriedade, uma estratégia fundamental para essa investigação será rediscutir o conceito de propriedade, a partir do antropólogo francês Maurice Godelier. Esta rediscussão, como se verá, permite repensar as divisões sociais que se estabelecem ao longo da história, inclusive no capitalismo, permitindo caracterizar (não como um fator exógeno) divisões de gênero e raciais, por exemplo. Outro ponto fundamental será rediscutir o conceito marxiano de valor (pensado como valor produtivo-mercantil), tentando desvelar como ele já sinaliza para o modelo específico de relação social subjacente ao capitalismo e como aponta para uma transformação profunda nas relações humanas e nas relações com a natureza. Finalmente, o artigo busca pensar quais os desafios que o capitalismo impõe ao próprio destino da humanidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANTUNES, Ricardo. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. 2ª edição. São Paulo: Boitempo, 2009.

CHILDE, Gordon. A evolução cultural do homem. Tradução de Waltensir Dutra. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1975.

FEDERICI, Silvia. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. Tradução do coletivo Sycorax. São Paulo: Elefante, 2017.

FERGUSON, Susan. “Feminismos intersectional e da reprodução social: rumo a uma ontologia integrativa”. Cadernos cemarx, n. 10, 2017.

FISHER, Mark. Realismo capitalista: é mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo? Tradução de Rodrigo Gonsalves, Jorge Adeodato e Maikel da Silveira. São Paulo, Autonomia Literária, 2020.

FRASER, Nancy. “Is capitalism necessarily racist?”. Politics letters, Issue #15, 2019.

GODELIER, Maurice. Lo ideal y lo material: pensamiento, economías, sociedades. Tradução de A. J. Desmont. Madrid: Taurus Humanidades, 1990.

HARTOG, François. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo. Vários tradutores. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013.

KOSELLECK, Reinhart. Historias de conceptos: estudios sobre semántica y pragmática del lenguaje político y social. Tradução de Luís Fernández Torres. Madrid: Editora Trotta, 2012.

LERNER, Gerda. A criação do patriarcado: história da opressão das mulheres pelos homens. Tradução deLuiza Sellera. São Paulo: Cultrix, 2019.

LINERA, Álvaro Garcia. “Lo común, lo público y el Estado”. Centro Latinoamericano de Análisis Estratégico. Outubro de 2015. Obtido no link

https://estrategia.la/2021/10/15/lo-comun-lo-publico-y-el-estado/ no dia 25/07/2022.

LUKÁCS, Györg. História e consciência de classe: estudos sobre a dialética marxista. Tradução de Rodnei Nascimento. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. Manifesto do partido comunista. Tradução de Luciano Carvini Martorano. São Paulo: Martin Claret, 2014.

MARX, Karl. Contribuição à crítica da economia política. 2ª edição. Tradução de Florestan Fernandes. São Paulo: Expressão Popular, 2008.

_______. Grundrisse: manuscritos econômicos de 1857-1858: esboços da crítica da economia política. Tradução de Mário Duayer e Nélio Schneider. São Paulo: Boitempo; Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2011.

_______. O capital: crítica da economia política: livro I: o processo de produção do capital. 2ª edição. Tradução de Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo, 2017.

_______. O capital: crítica da economia política. Livro III: o processo global da produção capitalista. Tradução de Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo, 2017b. [Versão eletrônica].

MAUSS, Marcel. “Ensaio sobre a dádiva. Forma e razão da troca nas sociedades arcaicas”. In: MAUSS, Marcel. Sociologia e antropologia. Volume II. Tradução de Mauro W. B. de Almeida. São Paulo: EPU, 1974.

QUIJANO, Aníbal. “Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina”. In: LANDER, Edgardo (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005.

RIBEIRO, Darcy. O processo civilizatório: etapas da evolução sociocultural. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

RUBIN, Isaak Iilich. A teoria marxista do valor. Tradução de José Bonifácio de S. Amaral Filho.São Paulo: Editora Polis, 1987.

SOMBRA, Laurenio Leite. “Rede de sentidos e antagonismo: reconstruindo os fios”. Revista Ideação, Dossiê Especial NEF, 2020.

_______. “A pandemia, o ideal e o material”. Investigação filosófica, v. 11, n. 2, 2020b.

_______. “El individualismo en el contexto de la diferencia colonial”. In: CEPEDA, Luís Rubén Dias, AYALA, Susana Báez e DANIEL, Gustavo Héron Pérez. Filosofía de la Liberación y Giro Decolonial: caminos a la transmodernidade. Ciudad Juárez: Universidad Autónoma de Ciudad Juárez, 2021.

SOUZA, Jessé. A classe média no espelho: sua história, seus sonhos e ilusões, sua realidade. Rio de Janeiro: Estação Brasil, 2018.

TEMPLE, Dominique. La dialectica del don: ensayo sobre la oikonomia de las comunidades indígenas. La Paz: Hisbol, 1995.

WALLACE-WELLS, David. A terra inabitável: uma história do futuro. Tradução de Cássio de Arantes Leite. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

WOOD, Ellen Meiskins. “As origens agrárias do capitalismo”. Tradução de Lígia Osório Silva. Crítica Marxista, v. 1, n. 10, 2000.

Downloads

Publicado

2022-12-13

Como Citar

Sombra, L. L. (2022). CAPITALISMO E RELAÇÃO SOCIAL: uma rediscussão. Revista Húmus, 12(37). https://doi.org/10.18764/2236-4358v12n37.2022.58

Edição

Seção

"Filosofia como crítica da tradição e da realidade”