Violência simbólica contra mulher idosa nas relações de gênero
Palavras-chave:
Gênero. Relações de Gênero. Violência simbólica. Mulher. Velhice.Resumo
Discute o envelhecimento populacional como fenômeno mundial presente em todos os países, no
qual o Brasil se inclui com uma das maiores taxas de envelhecimento populacional. Progressão com
tendência a elevação. Estudos da Organização Mundial de Saúde mostram que até o ano de 2025, o
grupo de pessoas com 60 anos ou mais de idade deverá aumentar em quinze vezes, enquanto a população
total, em apenas cinco. Crescimento que colocará o Brasil no cenário mundial como a sexta
nação com maior número de idosos, cerca de 32 milhões de pessoas. Realidade que suscita não só
debate, mas, ações efetivas que enfrente esse crescimento populacional na velhice, bem como as
alterações fisiológicas, psicológica, cognitiva e social evidenciada nesta fase da vida, as violências
recorrentes que lhes tem atingido nos espaços sociais e intrafamiliares. Com base em aportes teóricos
e documentais, este estudo exploratório e qualitativo, reflete sobre a violência simbólica que atinge,
principalmente as mulheres velhas e que são decorrentes das violências de gênero. Portanto, que lhes
atinge pelo fato de serem mulheres. A violência simbólica é aqui apreendida como violência multifacetada,
que age de forma sigilosa, sutil e silenciosa na vida social das pessoas também em idade
avançada. Conclui-se que a mulher na velhice deve ter direitos à vida sem negação de sua cidadania,
correntemente ameaçada pela imposição silenciosa e sutil de um padrão social fincado no patriarcalismo.
Torna-se urgente e necessário desconstruir estes padrões de submissão, humilhação e opressão
instituídos na sociedade contemporânea em decorrência do gênero, classe, raça, etnia e geração e
estimular padrões emancipatórios de viver a velhice de forma digna.
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