Preto-velho, curandeiro de umbanda: imagens, estereótipos e emoções na produção do sagrado

Autor/innen

DOI:

https://doi.org/10.18764/1983-2850v17n50.2024.19

Schlagworte:

preto-velho, curandeiro, estereótipo, umbanda

Abstract

Neste artigo mostraremos como os terreiros servem como uma primeira etapa no processo de cura através do dispositivo da fé. Utilizando metodologia qualitativa, através de observação participante, pesquisa historiográfica e revisão bibliográfica, partimos da análise da figura do preto-velho como arquétipo de entidade curandeira para compreender os trânsitos devocionais, a construção de simbologias e a desmistificação de estereótipos envolvidos nos processos de cura na Umbanda. Compreendemos a cura como um processo de agência religiosa que envolve múltiplos fatores e se processa no campo das emoções e do corpo.

Downloads

Keine Nutzungsdaten vorhanden.

Autor/innen-Biografien

Joana Bahia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Professora titular de Sociologia e Antropologia e procientista do Programa de Pós Graduação e História Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Paula Esteves, Universidade Estadual do Rio de Janeiro

Doutoranda e Mestre em Ciências Sociais pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Atua como pesquisadora nos Núcleos de Pesquisa CIDADES e NUER (PPCIS/UERJ), cadastrados na base do CNPQ, e como editora do periódico Intratextos. Tem como áreas de interesse a antropologia e a sociologia, com ênfase na antropologia urbana, antropologia das emoções e nos estudos de sexualidade, gênero, territorialidades e subjetividades.

Farlen de Jesus Nogueira, Universidade Estadual do Rio de Janeiro

Doutorando em História pelo Programa de Pós-Graduação em História Social da UERJ-FFP. Bolsita FAPERJ.

Literaturhinweise

ABU-LUGHOD, Lila; LUTZ, Catherine. Introduction: emotion, discourse and the politics of everyday life. In: ______ (eds.), Language and the politics of emotion. Cambridge: Cambridge University Press, 1990.

BAHIA, Joana e NOGUEIRA, Farlen. Umbandista vota em umbandista: disputas entre umbandistas e católicos no campo religioso brasileiro (1950-1962). Revista Brasileira de História das Religiões. ANPUH, Ano XV, n. 45, Janeiro/Abril 2023.

___________e Performances artísticas e circularidades das simbologias afro religiosas. Revista Brasileira De História Das Religiões, 9(27), 171-188, 2016.

Beliso-de Jesús, Aisha M. Electric Santería. Racial and Sexual Assemblages of Transnational Religion. Columbia: Columbia University Press, 2015.

CAPPONI, Giovanna. 2017. “Deuses ou ciborgues? Uma análise multiespécie do conceito de assentamento no candomblé”. Anais da VI Reunião de Antropologia da Ciência e Tecnologia, nº 3: 3-18.

CAPONE, Stefania. A Busca da África no Candomblé: tradição e poder no Brasil. Rio de Janeiro: Pallas, 2009.

GIUMBELLI, Emerson. Zélio de Moraes e as origens da umbanda no Rio de Janeiro. In; Caminhos da Alma. Memória Afro-Brasileira. São Paulo: Selo Negro, 2002, p.183-217

ISAIA, Artur. Umbanda como projeto de nomeação da realidade brasileira. Revista Brasileira de História das Religiões. ANPUH, ano VII, p.115-129, 2015.

LE BRETON, David. As Paixões Ordinárias: Antropologia das Emoções. Petrópolis: Vozes, 2009.

LEISTNER, R. M. Os outsiders do além: um estudo sobre a Quimbanda e outras ‘feitiçarias’ afro-gaúchas. São Leopoldo, Doctoral Thesis, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, 2014.

LÉVI-STRAUSS, Claude. “A eficácia simbólica.” In Antropologia estrutural. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1996, pp. 237-265. Sessão 20 Campinas: Papirus, 1997, p. 215-236.

NOGUEIRA, Farlen de Jesus. O Tata Ti Inkice da omolocô: Tancredo da Silva Pinto, clivagens e disputas no campo religioso umbandista do Rio de Janeiro (1950 -1979).Rio de Janeiro: Autografia, 2022

RABELO, Miriam, ALVES, Paulo César e SOUZA, Iara. Experiência de doença e narrativa [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 1999. 264 p.

RAMOS, Arthur. O Folclore Negro do Brasil. Rio de Janeiro: Ed Carioca, 1954.

RESOLUÇÃO Nº 715, DE 20 DE JULHO DE 2023. Disponível em: https://conselho.saude.gov.br/resolucoes-cns/3092-resolucao-n-715-de-20-de-julho-de-2023 Acesso em: 26 de maio de 2024.

ROWLAND, Michael. “The sound of witchcraft. Noise as mediation in religion transmission”. In: Berliner, David and Sarró, Ramon. Learning religion: Anthropological approaches. Berghahn Books, New York/, 2014. Pp 191-207.

SEYFERTH, Giralda. 2018. “A invenção Da raça E O Poder discricionário Dos estereótipos”. Anuário Antropológico 18 (1):175-203.

SERRES, Michel. Os cinco sentidos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.

SOUZA, Monica Dias. Pretos-velhos: Oráculos, crença e magia entre os cariocas. Tese (Doutorado). Programa de Pós-graduação em Sociologia e Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2006.

STOLLER, Paul. O gosto das coisas etnográficas. Os sentidos na antropologia. Rio de janeiro, Papéis selvagens, 2022.

FONTES CONSULTADAS:

Biblioteca Nacional:

Diário de Notícias (1965)

Jornal do Brasil (1965)

Última Hora (1965)

Veröffentlicht

2024-09-27

Zitationsvorschlag

BAHIA, Joana; ESTEVES, Paula; NOGUEIRA, Farlen de Jesus.
Preto-velho, curandeiro de umbanda: imagens, estereótipos e emoções na produção do sagrado
. Revista Brasileira de História das Religiões, v. 17, n. 50, p. 1–14, 27 Sep. 2024 Disponível em: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/23767. Acesso em: 23 nov. 2024.