Feminismo negro: tensionando interseccionalidades no currículo escolar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18764/2358-4319v17n2.2024.26

Palavras-chave:

feminismo negro, currículo, interseccionalidade

Resumo

Este artigo visa apresentar uma discussão sobre como a construção do sujeito universal, via Memória Hegemônica, silenciou, marginalizou e ocultou os modos de ser, de pensar e de produzir conhecimento da exterioridade colonial no currículo escolar. Por tal, a discussão curricular, aqui realizada, está firmada num campo epistemológico de diálogo com as diferenças (Raciais e de Gênero), contribuindo para a constituição de fissuras na Memória Hegemônica, ainda presente nos currículos. Para tanto, seguimos pelo caminho da revisão bibliográfica, vinculado a pesquisa qualitativa. Filiamo-nos ao Feminismo Negro e aos Estudos Pós-Coloniais, uma vez que estas abordagens nos ajudam a compreender as implicações da racionalidade eurocêntrica em relação à construção sócio-histórica da raça, do racismo, do sexismo e do conhecimento científico moderno e seus efeitos sobre o currículo, sobretudo no que se refere à Memória e ao Corpo Feminino Negro. Tais estudos nos permitem estabelecer conexões interseccionais de maneira mais consistente, visto que emergem das Memórias Vividas da própria exterioridade colonial que permanece tensionando e fraturando as metanarrativas epistêmicas da memória curricular única ao mesmo tempo que se direcionam para a re-construção de currículos contra-hegemônicos e de Práticas Docentes Antirracistas, firmadas em uma educação emancipadora.

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Biografia do Autor

Camila Ferreira da Silva, Universidade Federal de Pernambuco

Doutora e Mestra em Educação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Professora Adjunta da Universidade de Pernambuco (UPE). Pesquisadora do Grupo de Estudos Pós-Decoloniais e Teoria da Complexidade em Educação (CAA-UFPE) e integrante do Grupo de Ensino, Aprendizagem e Processos Educativos (CAA-UFPE).

Denise Maria Botelho, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Doutora em Educação e Mestra em Integração da América Latina e Universidade de São Paulo (USP). Professora Associada do Departamento de Educação (DED) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Vice-líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação, Raça, Gênero e Sexualidades "Audre Lorde".

Janssen Felipe da Silva, Universidade Federal de Pernambuco

Doutor e mestre em Educação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Professor Associado do Centro Acadêmico do Agreste (CAA) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Pesquisador dos Grupos de Pesquisa: a) Estudos Pós-Decoloniais e Teoria da Complexidade em Educação (Líder); b) Ensino-Aprendizagem e Processos Educativos; c) Formação de Professor e Profissionalização Docente.

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Publicado

2024-08-15

Como Citar

SILVA, Camila Ferreira da; BOTELHO, Denise Maria; SILVA, Janssen Felipe da.
Feminismo negro: tensionando interseccionalidades no currículo escolar
. Revista Educação e Emancipação, v. 17, n. 2, p. 218–239, 15 Ago 2024 Disponível em: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/reducacaoemancipacao/article/view/21561. Acesso em: 31 mai 2025.

Edição

Seção

Artigos