Revista Brasileira de História das Religiões https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rbhr <p>A Revista Brasileira de História das Religiões (RBHR) é uma publicação sediada no Programa de Pós-Graduação em História e Conexões Atlânticas (PPGHis) da UFMA e vinculada ao GT de História das Religiões e Religiosidades (GTHRR) da Associação Nacional de História (ANPUH).</p> <p>A RBHR publica textos originais de temáticas vinculadas à história das religiões, prezando pelo diálogo com as diversas áreas do saber, como Sociologia, Antropologia, Teologia, Filosofia, Geografia e Literatura, entre outras.</p> <p>A RBHR está indexada em:<strong> </strong>Portal de Periódicos da CAPES; Latindex; DOAJ - Directory of Open Access Journals; ANPUH – Associação Nacional de História; EZB Eletronic Journals Library </p> <p>ISSN 1983-2850</p> <p>Periodicidade: Quadrimenstral</p> <p><strong>Qualis/CAPES (2017-2020): A2</strong></p> Universidade Federal do Maranhão pt-BR Revista Brasileira de História das Religiões 1983-2850 Enterreirando métodos e disciplinas https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/22641 <p>O artigo tem por objetivo refletir sobre os desafios associados ao lugar social do/a investigador/a praticante no âmbito das chamadas religiões afro-ameríndias além da possibilidade de entrecruzamento metodológico para o estudo dessas religiões. É sabido que a conexão entre etnografia e história oral já apresenta significativo respaldo em áreas de produção do conhecimento como a Sociologia e a Antropologia. O objetivo é pensar essa possibilidade de cruzo no campo da História refletindo sobre como metodologias não convencionais à disciplina podem ser úteis à produção historiográfica. As inquietações emergem mediante o contato com as religiões afro-ameríndias de Campina Grande-PB onde as investigações que resultaram nesses escritos são realizadas desde o ano de 2014.</p> Lucas Gomes de Medeiros Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de História das Religiões https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ 2024-04-08 2024-04-08 17 49 187 214 Afroteologia como palimpsesto histórico https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/23085 <p>A história da religião tem sido ao longo dos séculos uma espécie de dispositivo que legitima uma estrutura colonialista. Tal estrutura é dependente de formas simbólicas, um constructo que habilita determinadas matrizes religiosas a cometerem uma gama de violências simbólicas. Nosso ensaio tem como principal objetivo (re)pensar tais estruturas, perpassando por uma análise crítica da história da Afroteologia em comparação com a religião cristã. Para isso, articulamos em pontos principais o que viria a ser a história, como diversas religiões se alinham oriundas de uma mesma matriz (ou raiz) e a similaridade entre os orixás, elohim bíblicos e os theói gregos.</p> José Lidemberg de Sousa Lopes Rafael de Lima Silva Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de História das Religiões https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ 2024-04-08 2024-04-08 17 49 215 233 Restauracionismo, neomedievalismo e a ideia de progresso entre protestantes e católicos no brasil oitocentista https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/22739 <p class="ACADEMICO" style="text-indent: 0cm;">Este artigo propõe a discussão do conceito de progresso discutido em jornais católicos e protestantes, no Brasil oitocentista em associação ao senso de consciência histórica dos representantes dessas religiões. A relação entre temporalidade e religião na modernidade e como a formação religiosa provoca uma determinada visão em relação à história é a questão que norteia este texto. Além disso, procura analisar as potencialidades analíticas dos conceitos teóricos de neomedievalismo e restauracionismo para explicar a relação entre temporalidade e religião na modernidade. A referência metodológica que guia este texto é o contextualismo linguístico da Escola de Cambridge, principalmente, a partir das propostas de Quentin Skinner.