O CHEIRO DA FLOR (INS)URGENTE

o caráter empenhado da/na literatura brasileira contemporânea

Autor/innen

  • Luiz Henrique Moreira Soares

DOI:

https://doi.org/10.18764/2177-8868v14n27.2023.1

Schlagworte:

literatura empenhada, literatura contemporânea brasileira, insurgência, vozes subalternizadas

Abstract

A partir da noção de “literatura empenhada”, apresentada por Antonio Candido em Formação da Literatura Brasileira, publicado em 1959, para traduzir o espírito de “missão” que figurou no trabalho artístico dos escritores árcades e românticos que intentavam construir uma identidade nacional e uma cultura brasileira válida, este artigo tem como objetivo analisar de que maneira esse caráter “empenhado” ainda está presente na literatura brasileira contemporânea. Neste cenário, observa-se que o caráter “empenhado” não apenas persiste, como também parece ter sofrido uma reconfiguração, uma reinvenção – agora não mais com o anseio de “construir uma nação”, mas se estabelecendo por meio do deslocamento de modelos hegemônicos, da legitimação de vozes subalternizadas e do reconhecimento da necessidade de produção de outras perspectivas, constituindo, muitas vezes como potência (ins)urgente – que questiona os problemas, abjeções e os espaços políticos e sociais por meio de obras literárias que buscam ressignificar vozes historicamente subalternizadas, estabelecendo uma empenhada resistência.

Downloads

Keine Nutzungsdaten vorhanden.

Autor/innen-Biografie

Luiz Henrique Moreira Soares

Doutorando e mestre em Letras pelo Programa de Pós-Graduação em Letras (PPG-Letras), da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) Campus de São José do Rio Preto.

Literaturhinweise

AGAMBEN, Giorgio. O que é o Contemporâneo? In: O que é o Contemporâneo? e outros

ensaios. Tradução de Vinícius Nicastro Honesko. Chapecó: Argos, 2009.

AZEVEDO, Luciene. Representação e performance na literatura contemporânea. Revista

Cerrados, v. 16, n. 24, 2007.

BERUTTI, Eliane Borges. Gays, lésbicas, transgenders: o caminho do arco-íris na cultura

norte-americana. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2010.

BENTO, Cida. O pacto da branquitude. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.

BIANCONI, Giulliana. A Flip mais travesti de todas. Gênero e Número, 2022. Disponível em:

https://www.generonumero.media/reportagens/a-flip-mais-travesti-detodas/#:~:text=O%20livro%20foi%20traduzido%20para,%C3%A0%20autora%20na%20Flip

%202022. Acesso em: 02 mar. 2023.

BOSI, Alfredo. Situação e forma do conto brasileiro contemporâneo. In: BOSI, Alfredo (Org.).

O conto brasileiro contemporâneo. 16. ed. São Paulo: Cultrix, 2015, p. 7-24.

CASTELLO, José. O presente é uma pedra. Suplemento Pernambuco, 2018. Disponível em:

http://www.suplementopernambuco.com.br/edições-anteriores/120-colunas/josecastello/2110-o-presente-é-uma-pedra.html. Acesso em: 18 jun. 2018.

CANDIDO, Antonio. Literatura e subdesenvolvimento. In: CANDIDO, A. A educação pela

noite e outros ensaios. São Paulo: Editora Ática, p. 140-162, 1989.

CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira: momentos decisivos. 6. ed. Belo

Horizonte: Editora Itatiaia Ltba, 2000.

CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2006.

CHAUÍ, Marilena. Brasil: mito fundador. Revista da Associação Psicanalítica de Porto Alegre,

v. 19, p. 23-36, 2000.

DALCASTAGNÈ, Regina. Literatura brasileira contemporânea: um território

contestado. Vinhedo: Editora Horizonte, 2012.

GOMES, Igor; MOIRA; Amara. [entrevista] Amara Moira. Suplemento Pernambuco, 2017.

Disponível em: http://www.suplementopernambuco.com.br/entrevistas/1792-entrevistaamara-moira.html. Acesso em: 17 jul. 2022.

HOLSTON, James. Cidadania Insurgente: disjunções da democracia e da modernidade no

Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

LEITE Jr, José. Transitar para onde? Monstruosidade,(des) patologização,(in) segurança social

e identidades transgêneras. Estudos feministas, v. 20, n. 2, p. 559-568, 2012.

LITERATURA brasileira: missão ou entretenimento? | João Cezar de Castro Rocha. Realização

de Instituto CPFL, 2013. Disponível em: https://vimeo.com/65083090. Acesso em: 02 fev.

LOPES, Fábio Henrique. Escritas de si e artes de viver transgênero: as insubordinações de uma

escrita trans? In: ALÓS, Anselmo Peres (Org.). Poéticas da masculinidade em ruínas: o amor

em tempos de Aids. Santa Maria: PPGL (UFSM), 2017, p. 127-149.

LUCKHURST, Roger; MARKS, Peter. Hurry up please it’s time: Introducing the

Contemporary. In: LUCKHURST, Roger; MARKS, Peter. Literature and the Contemporary:

Fictions and Theories of the Present. London/ New York: Routledge, 2014, p. 14-28.

MOIRA, Amara. E se eu fosse puta. São Paulo: Hoo, 2016.

OLIVEIRA, Luiz Henrique Silva de; RODRIGUES, Fabiane Cristine. Panorama editorial da

literatura afro-brasileira através dos gêneros romance e conto. Em Tese, Belo Horizonte, v. 22,

n. 3, p. 90-107, dez. 2016.

RESENDE, Beatriz; FINAZZI-AGRÓ, Ettore (Org.). Possibilidades da nova escrita literária

no Brasil. Rio de Janeiro: Revan, 2014.

RESENDE, Beatriz. Contemporâneos: expressões da literatura brasileira no século XXI. Rio

de Janeiro: Casa da Palavra/Biblioteca Nacional, 2008.

SCHØLLHAMMER, Karl Erik. Ficção brasileira contemporânea. Rio de Janeiro: Civilização

Brasileira, 2009.

Veröffentlicht

2023-09-11

Zitationsvorschlag

SOARES, Luiz Henrique Moreira.
O CHEIRO DA FLOR (INS)URGENTE : o caráter empenhado da/na literatura brasileira contemporânea
. Littera: Revista de Estudos Linguísticos e Literários, v. 14, n. 27, 11 Sep. 2023 Disponível em: http://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/littera/article/view/22204. Acesso em: 24 nov. 2024.