Trajetória alternativa

mulheres quilombolas explorando o PROINQ

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18764/2358-4319v16n3.2023.65

Palavras-chave:

colonialidade, mulher quilombola, PROINQ

Resumo

Este artigo tem como objetivo refletir a respeito de alguns aspectos que corroboram o afastamento das mulheres quilombolas participantes do Programa de Inclusão de Estudantes Quilombolas (PROINQ) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Para isso, abordam-se as implicações da colonialidade no sistema educacional. Embora, tenham ocorrido modificações, ao longo do tempo, a pedagogia dominante ainda é marcada por práticas excludentes e conservadoras que perpetuam a colonialidade. Trata-se de um estudo qualitativo, baseado em pesquisa bibliográfica substanciada em Quijano (2005), Gomes (2011), Lugones (2014), dentre outros, e documental baseada em relatórios institucionais. Como resultado, espera-se que este estudo desencadeie um debate significativo em torno das questões que afetam a trajetória das mulheres quilombolas, no ensino superior, contribuindo para um olhar sensível às necessidades desse grupo e a reconfiguração de práticas e políticas educacionais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Maria Aparecida Rezende, Universidade Federal de Mato Grosso

Doutora em Educação. Professora do Departamento de Teorias e Fundamentos da Educação/IE, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Área:- Educação sob o enfoque em Educação Indígena; Educação Escolar Indígena; EaD; PIBID em EaD. Grupo de Pesquisa em Movimentos Sociais e Educação do Programa de Pós-Graduação da UFMT.

Cynthia Cristina do Nascimento, Universidade Federal de Mato Grosso

Mestranda em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), do Programa de Pós-Graduação em Educação. Integrante do Grupo de Pesquisa em Movimentos Sociais e Educação. Assistente Social da UFMT.

Referências

AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.

ALMEIDA, Silvio Luiz. de. Raça e Racismo. In: ALMEIDA, Silvio L. de. Racismo estrutural São Paulo: Suely Carneiro; Polén. Feminismos Plurais, 2019.

CAPALBO, Creusa. Fenomenologia e Ciências humanas. Aparecida, SP: Ideias & Letras, 2008.

CAVALLEIRO, Eliane dos Santos. Do silêncio do lar ao silêncio escolar: racismo, preconceito e discriminação na educação infantil. São Paulo: Contexto, 2000.

COLLINS, Patrícia Hill. Se perdeu na tradução? Feminismo negro, interseccionalidade e política emancipatória. Parágrafo: Revista Científica de Comunicação Social do FIAM-FAAM, São Paulo, v. 5, n. 1, p. 6-17, 2017. Disponível em: https://revistaseletronicas.fiamfaam.br/index.php/recicofi/article/view/559. Acesso em 02 set.2023.

CORDEIRO, Ana Luísa Alves; AUAD, Daniela. Estratégias de Resistência de Negras Cotistas Lésbicas e Bissexuais. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 29, n. 3, e82622, 2021.

CRENSHAW, Kimberle Williams. A interseccionalidade na discriminação de raça e gênero. In: VV.AA. Cruzamento: raça e gênero. Brasília: Unifem, 2004.

DEALDINA, Selma. dos Santos. (org.). Mulheres quilombolas: territórios de existências negras femininas. São Paulo: Jandaíra, Selo Sueli Carneiro, 2020.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 65ª, ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2018.

GOMES, Nilma Lino. O movimento negro no Brasil: ausências, emergências e a produção dos saberes. Política & Sociedade, v. 10, n. 18, p. 133-154, 2011. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/politica/article/view/2175-7984.2011v10n18p133. Acesso 23 mar. 2023.

GOMES, Nilma Lino. A compreensão da tensão regulação/emancipação do corpo e da corporeidade negra na reinvenção da resistência democrática. Perseu: história, memória e política, n. 17, p. 123- 142, 2019. Disponível em: https://revistaperseu.fpabramo.org.br/index.php/revista-perseu/article/view/301. Acesso 23 mar. 2023.

GOMES, Nilma Lino. Libertando-se das amarras: reflexões sobre gênero, raça e poder. Currículo sem Fronteiras, v. 19, n. 2, p. 609-627, 2019. Disponível em: https://www.curriculosemfronteiras.org/vol19iss2articles/gomes.pdf. Acesso 23 mar. 2023.