</p> Pedro Henrique Cavalcante de Medeiros Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de História das Religiões https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ 2024-04-08 2024-04-08 17 49 234 254 As causas do terremoto de Lisboa no ano de 1755 segundo o discurso do padre Gabriel Malagrida https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/22824 <div> <p class="Corpo"><span class="Hyperlink1">O artigo se divide em quatro partes. Em um primeiro momento, busca-se aludir à reconstrução da cidade de Lisboa após o terremoto de 1755. Após, apresentam-se as diversas argumentações sobre o evento cataclísmico, sendo elas de cunho ilustrado, jesuíticas ou mesmo teístas. Num terceiro momento se apresenta as consequências advindas ao padre Gabriel Malagrida, tal qual seu desterro para a vila de Setúbal, diante de suas pregações inflamadas contra os atos administrativos tomados pela coroa lusa. Conclui-se com a tentativa do jesuíta em reestabelecer laços com a corte Josefina, com o fito primeiro de evitar a condenação à morte que viria, de qualquer sorte, pela Inquisição. Os pontos do artigo objetivam explanar como a religião e o poder centralizado se distanciaram no período que vai de 1750 a 1758. Para tanto, valemo-nos da micro-história, apresentando-se como resultado aglutinador a influência do poder monárquico sobre a Companhia de Jesus.</span></p> </div> Guilherme Marchiori de Assis Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de História das Religiões https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ 2024-04-08 2024-04-08 17 49 255 276 Apresentação https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/23336 <p>É com prazer que a Revista Brasileira de História das Religiões entrega ao público leitor o seu 49º número em seu 17º ano, com artigos originais e inéditos com temáticas ligadas à História das&nbsp;&nbsp; Religiões, mantendo um diálogo interdisciplinar com as diferentes áreas do conhecimento. A RBHR está vinculada ao GT-ANPUH de História das Religiões e Religiosidades, desde o seu início em 2008, garantindo, assim, não somente aos pesquisadores e pesquisadoras ligadas ao GT, um espaço para publicações de qualidade para a comunidade acadêmica que trabalha o fenômeno religioso como objeto junto a gama métodos das humanidades.</p> <p>&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Esta edição conta com 12 artigos divididos em duas seções, a Chamada Temática (8) e os Artigos Livres (4). Com isto, a RBHR consolida a sua continuidade, agora sediada no novo site vinculado ao Setor de Periódicos da UFMA. As edições anteriores publicadas no site da UEM estão acessíveis para leitura e consulta, sem prejuízo dos arquivos e da memória.</p> <p>&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; A Chamada Temática, <em>Religião e Ditadura: 60 anos do golpe de 1964</em>, reuniu artigos que tratam, sobretudo, das expressões cristãs (especialmente, católicos e evangélicos), atuantes no período da repressão. Deste modo, a RBHR contribui para a conservação da memória de um evento político que não deve cair no esquecimento das novas gerações. Inscreve também o quanto a presença da religião foi decisiva no advento do golpe de 1964 e nos desdobramentos do regime autoritário imposto. Católicos e evangélicos deram a sua contribuição para os destinos da ditadura civil-militar, enquanto partes da sociedade civil, mobilizados tanto para o apoio como para a contestação e resistência.</p> <p>&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Os artigos destacaram a participação política de atores-sujeitos como as dos sacerdotes José Maria Pires, Dom Hypólito e Dom Helder Câmara, e de religiosas engajadas na oposição à ditadura. Registraram o lugar da imprensa religiosa e de órgãos de informações, no papel central que desenvolveram em divulgar uma outra narrativa acerca das violências e das violações aos diretos humanos nesse período. O contexto chileno da ditadura de Pinochet foi trazido em comparação com a realidade brasileira, num debate a partir da literatura. A posição das Assembleias de Deus durante o regime militar no Brasil elucida a participação orgânica dos evangélicos na sustentação dos governos autoritários.</p> <p>&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Os artigos livres inserem temáticas e objetos de estudos no campo da História das Religiões, tais como os debates acerca de uma historiografia das religiões de terreiro, de uma afroteologia e do neomedievalismo. O terremoto de Lisboa é revisitado quanto à questão das relações entre religião e poder. Assim, tem-se um leque de temáticas e questões trazidas pelas pesquisas de cada autor(a), com discussões provocadoras e com olhares decoloniais.</p> <p>&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Equipe Editorial</p> Lyndon de Araújo Santos Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de História das Religiões https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ 2024-04-08 2024-04-08 17 49 5 6 Apresentação da Chamada Temática: Religião e ditadura https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/23343 <p>No início deste século, fontes históricas de diversas naturezas, algumas delas até então desconhecidas por pesquisadores, vêm contribuindo para aprofundar o conhecimento sobre o período compreendido entre 1964 e 1985, revelando contradições e complexidades que atravessaram não somente o Estado e suas instituições, como, também, movimentos sociais, partidos políticos, grupos revolucionários e contrarrevolucionários, imprensa, pessoas comuns e, ainda, as instituições religiosas e seus membros.<br>Nesse ano em que o Brasil lembra os 60 anos do golpe que instalou um Estado de exceção no país – subtraindo direitos, perseguindo, torturando e assassinando professores, estudantes, políticos, sindicalistas, dentre outros opositores ao regime – este dossiê apresenta diversos artigos de pesquisadores que, ao longo das últimas décadas, têm se debruçado na investigação e análise das relações e do comportamento de instituições religiosas e seus integrantes frente ao regime ditatorial, bem como dos desdobramentos advindos, a partir daí, para a conformação do cenário político e, também, religioso no Brasil.</p> Adroaldo Almeida Paulo César Gomes Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de História das Religiões https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ 2024-04-08 2024-04-08 17 49 7 9 O Governo, a Igreja e a Bíblia nas Igrejas Assembleias de Deus em tempos de Ditadura https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/23045 <p>Pretende-se analisar como a produção editorial, por meio de uma imprensa evangélica, no período de 1960 a 1979, mobilizou os fiéis das Igrejas Assembleias de Deus a aceitarem e, posteriormente, inserirem-se na política partidária brasileira. Da mesma forma que o contexto político da ditadura civil-militar condicionou o comportamento de instituições religiosas e seus integrantes frente ao regime ditatorial vigente em nosso país, especialmente na década de 1970. Para tanto, analisaremos como esta denominação religiosa se utilizou da imprensa escrita para promover a participação política de seus membros, através do jornal <em>Mensageiro da Paz</em> e da revista <em>A Seara </em>e, por fim, tornou claro o seu apoio ao Estado de exceção vivido pelo Brasil.</p> Elba Fernanda Marques Mota Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de História das Religiões https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ 2024-04-08 2024-04-08 17 49 10 32 Expressões do pensamento católico https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/23011 <p>O seguinte trabalho analisou o universo católico, com atenção à Arquidiocese de São Paulo a partir do seu meio de comunicação social o jornal semanário “O São Paulo”. O período estudado entre 1956 e 1985 selecionou de forma intencional editoriais do respectivo jornal, compreendendo as diferentes formas do pensamento católico e seu direcionamento ideológico; de forma complementar, recorremos ao arquivo de matérias censuradas d’O São Paulo durante a década de 1970 pelos militares, apoiados na doutrina de Segurança Nacional. Assim a problematização acerca do direcionamento do pensamento católico na Arquidiocese de São Paulo permitiu identificar o pêndulo entre o conservadorismo católico ultramontano e seu alinhamento com grupos de extrema direita – como o movimento da TFP – e a “opção preferencial pelos pobres” – fomentado pela Teologia da Libertação e vinculado aos movimentos sociais. Como resultado identificou-se a ocorrência de uma mudança na direção do pensamento católico paulistano consolidando uma perspectiva católica “progressista”.