Amor de si, piedade e amor-próprio: O lugar do sentimento no Segundo Discurso de Rousseau
Palavras-chave:
Amor de si, Piedade, Amor-Próprio, Sentimento, DesigualdadeResumo
Este artigo investiga o papel dos sentimentos de amor de si, piedade e amor-próprio no Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, de Jean-Jacques Rousseau. O objetivo é explicitar como tais sentimentos contribuem para a compreensão da passagem do estado de natureza ao estado civil e em que medida podem servir como freio moral à degeneração do homem em sociedade. Parte-se da análise do estado de natureza, no qual predominam o amor de si e a piedade como princípios de autoconservação e de solidariedade espontânea. Em seguida, aborda-se a Idade de Ouro, estágio intermediário no qual o surgimento da linguagem, da vida em comunidade e dos primeiros vínculos afetivos conduz ao aparecimento do amor-próprio. Por fim, examina-se o estado civil, marcado pelo fortalecimento do amor-próprio e pelo enfraquecimento do amor de si e da piedade, dando origem à vaidade, à rivalidade e à desigualdade. A pesquisa sustenta que, ainda que não haja retorno ao estado natural, os sentimentos de amor de si e de piedade permanecem como possíveis reguladores éticos da vida social, oferecendo alternativas para resistir à lógica da aparência, da competição e do narcisismo contemporâneos. Assim, destaca-se a atualidade da crítica rousseauniana e a necessidade de refletir sobre a educação e cultivo dos sentimentos como caminhos para uma convivência menos desigual e mais solidária.
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Referências
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