GONZALEZ, Lélia. A mulher negra na sociedade brasileira. O lugar da mulher: estudos sobre a condição feminina na sociedade atual. Rio de Janeiro: Graal, p. 87-106, 1982. Disponível em: https://www.mpba.mp.br/sites/default/files/biblioteca/direitos-humanos/direitos-das-mulheres/obras-digitalizadas/teorias_explicativas_da_violencia_contra_a_mulher/por_um_feminismo_afro-latino-americano_by_lelia_gonzalez_gonzalez_lelia_z-lib.org_.mobi_.pdf. Acesso 14 abr. 2023.

GONZALEZ, Lélia; HASENBALG, Carlos A. Lugar de Negro. Rio de Janeiro: Editora Marco Zero Limitada, 1982.

KILOMBA, Grada. Memórias da Plantação: episódios de racismo cotidiano. Tradução Jess Oliveira. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.

LOURENÇO, Sonia Regina. Ações Afirmativas para Estudantes Quilombolas: o processo de criação do Programa de Inclusão de Estudantes Quilombolas (PROINQ) na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Campos - Revista de Antropologia, [S.l.], v. 17, n. 2, p. 35-57, dez. 2016. ISSN 2317-6830. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/campos/article/view/56215. Acesso em: 03mar. 2023. doi: http://dx.doi.org/10.5380/cra.v17i2.56215.

LUGONES, María. Rumo a um feminismo descolonial. Revista Estudos Feministas, v. 22, p. 935-952, 2014. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/36755. Acesso em 14 abr. 2023.

MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

MOORE, Carlos. Racismo e sociedade: novas bases epistemológicas para entender o racismo. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2007.

MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. Autêntica Editora, 2019.

OLIVEIRA, Iolanda de; SACRAMENTO, Mônica. Raça, currículo e práxis pedagógicos: relações raciais e educação – o diálogo teoria/prática na formação de profissionais do magistério. In: Cadernos 8 PENESB. Especial ERER – Periódico do programa de educação do negro na sociedade brasileira n. 12. FEUFF, Niterói: ALTERNATIVA/EdUFF, 2010, p. 205-279.

PINHEIRO, Bárbara Carine Soares. DESCOLONIZANDO noções de raça e gênero nas ciências naturais e suas tecnologias. Opará Saberes 2022, (112 min). Disponível em: https://linktr.ee/oparasaberes. Acesso em 08 dezembro 2022.

QUIJANO, Anibal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. En libro: A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Edgardo Lander (org). Colección Sur Sur, CLACSO, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina. setembro 2005. pp.227-278. Disponivel em: https://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/clacso/sur-sur/20100624103322/12_Quijano.pdf. Acesso em 13 maio 2023.

RAMOS. Celiomar Porfírio. Tese (Doutorado em Estudos Literários). As múltiplas faces das mulheres negras: um olhar interseccional sobre as escrevivências de Conceição Evaristo. 2022. 289 f. Universidade do Estado de Mato Grosso, Tangará da Serra, 2022.

RATTS, Alex. Eu sou Atlântica: sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, Instituto Kuanza, 2006. Disponível em: https://www.imprensaoficial.com.br/downloads/pdf/projetossociais/eusouatlantica.pdf. Acesso em 18 jan.2023.

TELLES, Edward. Racismo à brasileira: uma perspectiva sociológica. Rio de Janeiro: Editora Relume Dumará, 2003.

THEODORO, Mário (Org.). As políticas públicas e a desigualdade racial no Brasil: 120 anos após a abolição. Brasília: Ipea, 2008.

TODOROV, Tzvetan. Nós e os outros: a reflexão francesa sobre a diversidade humana. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 1993.

UFMT. Resolução CONSEPE n° 101, de 26 de setembro de 2016. Cria o programa de inclusão de estudantes quilombolas, do estado de Mato Grosso. Disponível em:

https://sistemas.ufmt.br/ufmt.resolucao/FrmConsultarResolucao.aspx?pageIndex=&txtCriterio=&txtNumero=101&txtAno=2016&tipoUID=. Acesso em 20 jan. 2023.

Downloads

Publicado

2023-11-20

Como Citar

REZENDE, Maria Aparecida; NASCIMENTO, Cynthia Cristina do.
Trajetória alternativa: mulheres quilombolas explorando o PROINQ
. Revista Educação e Emancipação, v. 16, n. 3, p. 741–767, 20 Nov 2023 Disponível em: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/reducacaoemancipacao/article/view/21525. Acesso em: 22 dez 2024.