Territorialidade e etnicidade em Camaputiua: resistências de um quilombo no Maranhão profundo
DOI:
https://doi.org/10.18764/2595-1033v8n19e26176Parole chiave:
Quilombo, Etnicidade, Conflitos, Resistência, Maranhão profundoAbstract
O presente relato de experiência resulta das atividades executadas no âmbito do “Protocolo de consulta e planos de proteção territorial de comunidades quilombolas no estado do Maranhão”, financiado pelo Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania em parceria com a Universidade Federal do Maranhão, e enfoca especificamente o território Camaputiua, composto por 28 comunidades, situadas no município de Cajari, na microrregião da Baixada Maranhense. O objetivo é analisar os elementos que compõem a territorialidade de Camaputiua e sua diversidade identitária, as práticas e modos de vida ligados à biodiversidade regional e o universo sociocultural ancestral do quilombo. A metodologia envolveu visitas de campo para a realização de oficinas e a aplicação de formulários para levantamento ocupacional. Constataram-se conflitos na região com criadores de bubalinos, devido ao cercamento elétrico dos igarapés e babaçuais, que promove insegurança à população. Com efeito, descolonizar a percepção sobre as comunidades quilombolas é uma urgência política, histórica e sociocultural, na luta contra o racismo estrutural que marginaliza os povos tradicionais tentando silenciá-los. Não obstante as adversidades, os quilombos, a exemplo de Camaputiua, seguem formulando suas narrativas de resistência, erguendo suas vozes regidas pelos laços étnicos que perpetuam saberes, culturas e vivências ancestrais entranhadas no, desconhecido por muitos, Maranhão profundo.
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