Mulheres, flores e suas prisões: reflexões sobre botânica, gênero e ciência com alunas privadas de liberdade

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.18764/2447-5777v7n1.2021.6

Palabras clave:

Ensino de Ciências, Gênero e Ciência, História Cultural da Ciência, Educação Prisional

Resumen

Este artigo apresenta uma pesquisa realizada em aulas de ciências desenvolvidas com base na vertente da História Cultural da Ciência com foco nas práticas botânicas durante os séculos XVIII e XIX. A investigação ocorreu junto ao grupo de pesquisa NIEHCC e com alunas privadas de liberdade, quando do estudo de temas do conteúdo de Biologia na Educação de Jovens e Adultos (ecologia, nomenclatura científica, botânica).  O recorte histórico suscitou discussões sobre as relações entre gênero e ciência, a partir da discussão da participação feminina na Botânica no recorte histórico selecionado. A pesquisa histórica indicou que as práticas científicas em que as mulheres se envolveram, em geral, eram restritas ao espaço privado e derivaram de um interesse do contato das mulheres com a ciência. O método etnográfico foi escolhido para análise das intervenções em sala de aula. As alunas trouxeram para as aulas temáticas como homossexualidade, machismo, maternidade na adolescência, papel da mulher, diferenças entre os gêneros, opressões, violência masculina no seio familiar e barreiras no acesso da mulher à escola e ao trabalho, apontando que a abordagem da História Cultural da Ciência possibilitou conectar discussões sobre práticas científicas com o contexto das alunas.

Women, flower and their prisons: reflections about botany, gender, science and the social condition of women with female students inmates

Abstract

The paper reports the results of a study carried out in science classes from the Cultural History of Science approach, focusing on Botanical practices during the 18th and 19th centuries. The investigation was carried out with the NIEHCC research group and with students deprived of liberty when studying topics of Biology in Youth and Adult Education's mandatory curriculum (ecology, the scientific terminology, botany). The historical episode aimed to raise discussions about the relations between gender and science with the students, as many women participated in Botany in the selected historical section. The historical research indicated that the scientific practices in which women were involved, in general, were restricted to the private space and derived from an interest in women's contact with science. The ethnographic method was chosen to give voice to the speech of the participating students. Themes as homosexuality, sexism, adolescent motherhood, women's role, gender differences, oppression, male violence within the family, and barriers to women's access to school and work emerged in class, which indicates that the historical discussions were related to the students' context.   

Keywords: Science Education; Gender and Science; Cultural History of Science; Prison Education. 

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Biografía del autor/a

Iamni Torres Jager, Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckov da Fonseca

Doutoranda do Programa de pós Garduação em Ciência, Tecnologia e Educação do CEFET-RJ. membro do Núcleo de Investigação em Ensino, História da Ciência e Cultura (NIEHCC) e professora de biologia da educação básica na rede pública do Rio de Janeiro.

Áreas de interesse: História da Ciência, Ensino de Ciências, Educação de Jovens e Adultos, educação prisional, Etnografia na educação, Pesquisa Ação na educação, Gênero e Ciência, História Cultural da Ciência. 

Andreia Guerra de Moraes, Centro Federal de Educação Tecnólogica Celso Suckow da Fonseca, International History, Philosophy, and Science Teaching Group,

Andreia Guerra possui graduação em Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1986), mestrado em Difusão de Ciência e Tecnologia na Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1993) e doutorado em História e Filosofia da Ciência na Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2002). É professora e pesquisadora do Centro Federal de Educação Tecnológica de Celso Suckow da Fonseca- RJ. Foi coordenadora do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática do CEFET/RJ no período de agosto de 2011 a abril de 2014. É co-autora da coleções; Breve História da Ciência Moderna, Ed. Zahar, e Ciência no Tempo, Ed. Atual. Foi, em 2015, chair da 13th Biennial Conference do International History, Philosophy and Science Teaching Group Conference - Rio de Janeiro. É Editora adjunta do Caderno Brasileiro de Ensino de Física, além de atuar como revisora de periódicos nacionais e internacionais (Cultural Studies of Science Education e Science&Education). Líder do grupo de pesquisa do CNPq História e Filosofia da Ciência no Ensino e coordena o NIEHCC (Núcleo de Investigação em Ensino, História da Ciência e Cultura - niehcc.wordpress.com). Atou no comitê de avaliação PIBIC na UFG de 2015 a 2017. É e membro da Comissão de Ensino da Sociedade Brasileira de Física. É atual presidente do International History, Philosophy and Science Teaching (IHPST - www.ihpst.net) Dedica-se ao estudo das relações entre história, cultura e ciências, buscando compreender questões referentes à educação científica e formação de professores contemporâneas, orientando teses e dissertações nesses campos. Área de investigação: História, Filosofia e Sociologia das ciências, História Cultural da Ciência, educação científica e formação de professores.

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Publicado

2021-12-28

Cómo citar

JAGER, Iamni Torres; MORAES, Andreia Guerra de.
Mulheres, flores e suas prisões: reflexões sobre botânica, gênero e ciência com alunas privadas de liberdade
. Ensino & Multidisciplinaridade, v. 7, n. 1, p. 91–110, 28 dic. 2021 Disponível em: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/ens-multidisciplinaridade/article/view/18046. Acesso em: 23 nov. 2024.

Número

Sección

Artigos