Parque industrial, o romance proletário de Patrícia Galvão: interseções e desalinhos com as gerações de 1922 e 1930 do Modernismo Brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18764/2525-3441V9N25.2024.09

Palavras-chave:

Literatura modernista; autoria feminina; romance proletário; Patrícia Galvão.

Resumo

Neste artigo, pretende-se analisar escolhas estéticas e políticas de Patrícia Galvão na concepção e realização de Parque Industrial, considerado o primeiro romance proletário do país. A partir da perspectiva de linguagem experimentalista da primeira geração modernista, a autora empreende um romance de denúncia social, alinhado ideologicamente, portanto, ao modernismo da segunda geração. Entretanto, ao dar voz, no romance, a mulheres trabalhadoras, Galvão transgride, também, concepções importadas do realismo socialista da União Soviética, predominante nos escritos da geração de 1930, desassociando-se, desse modo, dos moldes vigentes no tempo de sua escrita. A partir das reflexões de Constância Lima Duarte (2016), Rita Terezinha Schmidt (2019), Silviano Santiago (2000) e Luiz Lafetá (2000), busca-se pensar sobre as interseções e os desalinhos que o romance estabelece com as perspectivas estéticas modernistas das duas primeiras gerações, que o tornam singular na literatura brasileira. 

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Biografia do Autor

Cacio José Ferreira, Universidade Federal do Amazonas

Professor Adjunto da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e doutor em Literatura (UnB). Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Amazonas (2023), graduação em Língua e Literatura Portuguesa e Japonesa pela Universidade de Brasília (2005), Especialização em Linguística Aplicada (2008), Mestrado em Literatura - UnB (2010). Participou do Programa Japanese Language for Specialists, da Fundação Japão, em Osaka Japão (2014 -2015) e presidiu a Associação Brasileira de Estudos Japoneses - ABEJ (2014 - 2016). Foi do Coordenador de Letras - Língua e Literatura Japonesa UFAM (2015-2016), Diretor da Faculdade de Letras - FLet/UFAM (2020-2021), Vice-coordenador do curso de Letras Língua e Literatura Japonesa (2021-2023), coordenador pedagógico geral na Ufam da Rede ANDIFES IsF e Vice-presidente da Associação Brasileira de Estudos Japoneses - ABEJ (2022 - 2024). Atualmente, é Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFAM, coordenador do curso de Letras Língua e Literatura Portuguesa do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica PARFOR e primeiro secretário da Associação Brasileira de Estudos Comparados - Abralic (2032 - 2025). É líder do grupo de pesquisa CNPq Estudos de haicai: lirismo, haicaístas e campo literário. Atua principalmente nas seguintes linhas: Estudos de haicai, literatura comparada, literatura japonesa, literatura brasileira, fenomenologia, tradução, representação literária, fábulas.

Priscila Vasques Castro Dantas, Universidade Federal do Amazonas

Professora Adjunta do Curso de Letras - Língua e Literatura Portuguesa - na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Amazonas. Doutora em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Amazonas (2022). Mestra em Letras - Estudos Literários - pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Amazonas (2018). Licenciada em Letras - Língua e Literatura Portuguesa - pela Universidade Federal do Amazonas (2006). Vinculada ao Grupo de Pesquisa Relações de Gênero, Poder e Violência em Literatura (UFAM) e ao Grupo de Estudos Subjetividades e Processos de Desenvolvimento dos Povos Amazônicos (UFAM). Atualmente, realiza estágio pós-doutoral no Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Amazonas, na área de Estudos Literários, sob supervisão do Prof. Dr. Cacio José Ferreira. Tem como principais interesses de pesquisa os campos do ensino de literatura e da literatura de perspectiva não ocidental.

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Publicado

2024-08-08

Como Citar

DE OLIVEIRA MOREIRA, Lais; JOSÉ FERREIRA, Cacio; VASQUES CASTRO DANTAS, Priscila.
Parque industrial, o romance proletário de Patrícia Galvão: interseções e desalinhos com as gerações de 1922 e 1930 do Modernismo Brasileiro
. Afluente: Revista de Letras e Linguística, v. 9, n. 25, p. 01–16, 8 Ago 2024 Disponível em: http://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/afluente/article/view/24155. Acesso em: 26 set 2024.

Edição

Seção

Literatura, interfaces e relações transestéticas