CHAMADA PARA SUBMISSÃO DE TRABALHOS À REVISTA EDUCAÇÃO E EMANCIPAÇÃO – DOSSIÊ TEMÁTICO EDIÇÃO 2023

2023-01-25

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A Revista Educação e Emancipação informa que no período de 01 de fevereiro a 31 de maio de 2023 encontra-se aberta a submissão de trabalhos para publicação, em edição dossiê temático, intitulado - “EPISTEMOLOGIAS DA PEDAGOGIA ANTIRRACISTA: alternativas ao pensamento hegemônico estrutural”. Esse número será organizado pela professora Patrícia Baroni (UFRJ) e pelos professores Rafael Ferreira de Souza Honorato (FUNDAC/PB), Allan Rodrigues (UNESA/RJ) e Luís Paulo Borges (Cap-UERJ).

O presente dossiê se dedica a elencar um conjunto de epistemologias da pedagogia antirracista. Partimos da premissa de que toda prática cotidiana é, simultaneamente, produtora e reprodutora de conhecimento. Esse movimento implica na composição de uma ou muitas epistemologias. Meneses e Santos (2010) explicam que uma epistemologia é toda noção ou ideia, refletida ou não, sobre as condições do que conta como conhecimento válido. De acordo com os autores, é por via do conhecimento válido que uma dada experiência social se torna intencional e inteligível.

Desta forma, é possível compreendermos que não há saberes sem experiências e sem praticantes dessas experiências, ou seja, não há criação de saberes senão a partir das relações sociais e essas relações sociais tão plurais produzem epistemologias também plurais.

Algumas questões, contudo, emergem dessa premissa: por que as epistemologias dominantes socialmente no Brasil produziram como inexistentes os contextos cultural e político inscritos nas relações sociais de praticantes negros e indígenas? O que se produziu a partir dessa produção de inexistência? Como se torna possível acessar alternativas pedagógicas a esse modelo dominante?

Buscando a reflexão acerca destas questões, os artigos que integrarem este dossiê partilham das seguintes concepções:

  1. A colonialidade se inscreve de forma estrutural nas pedagogias dominantes em nossa sociedade. Currículos propostos verticalmente, privatismos nas políticas educacionais, desvalorização do ofício e da formação docente, conservadorismos, modelos avaliativos excludentes são alguns dos exemplos de como o hipercontexto proposto pelo pensamento educacional hegemônico vem buscando uma pretensa universalização.
  2. A pedagogia dominante e seu movimento em busca de uma universalização vêm produzindo diferentes modos de exclusão. O racismo (e suas diferentes manifestações) se apresenta como uma marca que atravessa essa epistemologia hegemônica de modo a tornar regra a prática excludente. Com isso, incontáveis experiências que se apresentam como alternativas a tal modelo acabam sendo suprimidas, ou ainda, denominadas como saberes inferiores próprios de praticantes que também são lidos como inferiores.
  3. Apesar da pretensa universalização, a pedagogia dominante possui regime epistemológico diverso e repleto de contradições. Essas contradições vêm servindo como potentes instrumentos para a ratificação das lutas apresentadas pelos grupos subalternizados através de suas pedagogias alternativas e, desta forma, tem se dado o enfrentamento desses grupos à supressão de suas epistemologias.
  4. A crítica a essas contradições nos permite fazer emergir pedagogias alternativas, antirracistas, decoloniais ao modelo hegemônico. Contudo, essas mesmas críticas nos oportunizam dimensionar o quão difícil é tecer a resistência ao contexto estruturante que está dado. Esperançar, portanto, inscreve-se enquanto movimento de re-existência.

Assim é tecido este dossiê. Buscamos nele reunir um repertório amplo de artigos que apresentem diferentes pesquisas com as pedagogias engajadas que propõem o antirracismo enquanto princípio. Com Davis (2016) aprendemos que numa sociedade racista, não basta não ser racista, é preciso ser antirracista. Nesse sentido, vislumbramos pensar em uma outra educação possível reunindo a produção de autores e autoras cujas práticas sociais sejam produtoras e reprodutoras de epistemologias mais igualitárias, solidárias e justas.

Consulte as Instruções aos Autores para adequar o seu trabalho, conforme as normas de publicação que se encontram disponíveis no Portal de Periódicos da Universidade Federal do Maranhão, acessando a revista e no site do Programa de Pós-graduação em Educação, www.educacao.ufma.br.

O envio dos trabalhos deverá ser por meio do referido Portal de Periódicos, acessando a Revista http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/reducacaoemancipacao. Para isso, faça o cadastro como Autor para realizar a submissão de seu trabalho.

Qualquer dúvida contactar pelo e-mail: revistaeduc.emancipacao@ufma.br.