Epistemologias do Quilombo

a emergência de uma pedagogia decolonial em territórios quilombolas na Amazônia brasileira

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18764/2358-4319v16n3.2023.49

Palavras-chave:

movimento quilombola, educação escolar, espaço de resistência, epistemologias do quilombo

Resumo

Neste artigo examino a emergência de um movimento quilombola no Baixo Tocantins, na mesorregião do nordeste paraense, a partir de estratégias e discursos acionados pelas comunidades que o integram no campo da educação escolar enquanto espaço de resistência/r-existência e reafirmação de uma especificidade socioterritorial. Da observação e escuta etnográfica vivenciadas restou compreendido o interesse dos sujeitos em tratar da educação como um assunto público estruturante da agenda que articula o movimento, mas uma educação que reconheça e valorize as epistemologias do quilombo, pondo-as em diálogo com outras formas de compreender o mundo e habitá-lo. Diferentemente de dinâmicas territoriais cuja construção passa por uma ambientalização do conflito, tensionamentos e fraturas, neste caso a condição de aglutinação do exercício mobilizatório é dada pelo debate e o acordo entre as lideranças quilombolas e agentes públicos representantes do aparelho governamental.

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Biografia do Autor

Isaac Fonseca Araújo, Prefeitura Municipal de Igarapé-Miri

Doutor em Sociologia e Antropologia e Mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Professor-pesquisador com atuação na Educação Básica e Superior. Membro do Grupo de Pesquisa “Ação Coletiva, Território e Ambiente” (ACTA/IFCH-UFPA).

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Publicado

2023-11-20

Como Citar

ARAÚJO, Isaac Fonseca.
Epistemologias do Quilombo: a emergência de uma pedagogia decolonial em territórios quilombolas na Amazônia brasileira
. Revista Educação e Emancipação, v. 16, n. 3, p. 307–335, 20 Nov 2023Tradução . . Disponível em: . Acesso em: 27 abr 2024.

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