Do trabalho para a EJA: práticas sociais e formação de professores no/do/para o campo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18764/2358-4319.v14n3p418-447

Palavras-chave:

Trabalho enquanto prática social, Formação de professores para a EJA, Educação no/do campo

Resumo

A atuação na Educação de Jovens e Adultos do campo pressupõe considerar os alunos que chegam à EJA como trabalhadores que lutam por uma vida digna, e carregam inúmeras experiências produzindo conhecimentos em cada prática social vivenciada. Deste modo, o trabalho no/do campo é uma temática fértil para ser considerada na formação de professores para a EJA. Neste artigo, assumimos as reflexões de Miguel Arroyo como referencial teórico para a formação de professores para a EJA e apresentamos a experiência pedagógica frente à disciplina de EJA em um curso de Licenciatura em Educação do Campo no Estado de Minas Gerais com o propósito de discutir a potencialidade do trabalho no/do campo, enquanto prática social para a prática pedagógica de futuros professores da EJA do campo. As informações provêm de 52 trabalhos finais da disciplina ao longo dos anos de 2019 e 2020. Podemos observar um grande número de práticas sociais emergentes dos contextos dos licenciandos, predominantemente do campo, com destaque para o cultivo e/ou produção de derivados da mandioca. Percebemos ainda a existência de conhecimentos matemáticos e científicos nestas práticas o que possibilitou aos licenciandos a proposição de aulas para contextos de EJA, utilizando-se da potencialidade da temática para um diálogo entre a atividade exercida pelos trabalhadores da EJA e os conhecimentos escolares. O trabalho no/do campo passa a ser assumido por estes licenciandos como locais de produção de conhecimentos, prática social, a qual seu modo de viver e sobreviver são aspectos estreitamente vinculados a um projeto de campo emancipatório.

Palavras-chave: Trabalho enquanto prática social; Formação de professores para a EJA; Educação no/do campo.

From work to EJA: social practices and teacher training in/of/for rural education

ABSTRACT

The acting in the Youth and Adult Education presupposes considering the students who come to EJA as workers who fight for a dignified life and carry countless experiences producing knowledge in each social practice experienced. Thus, peasant work is a fertile topic to be considered in the training of teachers for EJA. In this article, we take Miguel Arroyo's reflections as a theoretical framework for teacher education for EJA and present the pedagogical experience facing the EJA discipline in a degree course in Rural Education in the State of Minas Gerais with the purpose of discussing the potential of rural work in/in, as a social practice for the pedagogical practice of future teachers of the EJA of the rural education. The information comes from the 52 course's final works throughout the years 2019 and 2020. We can observe a large number of social practices emerging from the contexts of the undergraduates, predominantly from the countryside, with an emphasis on the cultivation and/or production of cassava derivatives. We also noticed the existence of mathematical and scientific knowledge in these practices, which enabled the undergraduates to propose classes for EJA contexts, using the potential of the theme for a dialogue between the activity performed by EJA workers and school knowledge. Rurak Work in/the is assumed by these graduates as places of production of knowledge, a social practice to which their way of living and surviving are aspects closely linked to an emancipatory project.

Keywords: Work as a social practice; Teacher training for EJA; Rural education.

Del Trabajo a EJA: prácticas sociales y formación de profesores em/de/para el campo

RESUMEN

La actuación en la Educación de Jóvenes y adultos en el campo presupone considerar a los estudiantes que llegan a EJA como trabajadores que luchan por una vida digna y llevan innumerables experiencias productoras de conocimiento en cada práctica social vivida. Así, el trabajo en / en el campo es un tema fértil a ser considerado en la formación de docentes para EJA. En este artículo, tomamos las reflexiones de Miguel Arroyo como marco teórico para la formación de la maestria para EJA y presentamos la experiencia pedagógica que enfrenta la disciplina EJA en un curso de Grado en Educación Rural en el Estado de Minas Gerais con el propósito de discutir el potencial del trabajo en / en el campo, como una práctica social para la práctica pedagógica de futuros profesores de la EJA del campo. La información proviene de los trabajos finales de la disciplina durante los años 2019 y 2020. Podemos observar una gran cantidad de prácticas sociales que emergen de los contextos de los estudiantes, predominantemente del campo, con énfasis en el cultivo y / o producción de derivados de la yuca. También notamos la existencia de conocimientos matemáticos y científicos en estas prácticas, lo que permitió a los estudiantes de pregrado proponer clases para contextos EJA, utilizando el potencial de la temática para un diálogo entre la actividad realizada por los trabajadores de EJA y el conocimiento escolar. El trabajo en / en el campo es asumido por estos egresados como lugares de producción de conocimiento, una práctica social para la cual su forma de vivir y sobrevivir son aspectos muy ligados a un proyecto de campo emancipador.  

Palabras clave: Trabajo como práctica social; Formación de professores para EJA; Educación de campo.

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Biografia do Autor

Verônica Klepka, Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM

Doutora em Educação para Ciência e a Matemática (UEM). Professora da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) no curso de Licenciatura em Educação do Campo (LECampo) e no Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática (PPGECM).

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Publicado

2021-12-28

Como Citar

KLEPKA, Verônica.
Do trabalho para a EJA: práticas sociais e formação de professores no/do/para o campo
. Revista Educação e Emancipação, v. 14, n. 3, p. p.418–447, 28 Dez 2021 Disponível em: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/reducacaoemancipacao/article/view/18197. Acesso em: 22 dez 2024.

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