Kwanissa: Revista de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa <p>A Kwanissa – Revista de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros é um periódico científico, publicado semestralmente pela Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-brasileiros (Liesafro) e pelo Programa de Pós-graduação em Estudos Africanos e Afro-brasileiros (PPGAFRO) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). </p> <p>O periódico tem como foco a publicação de artigos, resenhas, relatos de experiências, ensaios que debatam tanto o continente africano como a sua diáspora. Sendo assim, a revista tem foco em questões atuais e da história do continente como das populações afro da diápora pelo mundo.</p> <p>Os focos de publicação são: História e Cultura Africana e Afro-Diaspórica; Relações étnico-raciais; Educação das relações étnico-raciais e as leis 10.639/03 e 11.645/08; Legislações referentes às diretrizes de educação das relações étnico raciais e da educação quilombola; Políticas Públicas de promoção da igualdade racial; lém de estudos que envolvam a diáspora africana em sua amplitude, com temas acerca do território, cultura, religião, conflitos, ciências de forma geral abrangendo a diáspora. A revista também tem como foco temas acerca do gênero e suas interseccionalidades; Direito e políticas na diáspora africana.</p> <p>O continente africano é também referência de publicação na revista, com o interese em textos que abranjam esse território, passando pela multidisciplinaridade. Assim, geografia, ciências naturais e da saúde, ciências sociais, história, arqueologia, dentre outras são de interesse do periódico para a publicação. Sendo assim, também são foco da revista: Cidades e o urbano no continente africano; Exploração de recursos, mobilizações e conflitos em África; A sociedades, línguas e culturas; Religiosidades, dentre outros que tenham o território e as sociedades africanas como referência.</p> <p>ISSN 2595-1033</p> <p>Periodicidade: Semestral</p> <p><strong>Qualis/CAPES (2017-2020): B2</strong></p> pt-BR Direitos autorais Kwanissa: Revista de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros <br /><br /> <a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/" rel="license"><img style="border-width: 0;" src="http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/4.0/88x31.png" alt="Licença Creative Commons" /></a><br />Este obra está licenciado com uma Licença <a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/" rel="license">Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional</a>. savio.jose@ufma.br (Sávio José Dias Rodrigues) periodicoseletronicos@ufma.br (Equipe do Portal de Periódicos UFMA) qua, 03 dez 2025 10:11:28 -0300 OJS 3.2.1.4 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 O DESEJO POR BRANCURA PELO NEGRO NA OBRA PELE NEGRA, MÁSCARAS BRANCAS DE FRANTZ FANON https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/26259 <p><em><span style="font-weight: 400;">Pele Negra, Máscaras Brancas </span></em><span style="font-weight: 400;">(1952), inicialmente rejeitado pela academia, foi publicado pela primeira vez no ano de 1952. Nele, o psiquiatra e filósofo martinicano Frantz Fanon, analisa o impacto do racismo na subjetividade e</span><em><span style="font-weight: 400;"> psiquê</span></em><span style="font-weight: 400;"> das pessoas negras</span><em><span style="font-weight: 400;">. </span></em><span style="font-weight: 400;">Nesta resenha, objetiva-se analisar os principais pontos dos capítulos:</span><em><span style="font-weight: 400;"> Introdução, O negro e a linguagem, A mulher de cor e o branco</span></em><span style="font-weight: 400;"> e</span><em><span style="font-weight: 400;"> O homem de cor e a branca</span></em><span style="font-weight: 400;">. Os capítulos possuem um ponto em comum: a análise sobre o negro moderno e suas atitudes para inserir-se e ser aceito no mundo dos brancos, com enfoque na experiência vivida pelos negros martinicanos. Para que a aceitação ocorra, Fanon discorre sobre as estratégias adotadas pelos negros - </span><em><span style="font-weight: 400;">as máscaras brancas</span></em><span style="font-weight: 400;">, percebidas no