HISTORIOGRAFIA DA LITERATURA HOMOAFETIVA NO BRASIL: formação do sistema literário, da colonização à atualidade em três poemas
Palavras-chave:
História, Literatura gay, Crítica literária, Identidade, Poesia.Resumo
O presente artigo pretendeu construir um esboço da historiografia da literatura homoafetiva no Brasil – da colonização à atualidade em três poemas; identificar os avanços e retrocessos dos textos literários de temática homoafetiva em consonância com a recepção da crítica literária e; analisar as identidades homoafetivas expressas nos poemas “Marinícolas”, de Gregório de Matos, “Cabo Machado”, de Mário de Andrade e “Ego de Mona Kateudo”, de Mário Faustino. Para isso, fez-se necessária a leitura da historiografia das práticas homoafetivas no Brasil apresentadas por Trevisan (2002), Mott (2003), Green (2000) e outros textos e periódicos impressos e em bibliotecas virtuais sobre literatura, sistema literário e homoafetividades. Os documentos escritos pelos colonizadores para a Coroa Portuguesa e a Igreja Católica, particularmente, durante a Inquisição, dão conta que nos séculos XVI e XVII já existia sujeitos com essa orientação sexual em terras brasileiras e na literatura Gregório de Matos em sua sátira já criticava os sujeitos com essa orientação. Atesta-se que antes mesmo de ser consolidado o sistema literário brasileiro já se produzia textos com essa temática e durante o referido século, textos teatrais como O Demônio Familiar, de José de Alencar já traziam personagens gays. E, a partir de então, mesmo com restrições legais essa orientação marcou presença nos diversos gêneros literários até o seu “boom” nas últimas décadas do século XX.
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