Reflexões sobre a interferência da fala na leitura de alunos do oitavo e do nono ano de uma escola pública do município de Imperatriz-MA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18764/2525-3441V22N9.2023.25

Palavras-chave:

Sociolinguística; variedade; escola pública

Resumo

Essa pesquisa investigou os fenômenos que ocorrem na oralidade de alunos do oitavo e nono ano de uma escola pública periférica no município de Imperatriz – Maranhão. Analisou se quando o aluno lê, transfere marcas da oralidade para a leitura ou se tem uma leitura monitorada e é fiel ao que está escrito. Analisou também como é tratada a variedade linguística em sala de aula e a postura do professor e dos alunos em relação à variação linguística presente no âmbito escolar, posto que esta análise se liga diretamente a contextos de fala e leitura. Para tanto, a análise é fundamentada em teóricos como Labov (1972/2008); Bortoni-Ricardo, (2004, 2005, 2006); Bagno (2002, 2003, 2007, 2012, 2013), interallia e dados do INEP/MEC. A pesquisa mostra os traços de oralidade mais frequentes na leitura dos alunos que foram observados. Os alunos colaboradores foram de escolas periféricas, que têm menos acesso à linguagem considerada como culta, por isso, tendem a variar mais ao usar a língua de forma oral, mesmo quando leem. Cabe, então, ao professor acompanhar esta atividade para mediar o uso da língua culta, que é responsabilidade da escola ensiná-la. Quando o aluno entende mais os aspectos linguísticos, quando lê e compreende, ele pode sair-se melhor em todos os componentes curriculares. Ele dominará melhor o uso da modalidade culta da fala, da escrita e será mais fiel ao que está escrito, quando for ler. Este estudo é considerado relevante não só porque a legislação oficial concernente ao ensino de língua na educação básica mostra a necessidade de se refletir sobre os fenômenos da linguagem, em especial os relacionados à questão da variedade e variação linguística, mas por poder colaborar com o trabalho docente, apresentado reflexões sobre o uso que os alunos fazem da língua.

 

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Biografia do Autor

Maria da Guia Taveiro-Silva, Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão - UEMASUL

É professora (Adjunto IV) de Linguística, da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão – UEMASUL, onde atua no Curso de Letras Língua Portuguesa e Literaturas, do Centro de Ciências Humanas, Sociais e Letras – CCHSL, e no Programa de Pós-Graduação em Letras - PPGLe no Mestrado Profissional em Letras. É formada em Letras Português e Inglês, pela Universidade Estadual do Maranhão (1988) e em Pedagogia, pela Universidade Federal do Maranhão (2001). É mestre em Educação (2007), pela Universidade de Brasília e doutora em Linguística (2012), pela mesma Universidade. Fez estágio de doutorado, financiado pela CAPES, na Universidade da Califórnia em Los Angeles – UCLA, USA, (2010-11), Participou do curso de Ensino de Inglês como Língua Estrangeira, financiado pela CAPES, no Instituto de Educação – IOE, da universidade de Londres, UK, (2012). Tem experiência na área de Linguística (Sociolinguística), focalizando Educação e Linguística – formação de professores –, trabalhando temas como: educação em língua materna; letramento e formação de professores; alfabetização; etnografia de sala de aula. Como pesquisadora, é líder do Grupo de Pesquisa (CNPq): Grupo de Estudos Linguísticos do Maranhão – GELMA e vice-coordenadora do Núcleo de Estudos Literários e Linguísticos – NELLI. Atualmente é coordenadora de dois projetos Universais de Pesquisa, com fomento: um estadual (FAPEMA) e um nacional (CNPq). Como extensionista, é coordena de um projeto de Extensão (PIBEXT), em escolas públicas de Ensino Médio, em Imperatriz. Orienta bolsistas e voluntários de iniciação científica (IC) e de extensão, bem como bolsista do Programa de Bolsas de Apoio Técnico Institucional – BATI. É consultora ad hoc de agências de fomento (FAPEMA, CNPq e Cebraspe) e revisora de revista especializada (Domínios de Lingu@gem, da UFU). Suas publicações incluem artigos, capítulos de livros, apresentação de obras e os livros, “Letramento e linguagem em escola rural” e “Experiência de vida e letramento”. Na área administrativa, responde pela Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação - PROPGI. Outras informações podem ser encontradas no currículo.

Laila da Silva Feitosa , Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão - UEMASUL

Graduada em Letras Língua Portuguesa e Literaturas e docente da Educação Básica.  pesquisadora da linha de pesquisa Linguagem e Sociedade, do grupo de estudos Linguísticos do Maranhão - GELMA

Neliane Raquel Macedo Aquino, Instituto Federal do Maranhão - IFMA

Doutora em Letras: Ensino de Língua e Literatura pela Universidade Federal do Tocantins (UFT/2019). Mestre em Letras: Ensino de Língua e Literatura pela Universidade Federal do Tocantins (UFT/2014). Especialista em Educação de Jovens, Adultos e Idosos pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA/2014). Especialista em Docência do Ensino Superior e Educação Digital pela Faculdade de Imperatriz (FACIMP/2012). Graduada em Letras Licenciatura em Português e Inglês pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA/2010). Atualmente é professora de português e inglês do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão, campus de Imperatriz. Tem experiência na área de Linguística e Literatura, atuando principalmente nos seguintes temas: A importância da Leitura para diferentes contextos; Uso de recursos de metodologias ativas e tecnologias educacionais digitais para o ensino e aprendizagem de língua e literatura. Ensino e Aprendizagem de Línguas. Fonética e Fonologia. Modelos de Aquisição de Linguagem.

Referências

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Publicado

2023-09-30

Como Citar

TAVEIRO-SILVA, Maria da Guia; DA SILVA FEITOSA , Laila; MACEDO AQUINO, Neliane Raquel.
Reflexões sobre a interferência da fala na leitura de alunos do oitavo e do nono ano de uma escola pública do município de Imperatriz-MA
. Afluente: Revista de Letras e Linguística, v. 8, n. 23, p. 187–204, 30 Set 2023Tradução . . Disponível em: . Acesso em: 27 abr 2024.

Edição

Seção

Leitura e escrita: diferentes práticas e concepções