CONTRIBUIÇÕES DO HIP-HOP PARA PENSAR A DIÁSPORA AFRICANA

Autores

  • Sávio Oliveira da Silva Santos Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)

DOI:

https://doi.org/10.18764/2595-1033v5n12.2022.14

Palavras-chave:

Negritude, Hip-hop, Diáspora africana

Resumo

Historicamente, o processo de letramento e a construção do saber atravessados pela questão racial se desenvolveram por vias atípicas se comparadas ao saber construído por quem tinha acesso aos ambientes formais de ensino, onde é aprendido, ou se deveria aprender, acerca da historicidade, cultura e valor de determinada nação. Para os afrodiaspóricos, em detrimentos dos percalços enfrentados socialmente e em conflituoso contato com a escola, o saber, a história e sua cultura ancestral deu-se a partir de diferentes instrumentos, como o Hip-Hop. Assim sendo, este artigo visa discutir movimentos negros, sejam políticos, artísticos ou culturais, especialmente justapostos, como espaços físicos, coletivos e individuais, estratégicos para o reconhecimento e a construção identitária da população negra na Diáspora africana. Para tanto, discutimos sucintamente sobre o movimento de Negritude e alguns eixos históricos do Hip-Hop lançamos mão de autores como Hall (2003; 2011), Bernd (1988), Messias (2015), Souza (2011), dentre outros. Por conseguinte, evidenciou-se que, ainda com o passar do tempo, as organizações em prol do diálogo, da problematização e da criação de estratégias de sobrevivência são ministradas especialmente a partir das organizações negras no campo artístico-político, como espaços indispensáveis para pensar e organizar o enfrentamento ao genocídio negro, constantemente refletido na diáspora africana.

 

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Biografia do Autor

Sávio Oliveira da Silva Santos, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)

Licenciado em Letras com habilitação em Língua Portuguesa e Literaturas, pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), em 2021. Cursa especialização em Educação e Interdisciplinaridade, pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Mestrando no Programa de Pós-graduação na em Letras, Linguagens e Representações, na Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Fundador e representante do Coletivo Afrodiaspórico na cidade de Ipiaú/Bahia. Desenvolveu pesquisa como Bolsista da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas PROAF de 2017 a 2019 pesquisando sobre Negritude, Negrice e Negritice. Focaliza seus estudos no campo dos Estudos Culturais com as noções de Raça; Hip-Hop; Linguagens; Educação e Identidades. Em 2018 atuou como professor substituto, lecionando os componentes de língua portuguesa e de inglês, no Colégio Estadual de Ipiaú. Em 2019 atuou como professor no programa Novo Mais Educação na cidade de Jequié/BA. Fez parte do grupo de pesquisa e extensão do Órgão de Relações Étnicas do ODEERE/UESB no curso de Educação e Cultura Afro Brasileira.

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Publicado

2022-05-03

Como Citar

Santos, S. O. da S. (2022). CONTRIBUIÇÕES DO HIP-HOP PARA PENSAR A DIÁSPORA AFRICANA. Kwanissa: Revista De Estudos Africanos E Afro-Brasileiros, 5(12). https://doi.org/10.18764/2595-1033v5n12.2022.14

Edição

Seção

Artigos