campo da linguagem e dos relacionamentos afetivo-sexuais, para sentir-se pertencentes à civilização branca e dignos de humanidade. </span></p> Ana Carolina Vale de Sousa Copyright (c) 2025 http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/26259 qua, 03 dez 2025 00:00:00 -0300 LICENCIATURA INTERDISCIPLINAR EM ESTUDOS AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/27851 <p><span style="font-weight: 400;">A Lei nº 10.639/2003 tornou obrigatório o ensino da história e da cultura afro-brasileira e africana no Brasil nas instituições educacionais. Nesse cenário, é imprescindível a descolonização dos currículos marcadamente eurocêntricos. No presente artigo, objetivamos refletir sobre como a Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros (LIESAFRO), iniciativa pioneira no Brasil, implantada em 2015 na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), realiza a formação de professores/as em interação com a educação básica e com países africanos, latino-americanos e caribenhos, como Cabo Verde, Cuba e Moçambique, numa perspectiva Sul-Sul de diálogos entre conhecimentos e experiências, o que inspirou uma política do governo Federal: o Caminhos Amefricanos - Programa de Intercâmbios Sul-sul. Utilizamos como referencial teórico-metodológico autores/as como Quijano (2007, 2009), Walsh (2010, 2017) e Gomes (2017). Concluímos que o ensino da história e da cultura afro-brasileira e africana integra de maneira estrutural o Projeto Político-Pedagógico da LIESAFRO/UFMA, que promove a formação de professores/as em uma perspectiva emancipatória e antirracista.</span></p> Rosenverck Estrela Santos, Kátia Regis Copyright (c) 2025 http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/27851 qua, 03 dez 2025 00:00:00 -0300 O SISTEMA DAS AUTOCONSCIÊNCIAS A VISTA DE FRANTZ FANON https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/25069 <p><span style="font-weight: 400;">Através de uma reconstrução dos Conceitos Sistematizadores, uma ferramenta útil para a análise da filosofia Hegeliana, realizamos uma contraposição entre as noções de reconhecimento através de um Sistema de Autoconsciências e a crítica anticolonial mediada por Frantz Fanon. O cerne do trabalho é ressaltar como a análise do contexto colonial é crucial para que se consiga debater noções de reconhecimento e, consequentemente no sentido Hegeliano, um efetivo Sistema de Autoconsciências. No caso, uma Dialética do Senhor e do Servo levada às últimas consequências, diferente do que vislumbrou Hegel, o movimento de Negritude e as contribuições Fanonianas à Filosofia permitem um diálogo filosófico que leve em consideração uma pedra fundante da Modernidade: a desumanização do sujeito negro. Assim, questionando um símbolo do cânone filosófico que relega o continente africano a um vazio histórico, fizemos este artigo com o compromisso de revisitar a Modernidade sob uma perspectiva crítica, através de uma intelectualidade historicamente silenciada.</span></p> Matheus Sena Asevedo Campanhã, Júlia Araújo Carvalho, Thiago Rodrigues Costa Copyright (c) 2025 http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/25069 qua, 03 dez 2025 00:00:00 -0300 “DJARAMA BUI LITERATURA!”: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/26071 <p><span style="font-weight: 400;">Objetiva apresentar reflexão sobre práticas que se valem de tecnologias de informação e comunicação (TIC) em processos educacionais como mecanismo estratégico para driblar as dificuldades de acesso a obras de e sobre as literaturas africanas de língua portuguesa e brasileira, notadamente, na Guiné-Bissau. Tece considerações sobre o impacto do uso das TIC nos processos de ensino e aprendizagem e sublinha aspectos do projeto </span><strong><em>literÁfricas</em></strong><span style="font-weight: 400;">, que se configura como uma fonte de informação especializada em africanidades, dedicada a visibilizar, em acesso aberto na internet, acervo de textos críticos, entrevistas e vídeos sobre o sistema literário de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Compartilha a atividade realizada em ciclo de formação na Escola Superior de Educação – Unidade de Ensino Amílcar Cabral, situado na cidade