A Amazônia como espelho do desconhecimento e da invisibilidade
Palavras-chave:
Amazônia, arte indígena contemporânea, colonialidade, identidade, resistênciaResumo
O artigo reflete sobre a Amazônia como um espaço simbólico e político em disputa. O objetivo é evidenciar como práticas artísticas, especialmente a arte indígena contemporânea, funcionam como resistência à invisibilidade histórica e à violência estrutural impostas por visões coloniais e capitalistas. A metodologia adotada envolveu revisão bibliográfica e análise qualitativa baseada em relatos de experiência de duas pesquisadoras amazônidas: uma com vivência urbana e outra indígena. A Amazônia é apresentada como periferia do sistema capitalista mundial, frequentemente reduzida a “vazio demográfico” ou “reserva de recursos” por visões externas que reproduzem a colonialidade do poder. Essa lógica gera violências epistemológicas e físicas, desumanizando povos tradicionais e invisibilizando, inclusive, a Amazônia urbana. Diante dessa opressão, a arte surge como instrumento potente de contestação e produção de saberes contra-hegemônicos, afirmando identidades e desafiando estruturas de poder. A arte indígena contemporânea, em especial, constitui um campo de visibilidade, tecendo o ancestral e o atual para denunciar as ameaças ao território e ao futuro. Assim, a arte é compreendida como ato político de afirmação e libertação do “espelho eurocêntrico”.
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