A docência na era da reprodutividade técnica: regressão do pensamento, barbárie e as possibilidades da experiência na formação humana
DOI:
https://doi.org/10.18764/2178-2229v31n2.2024.38Palavras-chave:
atividade docente, experiência, formação humana, modernidade, Walter BenjaminResumo
Este texto trata da relação entre a docência e as dificuldades cada vez mais acentuadas de conceituação do que seja a formação humana. Em um mundo marcado pelo amplo e globalizante desenvolvimento da economia, da técnica e das tecnologias que, longe de proporcionarem na mesma escala, desenvolvimento social, aprofundam as distâncias entre possuidores e despossuídos. Além disso, indicam uma ruptura que vem sendo sentida por teóricos críticos da sociedade de diferentes matrizes epistemológicas desde os anos de 1950, entre uma cultura humanística e calcada no bem comum e outra, mais instrumental e de massas, orientada para uma existência de viés hedonista, imediatista e submetida voluntariamente aos desejos do mercado, do capital, do consumo e da diversão em si. A regressão e o ocaso do pensamento e, em particular, daquele que se critica naquilo que este tem de não verdadeiro, bem como a barbárie que é própria desses momentos da vida cultural, são discutidos a partir de autores como Walter Benjamin, Hannah Arendt e Michel Foucault, que ousaram abordar o que se convenciona considerar dado de verdade da história como derradeira. Defende-se que a formação humana se enfraqueceu e que a própria humanidade vem carecendo de outro modelo formativo, justamente aquele que toma a experiência da crítica como a única capaz de superar a grave crise ético-política e ambiental que o planeta enfrenta; talvez, a primeira que, de fato, leve a humanidade à extinção em razão de si própria e de sua ação sobre o mundo.
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