Negociação de identidades na obra vencidos e degenerados (1915) de Nascimento Moraes
DOI:
https://doi.org/10.18764/2595-1033v8n19e25657%20Palavras-chave:
Negociação de Identidades, Relações Interseccionais de poder, Vencidos e degeneradosResumo
Este trabalho tem como objetivo compreender como se deram os processos de negociação de identidade, a partir da análise de dois personagens da obra Vencidos e degenerados (1915) de José do Nascimento Moraes, Andreza Vital e João da Moda. Para tanto, será realizada uma abordagem histórica e filosófica para entendimento de como as relações interseccionais de poder, trabalhadas no livro Interseccionalidade (2020) de Patricia Hill Collins e Sirma Bilge, influenciaram na negociação dessas identidades. No decorrer da narrativa, como mãe e filho, Andreza e João são separados imediatamente após o parto, sendo João da Moda vendido de imediato com ordens de seu próprio pai, Coronel Magalhães, senhor e estuprador de sua mãe. Este evento revela a brutalidade e desumanização vividas por Andreza, mulher escravizada, que mesmo sendo assegurada pela lei do Ventre Livre a conviver junto de seu filho até os oito anos de idade, na verdade, teve esse direito negado, criando ao longo de sua vida e na vida de seu filho, grandes lacunas emocionais que afetam sua autoestima, a forma de autopercepção, seus sensos de pertencimento e também as formas como se relacionam amorosamente. Por fim, destacamos a importância de considerar que as relações interseccionais de poder em Vencidos e degenerados (1915), principalmente racismo e elitismo classista, acabaram moldando as subjetividades bem como as perspectivas destes personagens em relação a aspectos de suas vidas posterior a eventos traumáticos.
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Referências
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