A cozinha afro-brasileira no sambajazz: a cultura popular mundializada e o samba moderno
DOI:
https://doi.org/10.18764/2236-9473.v14n28p107-130Palavras-chave:
Música popular, Cultura popular, Música negra, Samba-jazz, Bossa nova, Seção rítmicaResumo
Este artigo aborda o movimento do sambajazz, que floresceu junto à bossa nova no contexto da modernização do samba que se deu entre fins dos anos 1950 e início dos anos 1960 no Brasil, com foco na cidade do Rio de Janeiro. O sambajazz se distingue da bossa nova pelo maior investimento na seção rítmica, ou “cozinha”, no jargão nativo. Esta prática, voltada para os ritmos da bateria, das percussões e dos baixos, caracteriza, entre outros fatores, a ligação do sambajazz com a tradição da batucada de samba e com a cultura afro-brasileira. Moacir Santos (Flores, PE, 1926 – Pasadena, EUA, 2006), um maestro negro do sambajazz cujo primeiro álbum foi intitulado Coisas afro-brasileiras (1965) e o baterista de samba moderno, Édison Machado (Rio de Janeiro, RJ 1934 - Rio de Janeiro, RJ, 1990), considerado o “inventor do samba do prato”, são músicos de sambajazz abordados no artigo. O movimento é relacionado ao conceito de cultura popular mundializada e problematizado a partir de sua relação de tensão com a cultura erudita e com a cultura de massas. O alcance internacional desta produção e o padrão de imigração destes músicos para o exterior em fins dos 1960 sugerem que o sambajazz consiste em uma rede transnacional de circulação de práticas culturais.
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