“PARIRÁS COM DOR” : uma leitura crítica sobre a violência obstétrica no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18764/2236-4358v12n36.2022.30

Palavras-chave:

violência obstétrica, biopolítica, corpos femininos, medicina social, poder disciplinar

Resumo

O artigo analisa a violência obstétrica no Brasil por meio da biopolítica como forma de controle sob os corpos femininos. O problema que orienta a pesquisa pode ser sintetizado na seguinte pergunta: em que medida o silêncio da violência obstétrica no Brasil, sendo esta realizada durante o pré-natal, parto e/ou puerpério, sustentam o controle sobre os corpos femininos? O objetivo geral do texto consiste em compreender, através da biopolítica, como a violência obstétrica no Brasil se utiliza de meios para controlar os corpos femininos. Pode-se concluir que houve uma tentativa de silenciar a utilização da expressão “violência obstétrica” no Brasil, fato que corrobora a hipótese de que a violência obstétrica é uma forma de agressão legítima no controle sob corpos femininos. O método de pesquisa empregado foi o hipotético-dedutivo, mediante o emprego de técnica de pesquisa bibliográfica e documental.

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Biografia do Autor

Janaína Machado Sturza, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJU)

Pós Doutora em Direito pela UNISINOS. Doutora em Direito pela Universidade de Roma Tre/Itália. Mestre em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Especialista em Demandas Sociais e Políticas Públicas também pela Unisc. Professora na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJU), Lecionando na Graduação em Direito e no Programa de Pós-Graduação em Direito - Mestrado e Doutorado. Integrante da Rede Iberoamericana de Direito Sanitário. Integrante do Comitê Gestor da Rede de Pesquisa em Direitos Humanos e Políticas Públicas. Integrante do Grupo de Pesquisa Biopolítica e Direitos Humanos (CNPq). Pesquisadora Gaúcha Fapergs – Pqg Edital 05/2019.

Maiquel Dezordi Wermuth, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJU)

Doutor e Mestre em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Especialista em Direito Penal e Direito Processual Penal e Bacharel em Direito pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ). Coordenador do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito – Mestrado e Doutorado em Direitos Humanos – da UNIJUÍ. Professor do Curso de Graduação em Direito da UNIJUÍ. Pesquisador Gaúcho da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS). Líder do Grupo de Pesquisa Biopolítica e Direitos Humanos, certificado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Membro da Rede Brasileira de Pesquisa Jurídica em Direitos Humanos. Coordenador do Projeto PROCAD/CAPES “Rede de cooperação acadêmica e pesquisa: eficiência, efetividade e economicidade nas políticas de segurança pública com utilização de serviços de monitoração eletrônica e integração de bancos de dados”.

Milena Cereser da Rosa, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJU)

Mestranda em Direito na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ). Bolsista do Programa de Cooperação Acadêmica em Segurança Pública e Ciências Forenses (PROCAD-CAPES). Advogada.

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Publicado

2022-08-16

Como Citar

Sturza, J. M., Wermuth, M. D., & Rosa, M. C. da. (2022). “PARIRÁS COM DOR” : uma leitura crítica sobre a violência obstétrica no Brasil. Revista Húmus, 12(36). https://doi.org/10.18764/2236-4358v12n36.2022.30

Edição

Seção

Perspectivas do Direito, Educação e Literatura