de Bolama, região do arquipélago dos Bijagós – Guiné-Bissau, com graduandos de Pedagogia que produziram episódios de programa de rádio, adaptado para veiculação por </span><em><span style="font-weight: 400;">Whatsapp</span></em><span style="font-weight: 400;"> e </span><em><span style="font-weight: 400;">Youtube</span></em><span style="font-weight: 400;">, a partir de pesquisa coletiva, principalmente, no material on-line do </span><strong><em>literÁfricas</em></strong><span style="font-weight: 400;">. Conclui-se, com a experiência relatada, pela relevância da continuidade do trabalho de povoamento do acervo do Projeto </span><strong><em>literÁfricas</em></strong><span style="font-weight: 400;"> dada a contribuição que o mesmo oferta para enriquecer e diversificar o percurso formativo dos interessados nos sistemas literários dos cinco países de língua oficial portuguesa do continente africano.</span></p> Wellington Marçal de Carvalho, Edson Modesto de Araújo Júnior, Fernanda Gomes Almeida, Lourenço Augusto Essinhé Copyright (c) 2025 http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/26071 qua, 03 dez 2025 00:00:00 -0300 PARTICIPAÇÃO DA MULHER NO PROCESSO DA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE SOCIOCULTURAL E POLÍTICA EM MOÇAMBIQUE https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/26960 <p><span style="font-weight: 400;">Cada sociedade, em épocas específicas, apresenta formas particulares de construção da identidade sociocultural e políticas decorrentes das interações históricas. Essas formas particulares de construir a identidade são determinadas pelas mudanças socioculturais e geopolíticas. Moçambique atravessou diferentes vivências que representaram três formas de construção da identidade da mulher: colonial, da independência (socialista) e pós-independência (capitalista). Em cada um desses momentos, a mulher foi chamada a participar no processo da construção da moçambicanidade através dos processos da educação, da cultura, da mobilização social, da organização da estrutura familiar e do trabalho. Em cada um desses momentos a mulher lutou pela conquista dos seus direitos e pela emancipação política, económica e cultural. Por esses motivos, a mulher participou e continua participando nos desafios pela preservação das tradições autóctones, crenças religiosas; práticas socioculturais, educação tradicional, combate à pobreza e pelos seus direitos na participação política que foram hostilizados pelo colonialismo. Contudo, a sua participação na mobilização das camadas sociais, na educação das crianças, na vida política e a sua autoafirmação na construção e consolidação da moçambicanidade resultante de coesão interna entre vários grupos étnicos que formam Moçambique não é reconhecida e continua insignificante. Desta forma, o artigo pretende analisar o papel da mulher na construção e consolidação da identidade sociocultural e política e na luta pelos direitos humanos em Moçambique</span><strong>.</strong></p> Guilherme Basilio Copyright (c) 2025 http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/26960 qua, 03 dez 2025 00:00:00 -0300 DESRACIALIZAÇÃO DO CONTRATO SOCIAL https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/26974 <p><span style="font-weight: 400;">Este artigo propõe uma crítica ao contrato social brasileiro a partir das cosmologias afrodiaspóricas, articulando teoria política contratualista com epistemologias afro-intelectuais. Ancorado na crítica de Charles Mills ao “contrato racial” — pacto que estrutura o Estado moderno como um dispositivo de dominação branca —, o texto argumenta que a simples inclusão simbólica de grupos minorizados é insuficiente diante da lógica excludente que organiza o Estado brasileiro. Como alternativa, apresenta-se o conceito de “desracialização do contrato social”, compreendido como a transformação da estrutura estatal a partir do fortalecimento das heranças cosmológicas e epistêmicas dos povos das diásporas africanas. Trata-se de um processo que vai além da simples inserção de pessoas negras nas esferas de poder, ao exigir a valorização e incorporação de formas de organização afro-brasileiras fora dos modelos ocidentais, como os terreiros de candomblé, as rodas de capoeira e de samba. A contribuição teórica do artigo está em expandir o trabalho de Mills ao propor não apenas uma crítica ao Estado racial, mas também caminhos concretos para sua superação. Nesse contexto, ressaltam-se as rodas sagradas do universo negro brasileiro, conceito proposto por Xavier (2022), como tecnologias sociais de resistência, pertencimento e reorganização comunitária. O artigo propõe uma agenda teórica e metodológica para repensar o Estado brasileiro a partir de princípios democráticos, plurais e antirracistas, enraizados na experiência histórica e política da população negra.