A máscara do parecer e o sofrimento do ser: paralelos entre Jean-Jacques Rousseau e Raul Brandão

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18764/2966-1196v1n2.2024.29

Palavras-chave:

Jean-Jacques Rousseau, Raul Brandão, Sociedade, Ser e Parecer, Máscara

Resumo

O presente artigo tem como pretensão abordar um paralelo existente entre o filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) e o escritor Raul Brandão (1867-1930). Apesar de distantes temporal e geograficamente, faz-se extremamente interessante como a obra dos dois autores dialoga nuclearmente no que se refere à tratativa crítica do embate entre ser e parecer na sociedade. Enquanto Rousseau desenvolve suas considerações por meio do estabelecimento de conceitos, mitologias originárias e um pensamento agudamente político-social, Brandão apresenta, em 1917 – ano da publicação de sua obra máxima –, mais de um século depois, a materialização em forma de romance da denúncia social que Rousseau já havia produzido em sua época. Diante do que foi dito, o presente artigo, em função da concretização do objetivo pretendido, exporá o quanto possível a temática do ser e do parecer e a conexão possível entre os dois autores por meio de suas distantes – porém, extremamente próximas – denúncias sociais e morais acerca da máscara social que os indivíduos usam em seu cotidiano.

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Biografia do Autor

Gabriel Fallaci Fernando, Universidade de São Paulo

Mestrando em Literatura Portuguesa pela Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH – USP).

Helderson Mariani Pires, Universidade de São Paulo

Mestre e Doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e, atualmente, pós-doutorando na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH – USP)

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Publicado

2024-12-14

Edição

Seção

Artigos - Século XVIII