A MEMÓRIA COMO UMA GRAMÁTICA DAS RAÇAS: AS ORDENS, AS MEMÓRIAS E AS MORTES DE QUINCAS BERRO DÁGUA
Abstract
O presente trabalho tem por objetivo examinar as disputas pelas memórias na obra “A morte e a morte de Quincas Berro Dágua” de Jorge Amado, tentando responder questões que giram em torno dos lugares de enunciação da cultura dos/as afrodescendentes que marcam a obra aqui analisada. Entendendo que o que produz uma das ou as várias mortes de Quincas Berro Dágua é o seu contato com certas personagens e certas geografias da cidade amadiana. Para isso, utilizo reflexões de autores como Michael Pollak, João Edson Rufino, Eduardo Assis Duarte e Carlos Moore. O trabalho apresenta considerações a respeito da necessidade de reler a trajetória de Quincas Berro Dágua, tentando a partir daí visualizar outras motivações para tantas mortes, contextualizando em seguida as disputas pelas memórias e seu caráter racial, e por fim, as pisadas dos seus amigos na tentativa de entender a morte como uma festa.
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