UM ESTUDO DAS CORES NO BAIÃO DE PRINCESAS DA CASA FANTI-ASHANTI EM SÃO LUÍS DO MARANHÃO
Keywords:
Arte e fé, Baião de Princesas, Cor e simbologia, Ritual, Religião afro-diaspórica.Abstract
O artigo faz uma descrição das cores no ritual da festa Baião de Princesas ligado à cura/pajelança realizado no dia 13 de dezembro de 2012 na Casa Fanti-Ashanti (terreiro de Mina e Candomblé, em São Luís do Maranhão). O objetivo deste artigo é fazer um estudo das cores das indumentárias (bantés) usadas pelas filhas de santo (vodunsis) e das cores na decoração do Terreiro (Casa Fanti-Ashanti) no intuito de estabelecer conexões com o ensino de Arte, conforme preconiza a Lei 10.639/2003 (torna obrigatório o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira na educação básica). A partir do que refere a Lei, foi realizada pesquisa de campo em terreiro, do tipo estudo de caso, pretendendo inserir a visualidade do terreiro na disciplina Arte por meio do conteúdo fundamentos da linguagem visual. Fez-se um estudo histórico da cor passando pelo uso que os gregos, romanos e a Renascença fizeram dela. A base teórica da pesquisa sustenta-se em autores como: Pedrosa, Chagas, Rousseau, – teorias da cor; Machado e Araújo, Mattos – educação em terreiro; Turner – antropologia do processo ritual e, a Lei nº 10.639/2003 - educação antirracista. As indumentárias do ritual Baião de Princesas são bastante coloridas, o que torna possível para as práticas do terreiro serem inseridas como conteúdo na disciplina Arte (fundamentos da linguagem visual) no estudo das cores no currículo da educação básica (conforme Lei 10.639/2003; MARANHÃO, 2017), uma vez que a festa Baião de Princesas, por seu colorido, oferece material substancial para as práticas escolares no tocante à cor.
Palavras-chave: Arte. Baião de Princesas. Cor e simbologia. Ritual. Religião afro-diaspórica.
ABSTRACT
The article gives a description of the colors in the ritual of the Baião de Princesas celebration linked to healing / pajelança held on December 13, 2012 at Casa Fanti-Ashanti (Terreiro de Mina e Candomblé, in São Luís do Maranhão). The aim of this article is to study the colors of the costumes (bantés) used by the daughters of saints (vodunsis) and the colors in the decoration of the Terreiro (Casa Fanti-Ashanti) in order to establish connections with the teaching of art, as recommended by Law 10.639 / 2003 (obliges the teaching of African and Afro-Brazilian history and culture in basic education). Based on the Law, a field study was carried out in a terreiro, a case study, aiming to insert the terreiro's visuality in the Art discipline through the fundamentals of visual language. A historical study of color was made through the use that the Greeks, Romans, and the Renaissance made of it. The theoretical basis of the research is based on authors such as: Pedrosa, Chagas, Rousseau, - color theories; Machado e Araújo, Mattos - terreiro education; Turner - anthropology of the ritual process and, Law No. 10,639 / 2003 - anti-racist education. The costumes of the Baião de Princesas ritual are very colorful, which makes it possible for the terreiros practices to be inserted as content in the discipline Art (fundamentals of visual language) in the study of colors in the basic education curriculum (according to Law 10.639 / 2003; MARANHÃO, 2017), as the Baião de Princesas party, because of its color, offers substantial material for school practices regarding color.
Keywords: Art. Baião de Princesas. Color and symbolism. Ritual. Afro-diasporic religion.
Downloads
References
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2003. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm. Acesso em: 26 nov. 2019.
CHAGAS, Daniela Álvaro. Cor e conservação: As intervenções cromáticas no Terreiro do Paço. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) - Faculdade de Arquitetura, Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 2010.
Dicionário de símbolos. Significado da cor rosa. Disponível em: https://www.dicionariodesimbolos.com.br/significado-cor-rosa/. Acessado em: 22 jun. 2019.
DONDIS, A. Donis. Sintaxe da linguagem visual. Trad. Jefferson Luiz Camargo. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
FERREIRA, Euclides Menezes. Tambor de Mina em Conserva. Casa Fanti-Ashanti
, São Luís – MA.
FERREIRA, Euclides Menezes. Entrevista, data: 15 fev. 2013.
MACHADO, Claudete Nascimento; ARAÚJO, Patrick F. de. Ações e experimentos artísticos na Amazônia amapaense: produção de sujeitos que se autodeclaram “artistas de terreiro”. Revista da ABPN, Uberlândia, v. 11, n. 27, p. 139-152, nov. 2018/fev. 2019.
MARANHÃO. Escola digna – plano mais IDEB: programa de fortalecimento do ensino médio – orientações curriculares para o ensino médio: caderno de arte. Secretaria de Estado da Educação. – São Luís, 2017.
MATTOS, Nelma Cristina Silva Barbosa de. Arte afro-brasileira: contraponto da produção visual no Brasil. Revista da ABPN, Uberlândia, v. 11, n. 27, p. 165-183, nov. 2018/fev. 2019.
NUNES, René. Cromoterapia aplicada. 5. ed. Brasília, DF: [s.n.], 1993.
OMBALA TUMBANSI. À propósito das máscaras. Disponível em: http://inzotumbansi.org/home/a-proposito-das-mascaras-traducao-livre-de-tata-kisaba-kiundundulu/. Acesso em: 22 jun. 2019.
PEDROSA, Israel. Da cor à cor inexistente. 1. ed. Brasília, DF: Léo Christiano Editorial, 1989.
PEDROSA, Israel. Da cor à cor inexistente. 10. ed. Brasília, DF: Léo Christiano Editorial, 2009.
ROUSSEAU, René-Lucien. A linguagem das cores. São Paulo: Editora pensamento, 1980.
SOUZA, Tiago Caetano da Silva. O comportamento infantil frente ao consumo. 2009. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Comunicação) − Centro Universitário de Brasília, Brasília, DF, 2009.
TURNER, Victor W. O processo ritual: estrutura e antiestrutura. Trad. de Nancy Campi de Castro e Ricardo A. Rosenbusch. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013. (Coleção Antropologia).
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE
Senhores editores da Revista Bibliomar,
Declaro que submeti o artigo __________________________________ para avaliação e parecer, e que estou ciente das condições para publicação nesta revista, entre as quais destaco:
a) não há omissão de ligações ou acordo de financiamento entre aqueles que venham a se interessar pela publicação deste trabalho;
b) o trabalho é original e inédito e que não foi enviado nenhum texto similar a este, sob minha autoria, a outro periódico, durante o período em que este texto estiver sob a avaliação da Revista Bibliomar;
c) este trabalho é fruto de pesquisas por mim realizadas e não há omissão de nenhum autor por mim citado.
Respeitosamente,
Loca/data____________, ______/_____/_____
Assinatura do autor(es)
DIREITOS DE PUBLICAÇÃO
Qualquer usuário poderá ter direito de:
- Compartilhar — copiar, baixar, imprimir ou redistribuir o material em qualquer suporte ou formato
- Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
De acordo com os seguintes termos:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de maneira alguma que sugira ao licenciante a apoiar você ou o seu uso.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.