Os direitos humanos e a função humanizadora da literatura
DOI:
https://doi.org/10.18764/2236-4358v14n43.2024.50Palavras-chave:
Racismo, Direitos humanos, Antidiscrimação, Direito e literatura, Literatura afro-estadunidenseResumo
O artigo aborda o racismo estrutural, o Direito da antidiscriminação e o papel humanizador da literatura através da obra Blanche em Apuros (2022), de Barbara Neely. O objetivo é examinar como a literatura apoia a discussão de temas como racismo e preconceito. A análise do enredo destaca aspectos discriminatórios enfrentados pela protagonista, promovendo reflexões antirracistas pela perspectiva jurídica, com base em Rios (2008), Maingueneau (2016), Almeida (2020) e Stutchcka (2023). A função humanizadora da literatura é discutida à luz de Antonio Candido (1972; 1995), evidenciando a importância da relação entre Direito e Literatura para a formação crítica no direito. Conclui-se que a relevância temática reside na reflexão sobre um direito que, além da normatização procedimental, considera as desigualdades intersetoriais de raça, gênero e classe que permeiam o “operar jurídico”, sendo a literatura um importante instrumento para uma formação crítica e sensível dos profissionais da área.
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