Reducionismo, emergentismo e ensino de ciências

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18764/2447-5777v8n1.2022.7

Palavras-chave:

Métodos Científicos, Filosofia da Ciência, Vida, Consciência

Resumo

O presente artigo objetivou investigar os significados dos conceitos de reducionismo e emergência no campo científico e o modo como esses conhecimentos podem colaborar para atividades educacionais. Diferentes disciplinas podem empregar esses conceitos para estimular o debate científico e o uso de argumentos lógicos. O debate em torno dessa dualidade gerou defensores de ambos os lados, principalmente a partir dos anos 1970, entretanto a sua natureza filosófica não se limita a uma discussão apenas no âmbito acadêmico; também tem consequências para a área da educação. Assim, é importante explorar a possibilidade de usar os desdobramentos dessa questão como temas centrais em atividades de ensino. Trabalhos relevantes foram selecionados e examinados do ponto de vista dos conhecimentos que agregavam para a fundamentação teórica de ações de caráter didático. Foi realizada uma pesquisa na internet por meio de determinados descritores no site de busca Google Acadêmico para estimar de modo aproximado o volume de pesquisas em algumas subáreas específicas consideradas ao longo desta investigação. Foi constatado que há mais pesquisas sobre reducionismo na biologia do que em outras disciplinas, bem como que se tem mais trabalhos acerca da origem da vida do que da origem da consciência.  

Reductionism, emergency and science teaching

Abstract

The present paper aimed to investigate the meanings of the concepts of reductionism and emergence in the scientific field and how this knowledge can contribute to educational activities. Different disciplines can use these concepts to stimulate scientific debate and the use of logical arguments. The debate around this duality generated supporters on both sides, especially from the 1970s onwards. However, its philosophical nature is not limited to a discussion only in the academic sphere; it also has consequences for the area of education. Thus, it is important to explore the possibility of using the developments of this issue as central themes in teaching activities. Relevant works were selected and examined from the point of view of the knowledge they added to the theoretical foundation of didactic actions. An internet search was carried out using certain descriptors on the search engine Google Scholar to roughly estimate the volume of research in some specific sub-areas considered throughout this investigation. It was found that there is more research on reductionism in biology than in other disciplines, as well as more work on the origin of life than on the origin of consciousness.

Keywords: Scientific Methods; Philosophy of Science; Life; Conscience

Downloads

Não há dados estatísticos.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Rodrigo de Siqueira Bicudo, Instituto Federal de São Paulo

Licenciando em Física pelo Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia de São Paulo (IFSP) - Campus Caraguatatuba.

Ricardo Roberto Plaza Teixeira, Instituto Federal de São Paulo

Licenciado e Bacharel em Física pela UNICAMP (1984), Licenciado e Bacharel em História pela USP (2000), Mestre em Física pela USP (1988), Doutor em Física pela USP (1996) e Professor Titular do IFSP-Caraguatatuba.

Referências

ABRANTES, P. T. Nagel e os limites de um reducionismo fisicalista (uma introdução ao artigo “What is it like to be a bat?”). Cadernos de História e Filosofia da Ciência, Campinas, Série 3, v. 15, n. 1, p. 223-244, 2005. Disponível em: https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/15322/1/ARTIGO_TNagelLimitesReducionismo.pdf. Acesso em: 20 jan. 2022.

KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1996.

LAUGHLIN, R. B. A different universe: reinventing physics from the bottom down. Nova York: Basic Books, 2005.

LORENZ, K. Os fundamentos da etologia. São Paulo: Editora da Unesp, 1995.

MAYR, E. O desenvolvimento do pensamento biológico: diversidade, evolução e herança. Brasília: Editora da UnB, 1998.

MORIN, E. Ciência em consciência. São Paulo: Bertrand Brasil, 2005.

NAGEL, T. Como é ser um morcego? Revista da Abordagem Gestáltica: Phenomenological Studies, v. 19, n. 1, p. 109-115, 2013. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/3577/357735557011.pdf. Acesso em: 18 jan. 2022.

NAGEL, T. What is it like to be a bat? The Philosophical Review, v. 83, n. 4, p. 435-450, 1974. Disponível em: q. Acesso em: 20 jan. 2022.