</p> Fábio Lanza José Wilson Assis Neves Júnior Luiz Ernesto Guimarães Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de História das Religiões https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ 2024-04-08 2024-04-08 17 49 33 55 “A Violência dos Pacíficos” https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/23256 <p>A perseguição a padres e a jovens trabalhadoras e trabalhadores católicos no Brasil foi o início das graves tensões abertas entre a cúpula militar e a cúpula eclesiástica organizada na Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), logo após a implementação do Ato Institucional nº 5 de dezembro de 1968. Idealizada pelo jovem padre Joseph Cardijn, na Bélgica, a Juventude Operária Católica (JOC) foi reconhecida oficialmente em 1925 pela Santa Sé. No espaço de uma década, a JOC se espalhou pelo mundo e, em 1932, ela finalmente chegou ao Brasil. O golpe militar (1964) colocou em pauta novos desafios ao movimento operário e, consequentemente, à JOC, que passou a realizar uma reflexão mais profunda sobre as condições sócio-político-econômicas da classe trabalhadora naquele contexto latino-americano e brasileiro. Isto não passou despercebido pelos agentes do Estado autoritário, que começaram a acompanhar os militantes, sobre os quais caiu uma dura perseguição, culminando na prisão de muitas de suas lideranças. Foi nessa conjuntura que uma rede transnacional de solidariedade conduzida pela JOC Internacional expôs ao mundo, pelo menos ao Ocidente, o <em>modus operandi</em> do regime militar brasileiro que agredia frontalmente os Direitos Humanos. O artigo descreve as estratégias e experiências comuns vividas por uma organização sócio-política-religiosa numa cultura política marcada por um regime de força em que o elemento principal e aglutinador foi a solidariedade de caráter político e as formas de luta e agir político para além da ação coletiva.</p> Sérgio Ricardo Coutinho Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de História das Religiões https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ 2024-04-08 2024-04-08 17 49 56 76 Pelas veredas da memória https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/23088 <p><span style="font-weight: 400;">A sociedade é direcionada por atos de linguagem e práticas discursivas. Diferentes formas de interlocução atingem a opinião pública, ascendendo compreensões, debates e consequente sensibilização acerca de pautas pertinentes. No que tange à política de memória sobre regimes ditatoriais latino-americanos, o investimento em estudos na área tem sido notável, sendo esses norteados pelo exame e observação mais aprofundada de escolhas éticas em meio às questões sensíveis e turbulentas da ditadura, identificadas nos arquivos do regime. Na contramão do avanço de uma extrema-direita que nos últimos anos tem reproduzido vestígios de um período de autoritarismo voraz, o presente artigo busca apresentar, sob uma breve análise, como o Brasil estruturou suas políticas de memória no percurso de redemocratização, trazendo paulatinamente aos estudiosos e cidadãos, o acesso à informação e ao direito à memória, oportunizados por meio de fundos documentais, que viabilizam a reflexão crítica sobre eventos traumáticos experimentados socialmente e as feridas, marcas e cicatrizes na memória por eles provocadas. </span><span style="font-weight: 400;">Conjuntamente, </span><span style="font-weight: 400;">foram relevantes para a construção das argumentações em destaque, os apontamentos de importantes teóricos como Seligmann-Silva (2008), Gomes (2014). Fico (2012) e Avelar (2003).</span></p> Fernanda Rodrigues Galve Rafael Passos de Melo Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de História das Religiões https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ 2024-04-08 2024-04-08 17 49 77 96 O Santuário Nacional de Aparecida e o Sesquicentenário da Independência em 1972 https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/23006 <p>Este artigo tem como objetivo compreender a participação da Igreja Católica nas comemorações do Sesquicentenário da Independência do Brasil, em 1972, a partir da atuação do Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. A ideia é refletir sobre a participação da cúpula católica nos festejos da Independência para além da noção de “batalha pelo patriotismo” que, segundo Kenneth Serbin, envolveu bispos e militares no contexto da festa mais popular da ditadura. Assim, o artigo destaca as aproximações entre o clero do Santuário Nacional e o governo Médici em nome de um imaginário cívico-patriótico que, de alguma forma, estava sintetizado na imagem da padroeira do Brasil e ajudou a compor o consenso social em torno da ditadura civil-militar, justamente no momento de maior repressão.