DESATIVAR A LOUCURA DA DOENÇA MENTAL: uma leitura sobre a transgressão linguística em Foucault

Autores

Palavras-chave:

loucura, doença mental, literatura, transgressão linguística

Resumo

Esse artigo busca discutir a análise de Foucault sobre a transgressão linguística enquanto uma forma de desativar a concepção de loucura da figura do discurso médico inscrita como doença mental. Foucault propõe essa desativação de maneira mais clara em um curto texto de 1964 denominado A loucura, a ausência de obra. Essa transgressão linguística, segundo Foucault, se daria através da literatura de vanguarda, pois ela nos traria a possibilidade de uma linguagem que desdobra em si mesma, transgredindo o código da língua vigente ao anular sua potência ordenadora e possibilitando que essa linguagem se organize em outro código de forma muda. O que Foucault nos mostra é como a loucura pode ser anunciada mesmo diante de interditos, mas transgredindo-os ao conservar um vazio de sentido que se desdobra em si mesmo. Há, como veremos, uma vizinhança entre a literatura e a loucura – eis uma forma que Foucault encontra de livrar a loucura da figura da doença mental.

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Biografia do Autor

Ronaldo Filho Manzi, Faculdade de Inhumas

Doutor em filosofia pela Universidade de São Paulo (USP, 2013) e pela Radboud Universiteit Nijmegen (RUN, 2013) (co-tutela). Pós-doutor em filosofia (USP, 2017) e em Psicologia Social (USP, 2019). Publicou os livros: Quand les corps s’envahissent – Merleau-Ponty face à la psychanalyse (EUE, 2018); Memória, ato performativo e patologia do social – de permeio com a filosofia, a psicanálise e a literatura (Kotter, 2019); Complexo de Édipo em Freud e Lacan – Uma introdução à fobia do pequeno Hans (Via Lettera, 2019); Exemplos, exceções, metáforas... – Um estudo epistemológico da psicanálise (Clube de Autores, 2019); A ordem das razões e a desconstrução - Formas de pensar a história da filosofia (Clube de Autores, 2019); Uma leitura sobre ideologia, mídia e educação - o que é ficção e o que é real? (Brazil Publishing, 2020); Quando os corpos se invadem - Merleau-Ponty face à psicanálise (Brazil Publishing, 2020); “Uma fera sempre à espreita” – o que é fantasia em Freud? (Brazil Publishing, 2020 (no prelo)); Conversas com Husserl – Não exatamente contra, mas a partir de... (Brazil Publishing, 2020 (no prelo)) Co-organizou os livros A filosofia após Freud (Humanitas, 2008) e Paisagens da Fenomenologia francesa (UFPR, 2011). Publicou artigos em periódicos especializados, além de diversas traduções de artigos e revisões de livros. Atua principalmente nas áreas da Filosofia da Educação, Fenomenologia francesa, Psicanálise e da Epistemologia da Psicanálise. É membro executivo do grupo de pesquisa do Laboratório de Estudos em Teoria Social, Filosofia e Psicanálise (USP). É membro do grupo de pesquisa do Laboratório de Estudos em Teoria Social, Filosofia e Psicanálise do Centro-Oeste. É membro da International Society of Psychoanalysis and Philosophy (ISPP). Artista Plástico. Psicanalista. Professor no Programa de Pós-Graduação em Educação na Faculdade de Inhumas (FacMais).

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Publicado

2020-12-10

Como Citar

Manzi, R. F. (2020). DESATIVAR A LOUCURA DA DOENÇA MENTAL: uma leitura sobre a transgressão linguística em Foucault. Cadernos Zygmunt Bauman, 10(24). Recuperado de http://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/bauman/article/view/15402

Edição

Seção

A CONSTRUÇÃO ANALÍTICA DE FOUCAULT: Ciência, Política e Educação