Parque industrial, o romance proletário de Patrícia Galvão: interseções e desalinhos com as gerações de 1922 e 1930 do Modernismo Brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.18764/2525-3441v9n25.2024.09Palavras-chave:
Literatura modernista, autoria feminina, romance proletário, Patrícia GalvãoResumo
Neste artigo, pretende-se analisar escolhas estéticas e políticas de Patrícia Galvão na concepção e realização de Parque Industrial, considerado o primeiro romance proletário do país. A partir da perspectiva de linguagem experimentalista da primeira geração modernista, a autora empreende um romance de denúncia social, alinhado ideologicamente, portanto, ao modernismo da segunda geração. Entretanto, ao dar voz, no romance, a mulheres trabalhadoras, Galvão transgride, também, concepções importadas do realismo socialista da União Soviética, predominante nos escritos da geração de 1930, desassociando-se, desse modo, dos moldes vigentes no tempo de sua escrita. A partir das reflexões de Constância Lima Duarte (2016), Rita Terezinha Schmidt (2019), Silviano Santiago (2000) e Luiz Lafetá (2000), busca-se pensar sobre as interseções e os desalinhos que o romance estabelece com as perspectivas estéticas modernistas das duas primeiras gerações, que o tornam singular na literatura brasileira.
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