MESMO QUE: UMA ANÁLISE A PARTIR DA NOÇÃO DE DINÂMICA DE FORÇAS

Autores

Palavras-chave:

Dinâmica de forças, Linguística cognitiva, mesmo.

Resumo

Este artigo apresenta um recorte de pesquisa ainda em desenvolvimento sobre usos e funções de “mesmo” no português falado e escrito do Amazonas. Os objetivos traçados, dentro do recorte, consistem em: identificar os usos de “mesmo” em corpus escrito do Amazonas e aplicar o conceito de dinâmica de forças, na esteira de Talmy (2000), para quem a Dinâmica de Forças é a interação de forças exercidas pelos elementos constitutivos do complexo cênico, estando associada à experiência de movimentação e de pressão humana (GONÇALVES-SEGUNDO, 2015, p. 164). Tendo como suporte teórico a Linguística Cognitiva, a pesquisa fundamentou-se em autores como Langacker (2008) e Talmy (2000) e em estudiosos da Língua Portuguesa como Duque e Costa (2012); Ferrari (2012); Gonçalves-Segundo (2015), entre outros. Os dados analisados foram extraídos de amostras de dois jornais de Manaus (capital do Amazonas):  A Crítica e O Diário do Amazonas. Foram coletadas 120 amostras nos anos de 2017 e 2018. Os procedimentos de coleta dos dados pautaram-se nos modelos da Sociolinguística variacionista.  As análises realizadas em fragmentos com a presença de usos de “mesmo” evidenciaram o fenômeno de dinâmica de forças nos contextos em que o “mesmo” tem a função de conjunção concessiva.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcilene da Silva Nascimento Cavalcante, Universidade Federal Fluminense

Estudo doutorado no programa de Pós-graduação em Estudos de Linguagem pela Universidade Federal Fluminense em Niterói - RJ;  Mestre em Estudos Amazônicos pela Universidade Nacional da Colômbia - Sede Amazônia-Letícia, na área de História e Cultura Amazônicas (2011); título reconhecido pela Universidade Federal do Pará em 15 de outubro de 2014 - Res.: N. 4.578 CONSEPE; especialista em Tecnologia Educacional pela Universidade Federal do Amazonas(2004); licenciada em Letras: Língua e Literatura Portuguesa pela Universidade Federal do Amazonas (1995). Atualmente sou professora assistente II da Universidade Federal do Amazonas - Sede Instituto de Natureza e Cultura em Benjamin Constant (desde 2006) . Tenho experiência na área de Letras, com ênfase em Língua Portuguesa e Sociolinguística.

 

Referências

AMORIM, Neide Correia Sant’Anna. O item linguístico MESMO: confrontando usos e funções no português do Brasil. 2009. Tese. (Doutorado em Linguística) Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa-PB.

AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. 4.ed. São Paulo: Publifolha, Instituto Houaiss, 2018.

BIASOTTO, Milenne. Para uma gramática da produção: análise da marca MESMO sob o enfoque da teoria das operações predicativas e enunciativas. 2012. Tese. (Doutorado em Linguística e Língua Portuguesa) Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Araraquara-SP.

CASTILHO, Ataliba T. de. Nova Gramática do Português Brasileiro. São Paulo: Contexto, 2012.

CEZARIO, Maria Maura, [et. all]. Os advérbios: aspectos históricos e usos atuais. In. CASTILHO, Ataliba T. de; LOPES, Célia Regina. (Coord.) História do português brasileiro: mudança sintática das classes de palavra: perspectiva funcionalista. São Paulo: Contexto, 2018.

DUQUE, Paulo Henrique; COSTA, Marcos Antonio. Linguística Cognitiva: em busca de uma arquitetura de linguagem compatível com modelos e categorização de experiências. Natal, RN. EDUFRN, 2012.

FERRARI, Lilian. Introdução à Linguística Cognitiva. São Paulo: Contexto, 2011.

FERRARI, Lilian. Sociolinguística Cognitiva. In.: MOLLICA, Maria Cecilia; FERRAREZI JR., Celso. (Orgs.) Sociolinguística, sociolinguísticas: uma introdução. São Paulo: Contexto, 2016, p. 135-144.

GOMES, Claudete Pereira. Tendências da semântica linguística. 2.ed. Ijuí: Unijuí, 2006.

GONÇALVES-SEGUNDO, Paulo. A permeabilidade da Dinâmica de Forças: da gramática ao discurso. In: LIMA-HERNANDES, Maria Célia; RESENDE, Briseida Dôgo; DE PAULA, Fraulein Vidigal; MÓDOLO, Marcelo; CAETANO, Sheila Cavalcante (org.). Linguagem e cognição: Um diálogo interdisciplinar. Lecce: Pensa Multimedia Editores, 2015, p. 163-185.

GONÇALVES-SEGUNDO, Paulo. Orientação argumentativa e cognição: a Dinâmica de Forças no debate acerca dos rolezinhos. Revista Signo. Santa Cruz do Sul. v. 42, n. 73, p. 200-212, jan. /abril/2017. Disponível em Acesso em: 7 jul. 2018.

LANGACKER, Ronald W. Cognitive Grammar. An Basic Introduction. Oxford University Press. 2008.

MARTELOTTA, Mário Eduardo; PALOMANES, Roza. Linguística Cognitiva. In.: MARTELOTTA, Mário Eduardo. (Org). Manual de linguística. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2015, p. 177- 192.

MOURA NEVES, Maria Helena de. Gramática de usos do português. 2. ed. São Paulo: Unesp, 2011.

MOREIRA, Emília Laudicéia. O uso de o (s) mesmo (s) como elemento anafórico numa modalidade escrita do português do Brasil. 2007. Dissertação. (Mestrado em Estudos Linguísticos). Universidade Federal do Paraná. Curitiba-PR.

OLIVEIRA, Anna Karolina Miranda. “O mesmo? Que mesmo? Ah, é mesmo...”: a dinamicidade linguística da construção referencial do mesmo na Língua Portuguesa. 2013. Dissertação. (Mestrado em Letras). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. São Paulo.

SILVA, Augusto Soares da. A Linguística cognitiva: uma breve introdução a um novo paradigma em Linguística. Revista portuguesa de Humanidades: estudos linguísticos. Faculdade de Filosofia da UCP, Braga: v. 1, n. 1-2, p. 59-101, 1997.

TALMY, Leonard. Towards a Cognitive Semantics v. 1. Cambridge: MIT Press, 2000.

Downloads

Publicado

2019-12-18

Como Citar

CAVALCANTE, Marcilene da Silva Nascimento.
MESMO QUE: UMA ANÁLISE A PARTIR DA NOÇÃO DE DINÂMICA DE FORÇAS
. Afluente: Revista de Letras e Linguística, v. 4, n. 13, p. 147–162, 18 Dez 2019 Disponível em: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/afluente/article/view/11851. Acesso em: 24 dez 2024.

Edição

Seção

Estudos Linguísticos