</span></p> Tadeu Kaçula Copyright (c) 2025 http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/26974 qua, 03 dez 2025 00:00:00 -0300 MUSEU VIRTUAL DA BOA ESPERANÇA: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/22999 <p><span style="font-weight: 400;">O Museu Virtual da Boa Esperança foi inaugurado no dia 5 de junho de 2021. Nele encontramos fotografias, notícias, histórias de vida e memórias coletivas das pessoas que integram a comunidade que representa uma região tradicional de Teresina-PI. O objetivo deste trabalho é apresentar o Museu enquanto espaço de memórias da cultura coletiva das famílias ameaçadas de desapropriação pelo Programa Lagoas do Norte (PLN). O PLN proposto pela Prefeitura de Teresina visa investimentos na área da habitação e drenagem urbana. No entanto, para ser executado, o projeto necessita desapropriar mais de duas mil famílias que residem na região. As fontes analisadas são os depoimentos contidos no Museu, a produção historiográfica e a documentação produzida pelas autoridades municipais. Em suma, destacamos que o Museu é uma ferramenta de luta usada para denunciar as desapropriações involuntárias e exigir o direito à cidade e à preservação da cultura ancestral. </span></p> Gianne Carline Macedo Duarte Ferreira, Maria da Vitória Barbosa Lima Copyright (c) 2025 http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/22999 qua, 03 dez 2025 00:00:00 -0300 ERA UMA VEZ A PADROEIRA NEGRA DE UM PAÍS RACISTA: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/24837 <p><span style="font-weight: 400;">O artigo almeja investigar como Nossa Senhora Aparecida, santa católica que por essa religião a nomeia como Padroeira do Brasil, possui um ponto de interrogação acerca de sua cor: afinal, sua imagem é branca ou preta? Para as conjecturas formuladas que procuram responder à indagação proposta ao longo do texto, recorremos a produções contra coloniais de mulheres majoritariamente negras para fazer uma análise do histórico da mulher negra no Brasil desde os tempos coloniais a atualidade, assim como trazer ao diálogo autores que defendem a ideia de que a santa foi enegrecida, e que sua imagem nunca foi escura. Recorrendo ao método comparativo, netnografia e semiótica como instrumentais para coleta de dados e os cruzando com o referencial teórico de autores, encontramos a conjectura de que, uma possibilidade do que ocorre com Nossa Senhora Aparecida é uma estética esbranquiçada histórica combatida por um resgate à sua negritude. </span></p> Ellen Cristina dos Santos Oliveira, Orlando Farias Junior Copyright (c) 2025 http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/24837 qua, 03 dez 2025 00:00:00 -0300 A FORÇA DAS MULHERES NEGRAS https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/26624 <p><span style="font-weight: 400;">O presente artigo tem como objetivo resgatar e destacar o protagonismo de mulheres negras na luta contra a escravidão no Brasil, combatendo o apagamento histórico promovido pela historiografia tradicional. A metodologia empregada consiste em uma revisão bibliográfica e documental, que analisa as biografias de líderes como Dandara dos Palmares, Tereza de Benguela e Zacimba Gaba, entre outras. O estudo se apoia em conceitos como interseccionalidade, decolonialidade e na teoria crítica da raça para desconstruir narrativas hegemônicas. Como principal resultado, o artigo evidencia que essas mulheres foram agentes ativas que exerceram liderança política, militar e espiritual, organizando quilombos e outras formas de resistência. Acreditamos que a divulgação de suas trajetórias é peça fundamental para uma compreensão mais completa e justa da formação sociopolítica do Brasil, diversificando as narrativas históricas e reconhecendo a contribuição das mulheres negras para a conquista da liberdade e a construção da identidade nacional.