Pelas veredas da memória
História, sensibilidades e narrativas literárias sobre regimes ditatoriais no Brasil e Chile
DOI:
https://doi.org/10.18764/1983-2850v17n49.2024.4Palavras-chave:
História, Literatura, Política, Regimes Ditatoriais, América LatinaResumo
A sociedade é direcionada por atos de linguagem e práticas discursivas. Diferentes formas de interlocução atingem a opinião pública, ascendendo compreensões, debates e consequente sensibilização acerca de pautas pertinentes. No que tange à política de memória sobre regimes ditatoriais latino-americanos, o investimento em estudos na área tem sido notável, sendo esses norteados pelo exame e observação mais aprofundada de escolhas éticas em meio às questões sensíveis e turbulentas da ditadura, identificadas nos arquivos do regime. Na contramão do avanço de uma extrema-direita que nos últimos anos tem reproduzido vestígios de um período de autoritarismo voraz, o presente artigo busca apresentar, sob uma breve análise, como o Brasil estruturou suas políticas de memória no percurso de redemocratização, trazendo paulatinamente aos estudiosos e cidadãos, o acesso à informação e ao direito à memória, oportunizados por meio de fundos documentais, que viabilizam a reflexão crítica sobre eventos traumáticos experimentados socialmente e as feridas, marcas e cicatrizes na memória por eles provocadas. Conjuntamente, foram relevantes para a construção das argumentações em destaque, os apontamentos de importantes teóricos como Seligmann-Silva (2008), Gomes (2014). Fico (2012) e Avelar (2003).
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