EDITORIAL
Resumo
Pandemia e repressão como aspectos visíveis do fenômeno da decadência ocidental, além de figurarem como o eixo que estabelece a base dessa edição da Revista Húmus, permeiam os artigos que a compõe, seja de maneira explícita, seja de forma indireta. Fato é que os efeitos da pandemia que se fez presente no ano de 2020 repercutiram de modo significativo em diversos âmbitos da sociedade, de modo que as consequências desse ocorrido estão sendo observadas implícita ou explicitamente no sentir, no pensar e no agir. Resultado disso é o atual ambiente no qual causas e efeitos, ambos advindos de um mesmo chão, surgem reverberando implicações que se situam num mesmo tom. Por mais que em segmentos diversos, o flagelo da COVID-19 segue operante como fator que influenciou a dinâmica das relações nos mais variados setores da sociedade, cuja repercussão entoa seus dizeres como produtores de sentido nos diversos ramos do saber.
Não é à toa, portanto, que se diz que por mais que nem todos os artigos que compõem essa edição versem sobre pontos envoltos à questão do coronavírus, a repercussão pandêmica serve também como ponto de apoio a partir do qual os textos podem ser lidos: os assuntos sobre os quais os autores se debruçam permanecerão de igual modo quando após certo período transcorrido pós-pandemia? É uma das chaves tantas possíveis de análise dos escritos.
A presente edição conta com abordagens filosóficas sobre textos de Spivak, Foucault, Byung-Chul-Han, entre outros, estabelecendo ainda ligações com a crítica e estudos literários. No âmbito do desenvolvimento regional, têm-se assuntos como a segurança pública, governança corporativa e discussões sobre a relação entre espaços público e privado debatidos com demais perspectivas. Por fim, no que tange às análises possíveis nas perspectivas jurídica, literária e pedagógica, questões como direitos fundamentais, alienação parental, ciberterrorismo e demais problemáticas da contemporaneidade estão entre os temas trabalhados. Certamente uma leitura rica e proveitosa é o que pode se esperar.