</span></p> Luís Antônio da Silva , Keila Braz Ferreira Copyright (c) 2025 http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/26624 qua, 03 dez 2025 00:00:00 -0300 QUADROS EM BRANCO: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/26653 <p><span style="font-weight: 400;">Essa obra visa debater como a branquitude, enquanto estrutura ideológica, que atua para apagar e esvaziar as contribuições negras na história do Brasil, dificultando a construção de uma consciência racial negra crítica. A pesquisa se inicia realizando um estudo crítico da época pós-abolição, sobre a situação do sujeito negro como ex-escravizado em uma sociedade ainda escravagista que o nega o trabalho assalariado, criando discursos ideológicos para marginaliza-lo e discrimina-lo. Logo após, é realizada uma análise da branquitude como uma estrutura que serve para assegurar os privilégios dos brancos, que utiliza de mecanismos como a democracia racial e a meritocracia, para invalidar o processo socio-histórico brasileiro e a pluralidade cultural. Por fim, será debatido como os sujeitos negros que são submetidos a esse discurso ideológico da branquitude, aceita as estruturas que o fazem negar sua ancestralidade e identidade negra, assim dificultando a formação de uma consciência racial negra coletiva e critica.</span></p> Sttefyson Marques Pinto Copyright (c) 2025 http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/26653 qua, 03 dez 2025 00:00:00 -0300 TERREIROS DIANTE DA PANDEMIA: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/26712 <p><span style="font-weight: 400;">A presente pesquisa tem por objetivo compreender como com a chegada da Covid-19 em Macapá-AP e com as restrições sanitárias impostas pelos órgãos públicos que visavam a menor disseminação do vírus na cidade, as casas e terreiros de umbanda e candomblé adaptaram e reinventaram suas práticas e ritos, tendo em vista que uma das determinações era a proibição de ‘eventos religiosos em templos ou locais públicos, de qualquer credo ou religião’. As religiões afro-brasileiras sempre tiveram uma relação muito forte no que diz respeito à saúde física, mental e espiritual dos indivíduos, o que torna inegável a importância de entender como com a disseminação da Covid-19 afetou a ritualística destas religiões, tendo em vista que estas são religiões de muito contato e possuem diversas particularidades em seus rituais que não se encaixam com as recomendações das autoridades de saúde, a grande questão a ser abordada é compreender como os religiosos lidaram e adaptaram seus cultos e ritos durante o período de isolamento e qual a visão destes para com a pandemia da Covid-19. </span></p> David Junior de Souza Silva, Glenda de Oliveira Vital Copyright (c) 2025 http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/26712 qua, 03 dez 2025 00:00:00 -0300 BELEZA AFRICANA: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/24546 <p><span style="font-weight: 400;">O estudo explora a evolução dos padrões de beleza entre as mulheres moçambicanas, influenciados pelo colonialismo, globalização e os meios de comunicação. Utiliza uma metodologia qualitativa, baseada em entrevistas semiestruturadas com 14 participantes, mulheres de diversas origens profissionais e culturais. A pesquisa examina como os ideias eurocêntricos, impostos durante a colonização, ainda persistem, mas enfrentam resistência das práticas culturais locais. O corpo, como símbolo central nas sociedades africanas, reflete o conflito entre tendências globais e a identidade local através de modificações corporais e rituais de beleza. Conclusões mostram que, apesar das influências externas, especialmente dos meios ocidentais e das indústrias de beleza afetarem a autoimagem e as práticas de beleza das mulheres moçambicanas, ainda há um forte apego as tradições locais, principalmente nas áreas rurais. As mulheres equilibram cuidadosamente os padrões globais de beleza com sua identidade cultural, resistindo a um completa assimilação.