</p> Janaina Martins Cordeiro Mathews Mathias Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de História das Religiões https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ 2024-04-08 2024-04-08 17 49 97 117 Religiosas Presentes https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/23082 <p>Este artigo tem por objetivo apresentar eventos que permitem observar a presença e participação de religiosas católicas em movimentos de resistência e/ou oposição político-social ao regime militar no Brasil. Para tanto, recorremos prioritariamente aos acervos do Sistema Nacional de Informação e Supremo Tribunal Militar, disponibilizados pelos projetos Memórias Reveladas e Brasil Nunca mais. Além desses, os acervos da Conferência dos Bispos da França e da Biblioteca Internacional de História Contemporânea – <em>La Contemporaine </em>– possibilitaram acesso a documentos produzidos pela Igreja, em seus mais distintos órgãos e comissões. Tais documentos permitem-nos refletir sobre a dimensão política do envolvimento das religiosas e contribuir com a amplificação e adensamento do debate sobre as relações entre Igreja Católica e Ditadura Militar no Brasil.</p> Caroline Jaques Cubas Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de História das Religiões https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ 2024-04-08 2024-04-08 17 49 118 139 “Quando o bispo e o padre assumem essas causas do povo, estão agindo em nome de Jesus Cristo” https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/23148 <p>O artigo tem como objetivo problematizar as reflexões de dom Adriano Hypólito sobre a Baixada Fluminense e a ditadura militar. O texto destaca um aspecto marcante e pouco estudado nas pesquisas sobre o período: a atuação de atores políticos nas periferias das grandes metrópoles. No caso específico, parte-se da intervenção de um bispo progressista da Igreja Católica, que atuou numa cidade pobre e marginalizada do estado do Rio de Janeiro, chegando, por isso, a ser sequestrado por setores militares em 1976.&nbsp; Na primeira metade dos anos 1980, o bispo ocupou uma coluna semanal do jornal <em>Correio da Lavoura</em>, veículo centenário da cidade de Nova Iguaçu, onde analisava temas relativos à Igreja e à sociedade.&nbsp; A hipótese central do texto é a de que as reflexões feitas por dom Adriano podem servir como estudo de caso para compreensão do pensamento e ação de setores progressistas tanto na Baixada Fluminense quanto em outros territórios periféricos brasileiros no período final do regime militar.</p> Jean Rodrigues Sales Alexander de Souza Gomes Maria Lúcia Bezerra da Silva Alexandre Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de História das Religiões https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ 2024-04-08 2024-04-08 17 49 140 164 Esquerda clerical https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/23233 <p>Este artigo analisa o clero católico brasileiro em tempos de ditadura na visão dos órgãos de informações, em especial, a partir das ações desenvolvidas sob o episcopado de dom José Maria Pires. Para tanto, por questões metodológicas, destacamos algumas das atividades do arcebispo da Paraíba de acordo com os registros da burocracia repressiva, que o atribuíram a alcunha de subversivo, classificando o religioso como um dos mais atuantes da esquerda clerical brasileira. O contexto polarizado da Guerra Fria e a narrativa anticomunista predominante naquele período, fizeram os órgãos de espionagem denominar de esquerda clerical e perseguir parte do clero católico que atuavam na defesa dos direitos humanos e contra as injustiças praticadas pelo regime. Sendo assim, o trabalho em tela permite compreender parte da dinâmica dos órgãos de repressão da ditadura militar brasileira em sua busca na construção de evidências que justificassem a espionagem e a perseguição contra seus opositores.</p> Adauto Guedes Neto Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de História das Religiões https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ 2024-04-08 2024-04-08 17 49 165 186