Tornar-se mulher

epistemologias e pedagogias outras

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18764/2358-4319v16n3.2023.59

Palavras-chave:

colonialidade, decolonialidade, feminismos

Resumo

O texto aborda a produção da metanarrativa sujeito mulher pelo pensamento moderno ocidental e colonialista, sob perspectiva teórico-epistemológica pluralista, recorrendo à teorização combinada dos conceitos desconstrução de Derrida, colonialidade/decolonialidade em Maldonado Torres e Quijano, estudos de gênero, realizados por Rago, Meyer, Hollanda, Chimamada, entre outras, e a Teoria Queer elaborada por Butler. Objetiva-se evidenciar a problematização da produção discursiva de um sujeito mulher ocidentalizado pela colonização e o colonialismo, calcados na captura dos corpos e na normalização de hierarquias de gênero. Os estudos de gênero e a Teoria Queer analisam as relações de poder assimétricas e os processos de subjetivação decorrentes da transversalização das diferenças de classe social, sexualidade, raça e etnia, trazendo à tona os movimentos feministas como acontecimentos históricos, sociais e políticos que advogam pela pluralidade das materialidades das existências de mulheres e as resistências forjadas no combate às expressões do machismo, sexismo e racismo. Assim, estas teorizações possibilitam desconstruir a naturalização dos modos de subjetivação gerados pelo pensamento moderno ocidental e colonialista. Evidenciam fissuras teórico-epistemológicas e políticas decoloniais produzidas por mulheres que se tornam mulheres ao forjar, coletivamente, a criação de epistemologias e pedagogias outras em múltiplos contextos sociais, políticos, culturais e científicos.

Metrics

PDF views
92
Nov 22 '23Nov 25 '23Nov 28 '23Dec 01 '23Dec 04 '23Dec 07 '23Dec 10 '23Dec 13 '23Dec 16 '23Dec 19 '239
|

Downloads

Biografia do Autor

Eliada Mayara Alves Krakhecke, Universidade Federal de Pelotas (UFPel)

Mestra em Ensino pela Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA). Doutoranda em Educação no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Integrante dos Grupos de Pesquisas Philos Sophias e Laboratório Imagens da Justiça.

Helén de Oliveira Soares Jardim, Universidade Federal de Pelotas

Mestra em Ensino pela Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA). Doutoranda em Educação no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Integrante dos Grupos de Pesquisas Philos Sophias e Laboratório Imagens da Justiça.

Dulce Mari da Silva Voss, Universidade Federal do Pampa

Pós-Doutora pelo Programa de Pós-Graduação Doutorado em Educação da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Doutora em Educação pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Docente da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA - Campus Bagé/RS). Líder do Grupo de Pesquisa Philos Sophias.

Referências

ALVES, Eliada Mayara Cardoso da Silva; VOSS, Dulce Mari da Silva. Mulheres em mirada decolonial: um quase tudo. In: VOSS, Dulce Mari da Silva. (org.). Mulheres escrevendo e pensando com mulheres: Filosofias, infâncias e educação. 1. ed. Rio de Janeiro: NEFI, 2022. p. 35-47.

BENTO, Berenice. Transviad@as: gênero, sexualidade e direitos humanos. Salvador: EDUFBA, 2017.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão de identidade. Tradução: Renato Aguiar. 11. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016.

CHIMAMANDA, Ngozi Adichie. O perigo de uma história única. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

COLLINS, Patrícia Hill; BILGE, Sirma. Interseccionalidade. Tradução de Rane Souza. São Paulo: Boitempo, 2020.

COUTINHO, Carlos Nelson. Pluralismo: dimensões teóricas e políticas. Caderno ABESS, São Paulo, n. 4, p. 5-17, 1991.

FOUCALT, Michel. A Ordem do discurso. Aula Inaugural no Collège de France pronunciada em 02 de dezembro de 1970. Tradução Laura Fraga de Almeida Sampaio. São Paulo: Loyola, 1996.

FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas. Tradução Salma Tannus Muchail. 8. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

FOUCAULT, Michel. A Arqueologia do Saber. Tradução Luiz Felipe Baeta Neves. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.