</span></p> Raul Abilio Mabasso Copyright (c) 2025 http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/24546 qua, 03 dez 2025 00:00:00 -0300 A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DE OBRAS COM PROTAGONISMO NEGRO COMO PRÁTICA ANTIRRACISTA NO ENSINO FUNDAMENTAL https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/23261 <p><span style="font-weight: 400;">Ao longo dos séculos o negro foi retratado pela visão do branco de forma equivocada e até preconceituosa, distorcendo a sua imagem e criando uma representação negativa que o coloca sempre numa posição inferior. O Presente artigo tem como objetivo analisar o ensino de autores e obras afro-brasileira dentro da sala de aula de 9º ano do ensino fundamental II de forma não estereotipada e positiva. A pesquisa é aplicada de natureza qualitativa, compreendida como um estudo de caso, no qual utilizou-se como técnica a aplicação de um questionário, entrevistando 15 alunos da rede pública de ensino com o intuito de observar sobre o estudo de obras de protagonismo negro dentro da literatura afro-brasileira, após o questionário foi aplicado com os alunos, justamente da professora titular, um projeto sobre autores negros que trazem consigo uma visão aproximada sobre a vivência do povo preto, proporcionando aos alunos, a construção de um pensamento antirracista e preconceituoso. Para auxiliar no desenvolvimento teórico foram utilizados principalmente Proença Filho (2004); Evaristo (2005); Duarte (2008) e Lobo (2007).</span></p> João Victor dos Reis Silva Copyright (c) 2025 http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/23261 qua, 03 dez 2025 00:00:00 -0300 A INFLUÊNCIA DOS CONTEÚDOS CURRICULARES DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL FRENTE ÀS PRÁTICAS ALIMENTARES DOS FORMANDOS DE NUTRIÇÃO EM AMBIENTE UNIVERSITÁRIO: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/26388 <p><span style="font-weight: 400;">A Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) constitui um direito para as pessoas no contexto de promoção de saúde, baseada em práticas alimentares sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, respeitando particularidades e características culturais de cada região. A SAN no currículo do curso Superior de Nutrição da Universidade Save é abordada de forma multidisciplinar, englobando desde problemáticas nutricionais como o próprio contexto do consumo alimentar dos estudantes. O objectivo do estudo consiste em compreender quais influências curriculares que a SAN mobiliza a respeito das práticas alimentares dos formandos da Faculdade de Ciências da Saúde e Desporto, em ambiente universitário. É um estudo de campo com pesquisa quali-quantitativa, baseada numa metodologia explicativa, desenvolvido por meio de questionário com suporte do cartaz "a nossa alimentação", moçambicana e, entrevista semi-estruturada apoiada pelo currículo de nutrição. A população do estudo é composta por 18 participantes de ambos os sexos, sendo 11 estudantes de 18 a 25 anos do 3º ano de faculdade e 7 professores efectivos. O currículo contempla disciplinas com conteúdos relacionados directa e indirectamente a SAN, bem como disciplinas com conteúdos não relacionados. A disciplina de SAN é pouco abordada no curso em relação aos conteúdos das outras disciplinas directas. Há limitações para implementar o currículo na componente prática devido a falta de recursos internos no qual os professores abordam mais conteúdos sobre processos produtivos de alimentos em relação a nutrição. A prática alimentar dos estudantes é baseada no grupo de alimentos contidos no cartaz a nossa alimentação, preferencialmente os alimentos construtores e protectores.</span></p> Toscal Elias Mahessa, Barbara Cassetari Sugizaki Copyright (c) 2025 http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/26388 qua, 03 dez 2025 00:00:00 -0300 O ESPECTRO DA MORTE EM VENTOS DO APOCALIPSE, DE PAULINA CHIZIANE https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/28151 <p><span style="font-weight: 400;">Desde a obra </span><em><span style="font-weight: 400;">Ventos do Apocalipse</span></em><span style="font-weight: 400;"> (2001), de Paulina Chiziane, autora moçambicana, este artigo tece relações da morte provocada pelo sistema colonial e alegorizadas em três momentos – morte sob o rigor do colonialismo, morte e simbólica animal, morte partilha como reprodução do vivido. A animália atravessa toda a obra em imagens associando homem e animal na mesma geografia bélica.