Rousseau e a “revolução copernicana” da educação: O caso da educação negativa
Palavras-chave:
Rousseau, educação negativa, Revolução, criançaResumo
É praxe a revolução operacionalizada por Rousseau na educação moderna, mais especificamente na educação da criança. Tal revolução ficou conhecida como "revolução copernicana", por referência a Nicolau Copérnico (1473-1543), que, no século XVI mudou a teoria geocêntrica para teoria do heliocentrismo, com o sol figurando como o centro do universo e os planetas girando ao seu redor. Análogo a isso, Rousseau, faz algo parecido na educação, pois, ao invés do conteúdo ou do mestre, o mais importante na educação passa a ser a criança. Com isso, o filósofo de Genebra radicalizou a maneira de se pensar a criança e sua educação; como deveria aprender. Assim, o presente trabalho objetiva explorar a educação negativa como sendo um dos aspectos da "revolução copernicana" no pensamento de genebrino. O projeto educativo de Rousseau, calcado na educação negativa como sendo o pilar do livro Emílio ou Da Educação, descreve que a educação adota princípios e tende à finalidade de formar um ser humano humanizado pela educação da natureza, também caracterizada por educação negativa, forjada principalmente entre os dois e doze anos de idade. A metodologia adotada na elaboração dessa pesquisa é bibliográfica com ênfase na análise e interpretação das ideias educativas, em que serão consultadas a obra supracitada e outros autores que tratem da educação e da educação negativa em Rousseau. Concluindo-se que a educação negativa como um preceito da educação para a criança empreendida desde o nascimento do Emílio pretende-se a um grau mais elevado que é favorecer o florescimento da criança ao invés de se exigir que ela responda por questões morais, sociais e culturais antes da denominada idade da razão.
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