HOLLANDA, Heloisa Buarque de. Explosão Feminista: Arte, Cultura, Política e Universidade. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

KUHNERT, Duda. Performers são, antes de tudo, complicadores culturais. In: HOLLANDA, Heloisa Buarque de. Explosão Feminista: Arte, Cultura, Política e Universidade. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2018. p. 54-71.

LIMA, Cristina. Fórum avalia 30 anos do I Encontro Nacional de Mulheres Negras. Universidade Livre Feminista, 2018. Disponível em: https://feminismo.org.br/forum-avalia-30-anos-do-i-encontro-nacional-de-mulheres-negras/19809/. Acesso em: 07 de maio 2023.

LOURO, Guacira Lopes. O Corpo Educado: pedagogias da Sexualidade. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.

LOURO, Guacira Lopes. Gênero e sexualidade: pedagogias contemporâneas. Pro-Posições, Campinas, v. 19. n. 02, p. 17-23, maio/ago. 2008. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pp/a/fZwcZDzPFNctPLxjzSgYvVC/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 18 maio 2023.

MAINARDES, J. A pesquisa no campo da política educacional: perspectivas teórico-epistemológicas e o lugar do pluralismo. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 23, e230034, p. 1-20, jun. 2018. Disponível em: http://educa.fcc.org.br/scielo.php?pid=S1413-24782018000100127&script=sci_abstract. Acesso: 18 de maio 2023.

MALDONADO-TORRES, Nelson. Analítica da colonialidade e da decolonialidade: algumas Dimensões Básicas. In: BERNARDINO-COSTA, Joaze; MALDONADO-TORRES, Nelson; GROSFOGUEL, Ramón. (Orgs.) Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. 2. ed. Belo Horizonte: Ed. Autêntica, 2019, p. 27-55.

MBEMBE, Achille. Necropolítica. São Paulo: N-1 edições, 2019.

MENESES, Ramiro Délio Borges de. A desconstrução em Jacques Derrida: o que é e o que não é Pela estratégia. Universitas Philosophica, Bogotá, v. 30, n. 60, p. 177-204, enero/jun. 2013. Disponível em: http://www.scielo.org.co/pdf/unph/v30n60/v30n60a09.pdf. Acesso em: 18 de maio 2023.

MEYER, Dagmar Estermann. Gênero e educação: teoria e política. In: LOURO, Guacira Lopes; FELIPE, Jane Felipe; GOELLNER, Silvana Vilodre. Corpo, Gênero e Sexualidade: Um debate contemporâneo na educação. 8. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2013, p. 11-29.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do Poder - Eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo. A Colonialidade do Saber: eurocentrismo e Ciências Sociais. Perspectivas Latinoamericanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005, p. 107-130.

RAGO, Luiza Margareth. Do cabaré ao lar: a utopia da cidade disciplinar: Brasil 1890-1930. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.

RATTS, Alex. Eu sou atlântica: sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. São Paulo: Instituto Kuanza, 2006.

RIBEIRO, Djamila. Lugar de fala. São Paulo: Ed. Jandaíra, 2019.

ROLNIK, Suely. Esferas da Insurreição: notas para uma vida não cafetinada. 2. ed. São Paulo: n-1 edições, 2018.

VIEIRA, Helena. O transfeminismo como resultado histórico das trajetórias feministas. In: HOLLANDA, Heloisa Buarque de. Explosão Feminista: Arte, Cultura, Política e Universidade. 2 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2018, p. 238-248.

VOSS, Dulce Mari da Silva. Habitar outro mundo em tempos sombrios. In: ROCHA, Paulo Henrique Borges; MAGALHÃES, José Luiz Quadros; OLIVEIRA, Patrícia Miranda Pereira. (orgs). Decolonialidade a partir do Brasil, v. 1, Belo Horizonte: Editora Dialética, 2020, p. 221-240.

SALIH, Sara. Judith Butler e a teoria Queer. Tradução de Guacira Lopes Louro. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.

Downloads

Publicado

2023-11-20

Como Citar

KRAKHECKE, Eliada Mayara Alves; JARDIM, Helén de Oliveira Soares; VOSS, Dulce Mari da Silva.
Tornar-se mulher: epistemologias e pedagogias outras
. Revista Educação e Emancipação, v. 16, n. 3, p. 585–608, 20 Nov 2023 Disponível em: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/reducacaoemancipacao/article/view/21437. Acesso em: 31 mai 2025.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)