Potencialidades da neurotecnologia para votação de pessoas tetraplégicas como instrumento de emancipação humana

Resumo

Garantir a inclusão e a acessibilidade aos serviços públicos prestados pelas instituições é essencial para promover os valores da igualdade e da democracia, principalmente em relação às eleições. De forma a assegurar a participação de todos ao processo eleitoral, a Justiça Eleitoral tem buscado vias de acessibilidade. Desse modo, procuramos empregar uma Tecnologia Assistiva (TA) para que pessoas tetraplégicas tenham acesso ao processo eleitoral promovendo a sua emancipação humana. Nesse sentido, a presente pesquisa objetiva demonstrar o nosso trabalho relativo à TA com pessoas tetraplégicas, evidenciando o desenvolvimento das suas potencialidades. Fundamenta-se em neurotecnologia, a qual promove a autonomia dessas pessoas para que possam participar de votações no processo eleitoral e também se fundamenta no conceito de emancipação humana a partir do pensamento de Theodor Adorno, pois, ao promover essa autonomia, ocorre também a emancipação desses sujeitos, cuja teoria buscamos no filósofo supracitado. O emprego de tal tecnologia faz parte do nosso doutorado em Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e está sendo desenvolvido para a aplicação pela justiça eleitoral em futuras eleições. Para esse intento, utilizamos a pesquisa ação, com uma abordagem qualitativa e o método dialético, cujo resultado é o desenvolvimento de um protótipo de TA baseada em neurotecnologia não invasiva que permite a uma pessoa tetraplégica votar, selecionando os números correspondentes aos candidatos na eleição, por meio de suas ondas cerebrais, simplesmente piscando os olhos, promovendo a sua emancipação humana.