OSMAN TRADUTOR E TRADUZIDO: MISSIVAS E A POLÍTICA DA TRADUÇÃO
Mots-clés :
Osman Lins, Nove, Novena, Política da tradução, Arquivo literário de Osman Lins.Résumé
A tradução de O urso polar e outras novelas para o português, do escritor dinamarquês Henrik Pontoppidan, Nobel de Literatura em 1917, foi realizada por Osman Lins em 1963. Por outro lado, pensando em suas obras, elas foram traduzidas para a língua alemã, francesa, inglesa, espanhola, italiana e húngara. Por meio de cartas, antes de seu falecimento, Osman Lins visualizava o exercício do tradutor e, naturalmente, a tradução. No texto Uma tradução indigna, publicado no Suplemento Literário de O Estado de São Paulo em 1958, Osman Lins, ao criticar a tradução de Os noivos, de Alessandro Manzoni, realizada por Marina Guaspari e publicada pelos Irmãos Pongetti-Editores, Rio de Janeiro, questiona o que é uma tradução de qualidade: “Ora, o que é uma excelente tradução? (...) Não seria necessário definir tão evidente conceito, mas somos forçados a fazê-lo, para melhor argumentar. Não é uma tradução que transporte, com a máxima justeza possível, o texto original, sem mesmo ceder àquela tentação?” (LINS, 1958, p. 1). Assim, o que é ceder à tentação? Além da rigorosa composição textual, a obra osmaniana apresenta diversos elementos gráficos e políticos que dificultam a tradução. O presente artigo empreende, assim, uma reflexão sobre Osman Lins como escritor-tradutor e a política da tradução. Nessa perspectiva, será evidenciada a tradução de Osman Lins para outras línguas. Além disso, o percurso do pensamento político de Osman Lins em torno da tradução será debatido.
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