NICOLINI, L. B.; FALCÃO, E. B. M.; FARIA, F. S. Origem da vida: como licenciandos em Ciências Biológicas lidam com

este tema? Ciência & Educação, v. 16, n. 2, p. 355-367, 2010. https://doi.org/10.1590/S1516-73132010000200006

OKI, M. C. M.; MORADILLO, E. F. O ensino de história da química: contribuindo para a compreensão da natureza da ciência. Ciência & Educação, v. 14, n. 1, p. 67-88, 2008. https://doi.org/10.1590/S1516-73132008000100005

OLIVEIRA, D. A. B.; GOMES, V. B. Uma crítica ao reducionismo filosófico da química à mecânica quântica como elemento fundamental para a formação de professor. Ciência & Educação, v. 27, e21074, 2021. https://doi.org/10.1590/1516-731320210074

PESSOA JR., O. Duas tradições na sistêmica: holismo organicista e reducionismo separabilista. In: GONZALEZ, M. E. Q.; MORAES, J. A.; KERR, D. M. (org.). Informação e ação: estudos interdisciplinares. São Paulo: Editora Cultura Acadêmica/Unesp, 2013a. p. 295-327. Disponível em: https://opessoa.fflch.usp.br/sites/opessoa.fflch.usp.br/files/AO-Duas-tradicoes-final.pdf. Acesso em: 20 jan. 2022.

PESSOA JR., O. Emergência e redução: uma introdução histórica e filosófica. Ciência e Cultura, v. 65, n. 4, p. 22-26, 2013b. https://doi.org/10.21800/S0009-67252013000400011

PRIGOGINE, I. El redescubrimiento del tiempo. Archipiélago – Cuadernos de Crítica de la Cultura, Madri, n.10-11, p. 69-82, 1992. Disponível em: https://4grandesverdades.files.wordpress.com/2009/12/ilya-prigogine-redescubrimiento-del-tiempo.pdf. Acesso em: 20 jan. 2022.

RAMOS, J. P.; TEIXEIRA, L. M.; BARBOSA, J. I. C. Skinner: sobre o reducionismo. Rede Brasileira de Análise do Comportamento, v. 16, n. 2, p. 103-112, 2020. https://doi.org/10.18542/rebac.v16i2.9604

SÁNCHEZ-ARTEAGA, J. et al. Alterização, biologia humana e biomedicina. Scientiae Studia, v. 13, n. 3, p. 615-641, 2015. https://doi.org/10.1590/S1678-31662015000300007

SCHERMA, M. A.; MIRANDA, V. G. Relatos de uma jornada exploratória por grupos com viés anti-ciência. Revista UFG, v. 20, n. 26, e66663, 2020. https://doi.org/10.5216/revufg.v20.66663

SCHULZ, P. A. Reducionismo versus complexidade: o pensamento de Phil Anderson e sua influência em outras áreas. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 43, Supl. 1, e20200432, 2021. https://doi.org/10.1590/1806-9126-RBEF-2020-0432

ULANOWICZ, R. E. Ecology: the ascendant perspective. Nova York: Columbia University Press, 1997.

VAN GULICK, R. Reduction, emergence and other recent options on the mind/body problem. Journal of Consciousness Studies, v. 8, n. 9-10, p. 1-34, 2001. Disponível em: https://opessoa.fflch.usp.br/sites/opessoa.fflch.usp.br/files/Van-Gulick-Reduction-and-emergence-2001.pdf. Acesso em: 20 jan. 2022.

VASCONCELLOS, Á. R.; RODRIGUES, C. G.; LUZZI, R. Complexidade, auto-organização e informação em sistemas dinâmicos. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 37, n. 2, 2314, 2015. https://doi.org/10.1590/S1806-11173721806

WEINBERG, S. The limits of reductionism. Nature, v. 331, p. 475-476, 1988. https://doi.org/10.1038/331475a0

WEINBERG, S. Unified theories of elementary-particle interaction. Scientific American, v. 231, n. 50, 1974. Disponível em: https://www.scientificamerican.com/article/unified-theories-of-elementary-part/. Acesso em: 20 jan. 2022.

WILSON, E. O. Sociobiology: the new synthesis. Cambridge: Harvard University Press, 1975.

WONG, H. Y. The secret lives of emergents. In: CORRADINI, A.; O’CONNOR, T. (org.). Emergency in science and philosophy. Nova York: Routledge, 2010. p. 7-27.

WORLD O METER. GDP by country. Disponível em: https://www.worldometers.info/gdp/gdp-by-country/. Acesso em: 22 jan. 2022.

ZYLBERSZTAJN, A. Teoria final, unificação e reducionismo: opiniões da comunidade brasileira de física. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 25, n. 1, p. 1-17, 2003. https://doi.org/10.1590/S1806-11172003000100001

Downloads

Publicado

2022-09-17

Como Citar

BICUDO, R. de S.; TEIXEIRA, R. R. P. Reducionismo, emergentismo e ensino de ciências. Ensino & Multidisciplinaridade, São Luís, v. 8, n. 1, p. e0722, 1–13, 2022. DOI: 10.18764/2447-5777v8n1.2022.7. Disponível em: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/ens-multidisciplinaridade/article/view/18628. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos