CHAMADA PARA SUBMISSÃO DE TRABALHOS À REVISTA EDUCAÇÃO E EMANCIPAÇÃO – DOSSIÊ TEMÁTICO EDIÇÃO 2024

2024-04-13

A Revista Educação e Emancipação informa que no período de 15 de abril de 2024 a 30 de junho de 2024 encontra-se aberta a submissão de trabalhos para publicação, em edição Dossiê Temático, intitulado - “Num cemitério de sonhos... Graças a leis, planos¹”: políticaspráticas² curriculares para as juventudes³ e as propostas para o Ensino Médio no Brasil. Esse número será organizado pelas professoras doutoras Ana Cláudia da Silva Rodrigues (UFPB) e Maria Luiza Süssekind (UNIRIO).

EMENTA

Políticas para as juventudes vem sendo observadas nas últimas duas décadas no Brasil, porém a diversidade de orientações e as mais variadas compreensões sobre o tema tem dificultado o acesso, principalmente, aos marginalizados. A exclusão de uma parcela considerável da população aos bens materiais, principalmente, a negra e pobre, é o legado de anos de ausência do estado no atendimento de suas necessidades. No entanto, quando são elaboradas observamos nessas políticas o domínio de ações voltadas para esta população que ressaltam tentativas de controle social.

Nosso interesse é nas pesquisas que relacionem as juventudes e a área de educação com o intuito de verificar que políticaspráticas educacionais curriculares para a faixa etária que abrange essa população atenderia a pluralidade de jovens que existem no Brasil. Cabe destacar que os compreendemos como sujeitos de direitos e por isso defendemos que é nos/dos/com os cotidianos escolares em seus ‘fazeressentiressaberes’ que os sonhos dessas juventudes se manifestam e resistem as necropolíticas (MBEMBE, 2016) que se impõem.

Quando voltamos nossas reflexões para a área de educação consideramos que a atual política para o Ensino Médio “é arrogante, indolente e malévola, produz injustiças, invisibilidades e inexistências, coisificando os conhecimentos, ferindo a autonomia, desumanizando o trabalho docente e, ainda, descaracterizando o estudante na sua condição de diferente, de outro legítimo” (SUSSEKIND, 2019, p.91). Por isso, defendemos que é preciso construir e fortalecer a pluralidade de juventudes e sua legitimidade de reivindicações, sem que nesse reconhecimento a diferença seja hierarquia, mas sim parte da construção da resistência contra essa forma “natural” de encarar a morte ou a destruição do outro como algo irrelevante (HOZANA, RODRIGUES E SUSSEKIND, 2023).

A partir do exposto, este dossiê busca reunir textos resultantes de pesquisas e experiências com as juventudes, principalmente, durante a etapa escolar do Ensino Médio e suas modalidades, que abordem temas vinculados ao currículo e sua relação com as sexualidades, gêneros, participação política, relações étnico-raciais, religiosidade, espaço escolar e não escolar, trabalho. Reunirá estudos que se debrucem sobre as ideias de juventudes, políticapráticas educacionais cotidianas e o tipo de subjetividade juvenil que está sendo valorizada a partir das propostas curriculares que estão em evidencia para esta população.

Consulte as Instruções aos Autores para adequar o seu trabalho, conforme as normas de publicação que se encontram disponíveis no Portal de Periódicos da Universidade Federal do Maranhão, acessando a revista e no site do Programa de Pós-graduação em Educação, www.educacao.ufma.br.

O envio dos trabalhos deverá ser por meio do referido Portal de Periódicos, acessando a Revista http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/reducacaoemancipacao. Para isso, faça o cadastro como Autor para realizar a submissão de seu trabalho.

Qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail: revistaeduc.emancipacao@ufma.br.

REFERENCIAS

HOZANA, Vinicius; RODRIGUES, Ana Cláudia da Silva; SÜSSEKIND, Maria Luiza. “A arte como respiro” e a “Máquina de Matar Professores”: cotidianos, currículos e violências na/da/contra as escolas públicas. Revista Educación. 2023

MBEMBE, A. Necropolítica. In Arte & Ensaios, n.32. 2016.

SÜSSEKIND, Maria Luiza. A BNCC e o “novo” Ensino Médio: reformas arrogantes, indolentes e malévolas. Retratos da Escola13(25), 91–107, 2019. https://doi.org/10.22420/rde.v13i25.980

NOTAS

¹Emicida. Levanta e anda (2014)

²Utilizamos as palavras políticas e práticas unidas por enterdermos, a partir de Oliveira (2013, p. 375) que “não há prática que não integre uma escolha política e que não há política que não se expresse por meio de práticas e que por elas não seja influenciada”.

³Utilizamos a palavra “juventude” no plural por considerarmos a pluralidade de situações que acarretam as pessoas durante este período de vida.