Enganos e descobertas em Nada a dizer, de Elvira Vigna

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18764/2525-3441v9n25.2024.02

Palavras-chave:

Literatura Brasileira; Escrita de si; Diário ficcional.

Resumo

Partindo dos conceitos acerca da escrita autobiográfica, sobretudo os de Philippe Lejeune (2008) e Manon Auger (2006), este artigo propõe uma análise do romance Nada a dizer (2010), de Elvira Vigna, como um diário ficcional. Neste romance, Vigna dá voz a uma mulher traída pelo marido após anos de casamento. A narradora vai expondo o processo de descoberta de forma cronológica, lançando mão de uma série de traços da escrita em ato próprios do diário. Essa autora ficcional encontra na escrita uma forma de organização do real e do emocional, da relação com o outro e consigo, em uma dinâmica entre narrar a si e narrar o outro diante dos impasses da relação conjugal quanto à formação de uma identidade.

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Biografia do Autor

Clara Magalhães do Vale, UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Letras pela UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto. Graduada em Letras Licenciatura em Língua Portuguesa pela mesma instituição. Possui interesse na área de Literatura e Línguas.

Mônica Fernanda Rodrigues Gama, UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto)

Doutora em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo.  Atualmente, é professora de Teoria da Literatura e Literatura Brasileira no Departamento de Letras e no Programa de Pós-Graduação em Letras: Estudos da Linguagem - Linha 1 Literatura, Memória e Cultura do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)

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Publicado

2024-06-30

Como Citar

VALE, Clara Magalhães do; GAMA, Mônica Fernanda Rodrigues.
Enganos e descobertas em Nada a dizer, de Elvira Vigna
. Afluente: Revista de Letras e Linguística, v. 9, n. 25, p. 01–19, 30 Jun 2024 Disponível em: http://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/afluente/article/view/22666. Acesso em: 3 jul 2024.