</span></p> Edimilson Rodrigues Copyright (c) 2025 http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/28151 qua, 03 dez 2025 00:00:00 -0300 INFLUÊNCIA FEMININA NA POÉTICA GUINEENSE: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/24185 <p><span style="font-weight: 400;">Este trabalho tem como objeto a investigação da influência feminina no processo de (re)construção da literatura em Guiné Bissau, país de independência recente (1974), e herdeiro das tradições culturais africanas, oralidade, griots. Sua oralitura pós década de 1940 traz o viés anticolonialista e identitário. Nomes como o de Odete Semedo, e Filomena Embaló despontam, no final dos anos 1990 como vozes femininas (re)construindo a identidade nacional e marcando a presença da mulher guineense na luta deocolonial contribuindo significativamente para a literatura feminina de Guiné-Bissau, trazendo suas perspectivas únicas e abordando questões sociais e culturais relevantes. De caráter qualitativo, a proposta de pesquisa bibliográfica e documental busca responder se, e como, a intelectualidade feminina contribui para a afirmação da emancipação guineense, a qual não pode ser exclusivamente política, mas também cultural, garantindo a estabilidade e continuidade daquela e como pode auxiliar na construção de elementos identitários nacionais. Ambas, através da poesia, e a partir do olhar da mulher, seus anseios, conflitos, esperanças, transferem da oralidade para a literatura a alma do povo guineense e seus esforços para assegurar - se como nação distinta intelectual, política e socialmente das demais ex - colônias portuguesas. Couto e Embaló (2010), Timbane (2018), Semedo (2011), Ié (2019), Gil (2017), Lakatos (2017) são os referenciais teóricos que fundamentam este estudo. </span></p> Cecilia dos Santos Leal, Claudia Oliveira Melo, Iramí Soares Mineiro Copyright (c) 2025 http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/24185 qua, 03 dez 2025 00:00:00 -0300 ENTREVISTA COM CARLOS BENEDITO: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/28152 <p><span style="font-weight: 400;">A realização desta entrevista representa um marco histórico na trajetória e vida do professor, intelectual, ativista, produtor de cultura, pai, esposo, amigo e filho Carlos Benedito da Silva Rodrigues, também conhecido como professor Carlão ou Carlos Rastafari. Inicialmente, o que conduziu a realização deste trabalho era o objetivo de compreender as dinâmicas do Movimento Negro no Brasil, a partir da descentralização estendida para outros estados, como o Maranhão. No transcurso deste objetivo realizamos uma entrevista com uma referência do Movimento Negro na cidade São Luís, o professor Carlos Benedito. Ao longo da entrevista, a junção cronológica dos acontecimentos a partir do movimento social atravessam a trajetória de vida do intelectual negro em construção. A estrutura da entrevista é dividida em três momentos, destacando inicialmente, a árdua trajetória de estudante e trabalhador, a qual resultaria nos caminhos a serem trilhados na docência. No segundo momento, sobressaem suas participações enquanto militante na efervescência do Movimento Negro na década de 1970, perpassando os clubes negros coletivos e enfatizando a questão racial. E por fim, até a chegada e inserção a cidade de São Luís- MA, onde consolidou a docência, na Universidade Federal do Maranhão, sendo professor no Departamento de Sociologia e Antropologia e na Licenciatura de Estudos Africanos e Afro-brasileiros, além de contribuir e constituir-se referência nos temas sobre reggae, cultura afro-maranhense e ações afirmativas. </span></p> Samara do Nascimento Souza, Laryssa Costa Silva, Carlos Benedito Rodrigues da Silva Copyright (c) 2025 http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/28152 qua, 03 dez 2025 00:00:00 -0300