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Chamada Temática Nº 50 - SABERES TRADICIONAIS, TERAPIAS E CURAS NO CAMPO RELIGIOSO
v. 17 n. 50 (2024)Prazo de envio de artigos até 10 de junho de 2024
Publicação em junho/2024Este dossiê parte da premissa de que os saberes tradicionais, as terapias e as curas, sempre andaram lado a lado com postulados religiosos que emprestam credibilidade a essas práticas populares. Entre a saúde do corpo e o bem-estar do espírito existe uma intersecção que tem sido objeto de análise dos especialistas que se ocupam do tema. Esse campo vem reconfigurando os estudos relativos aos fenômenos religiosos, reforçado por um diálogo necessário com várias áreas do conhecimento. Nessa miríade de possibilidade de análise, estão estudos que tratam da farmacologia, crenças, alternativas terapêuticas, superstições, práticas ritualísticas, saberes populares entre outros.
O presente dossiê visa reunir estudos, entre eles multi, inter e transdisciplinares, nos quais busca-se analisar e compreender as manifestações, práticas, configurações e dinâmicas das ofertas de curas e terapias religiosas em várias partes do mundo.
PROPOSITORES:
Marcia Grisotti (Universidade Federal de Santa Catarina) é professora titular do Departamento de Sociologia e Ciência Política/UFSC. Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Santa Catarina (1987), mestrado em Sociologia Política pela Universidade Federal de Santa Catarina (1992), doutorado em Sociologia pela Universidade de São Paulo (2003) e pós-doutorado realizado na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS) e Collège de France (2015). Exerceu a função de chefe de Departamento de Sociologia e Ciência Política (2009-2013), de coordenadora do programa de Pós-graduação em Sociologia Política da Universidade Federal de Santa Catarina (2016-2018) e de coordenadora científica do Programa Erasmus Fellow Mundus financiado pela União Européia (2013-2017). Atualmente é sub-coordenadora do Doutorado Interdisciplinar da UFSC. Tem experiência de pesquisa na área de Sociologia da Saúde, com ênfase nos seguintes temas: sociologia e historia das epidemias e do conhecimento médico, representações sociais em saúde, sociologia das doenças infecciosas emergentes, políticas de saúde e de meio ambiente. É coordenadora do Núcleo de Pesquisa: Ecologia Humana e Sociologia da Saúde da UFSC
Roberto Radünz (Universidade de Caxias do Sul) possui graduação em História e Teologia. Doutor em História do Brasil pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Pós-doutorado no Institute of the American and Europe na Universidade de Varsóvia / Polônia. Professor e pesquisador da Universidade de Caxias do Sul - UCS. Coordenador do Programa de Pós-Graduação em História e colaborador no Programa de Pós-Graduação em Letras da UCS. Tem experiência na área de História, com ênfase em História Contemporânea, atuando principalmente nos seguintes temas: ensino de história, luteranismo, religiosidade, educação patrimonial, escravidão e fontes e acervos.
Renata Siuda-Ambroziak (Universidade de Varsóvia) é pós-doutora em Sociologia pela Universidade Federal de Santa Catarina, doutora em Filosofia Social. Possui tambem: especializacao em Estudos Latino-Americanos pela Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Varsóvia. Atualmente professora-pesquisadora no Centro dos Estudos Americanos da Universidade de Varsóvia, coordenadora do Laboratório dos Estudos Brasileiros e pesquisadora no PPG em História Social da UERJ, trabalhando com os seguintes temas: transformações religiosas, religiosidades, mercado religioso - análise sociológica e cultural, curas religiosas, migrações e religião (descendentes dos poloneses no Brasil). Integrante do Laboratório da Etnicidade, Discriminação e Racismo da USP, membro dos grupos de pesquisa: Histórias Migrantes e Travessias.
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Chamada Temática nº 49 - Religião e Ditadura: 60 anos do golpe de 1964
v. 17 n. 49 (2024)Em 2024, o Brasil lembrará os 60 anos do golpe que instalou um estado de exceção no país, subtraindo direitos, perseguindo, torturando e assassinando professores, estudantes, políticos, sindicalistas, por todo o Brasil. Instituições religiosas, lideranças e membros de templos, igrejas e terreiros não passaram ilesos a esse período, fosse apoiando, denunciando, combatendo ou simplesmente silenciando diante do regime ditatorial.
No início deste século, fontes históricas de diversas naturezas, algumas delas até então desconhecidas por pesquisadores, vêm contribuindo para aprofundar o conhecimento sobre o período compreendido entre 1964 e 1985, revelando contradições e complexidades que atravessaram não somente o Estado e suas instituições, como, também, movimentos sociais, partidos políticos, grupos revolucionários e contrarrevolucionários, imprensa, pessoas comuns e, ainda, as instituições religiosas e seus membros.
Este dossiê, portanto, tem como objetivo reunir artigos de pesquisadores que, ao longo das últimas décadas, têm se debruçado na investigação e análise das relações e do comportamento de instituições religiosas e seus integrantes frente ao regime ditatorial, bem como dos desdobramentos advindos a partir daí para a conformação do cenário político e, também, religioso no Brasil.
Trata-se de uma proposta que não somente atualiza o debate acerca do período ditatorial no Brasil como, também, contribui para análises sobre as relações entre religião e política no país, a partir de aspectos e elementos históricos que reconfiguraram o cenário brasileiro nas últimas décadas. É importante lembrar que, recentemente, viu-se a ascensão de um presidente cujo governo defendeu explicitamente o fortalecimento das Forças Armadas, a defesa de uma agenda moral e conservadora eivada por componentes religiosos fundamentalistas.
Esperamos, assim, que a proposta deste dossiê seja aprovada e, dessa forma, venha a contribuir para reflexões sobre a ditadura no Brasil a partir do envolvimento dos diversos segmentos, instituições e lideranças religiosos com a política e os movimentos sociais cujas ações caracterizaram aquele período.
Prof. Dr. Adroaldo Almeida
Doutor pela Universidade Federal Fluminense, é professor Titular do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão. É membro fundador da Associação Brasileira de História das Religiões (ABHR) e membro do GT de História das Religiões da Associação Nacional de Professores de História (ANPUH). É autor do livro “Pelo Senhor, marchamos! Evangélicos e ditadura militar no Brasil (1964-1985)” publicado pela EDUFMA. Tem publicado capítulos de livros, artigos científicos e realizado entrevistas principalmente com temas com foco na relação entre evangélicos e política no Brasil.
Prof. Dr. Paulo Cesar Gomes
Pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense (UFF) e doutor em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com período de estágio no Institut des hautes études de l’Amérique latine (IHEAL/Universidade Paris 3). É autor dos livros “Os bispos católicos e a ditadura militar brasileira: a visão da espionagem” (Record, 2014) e “Liberdade vigiada: as relações entre a ditadura militar brasileira e o governo francês” (Record, 2019). É pesquisador vinculado ao Núcleo de Estudos Contemporâneos (NEC) da UFF.